Thursday, November 25, 2004

13/05/99 - Monschau

Früistick no hotel em Monschau, após caminhada e fotos pelas ruas, com ovo cozido também e uma notícia: hoje é feriado na Alemanha, Bélgica, Holanda e Áustria. Este feriado "nos pegou de calças na mão", o que só iríamos descobrir mais tarde.

Saímos de Monschau em direção à Aachen pela 258 e aí ao nosso primeiro objetivo do dia, Eindhoven, já na Holanda. Tempo nublado, sugerindo chuva e, para nossa surpresa, um grande movimento de carros na estrada em sentido contrário, o que dava a impressão de que estavam fugindo de uma catástrofe natural ou de uma guerra.

Chegamos à Eindhoven com uma foto do Caio em frente a um chafariz, tirada no automático da máquina porque todos os outros haviam ficado na van, e a cidade completamente deserta, sem uma viv'alma nas ruas. Sem restaurantes, lojas, lancherias...nada. Circulamos por ruas vazias, tirei uma foto do Paulo em frente ao estádio do PSV (onde jogaram o Ronaldinho e o Romário) e resolvemos prosseguir a viagem. Decepção.

Andamos mais um pouco pela E25 e chegamos a Hertogenbosch, aparentemente menor que Eindhoven e tão deserta quanto. Voltamos a estrada, e logo após tivemos nosso primeiro contato com o povo holandês, num McDonald's. A atendente não falava inglês e teve que pedir ajuda aos colegas para nos entender. Impressão sobre os europeus e seus fast foods: ruim até o momento. Fumam, deixam os restos na mesa, um nojo. Questão de culturas diferentes. Com relação a isso, diferença de culturas, poderíamos também falar sobre o banho, mas isso é assunto para depois.

De volta à estrada - uma vez mais - decidimos ir até Amsterdã mas ficar numa cidade próxima, Harleem ou Volendan, a primeira ficando a oeste de Amsterdã e a segunda, uns poucos quilômetros ao norte, na beira de um lago. Como a sugestão de Haarlem era do Frommer's e a de Volendan da Nana (Anelise, cunhada da Jacque e deste que vos escreve) e a Jacque tinha boas recordações de lá, decidimos que este seria o nosso destino. Entramos no ring de Amsterdã em direção à Zanstaad e na saída 116 fomos rumo à Monnickendam, Marken e Volendan.

Lá chegando, por volta das 16h30, fomos direto ao Tourist Information Center, onde uma simpática senhora vestida à caráter nos atendeu e, quando dissemos que queríamos três quartos duplos com banheiro, fez um telefonema e nos conseguiu, ao preço de G$150 (Guilder é a moeda local) cada, lugares no Hotel Spaander. Este hotel, situado às margens do Ijsselmeer (um grande lago de água salgada), foi construído em 1853 e é uma das atrações turísticas do local. Pessoas vão visitá-lo apenas para ver seus restaurantes e bares, com decorações típicas da época e quadros de pintores da região espalhados por suas paredes. Grandes pintores estiveram por lá, como Renoir e outros. E é realmente uma atração à parte na cidade. Logo na chegada, a Jacque disse estar se sentindo no filme Somewhere in Time e, durante a janta, a Karina disse estar no filme Maverick. Os quartos, ótimos, decorados com motivos náuticos e com o detalhe do banheiro: banho só sentado, de chuveirinho, o que, aliás, é uma constante nos hotéis até agora (o chuveirinho).

A cidade, nada mais é que uma balneário do tipo cidade de pescadores, com o calçadão no pier com bares e restaurantes dos mais variados tipos. Como hoje é feirado (Ascensão), havia centenas de jovens pelas ruas, bebendo muito, ouvindo música, caindo pelas calçadas. Muito estranho ver as belas holandesas (já falei como são belas as holandesas? Não? São ES-PE-TA-CU-LA-RES) trôpegas pelas ruas em grupos só de meninas ou só de meninos (do tipo "indo para reunião dançante". Não sabe o que é uma reunião dançante? Crianças...). A Karina odiou. Se eu fosse solteiro, teria achado o máximo...

Após os rituais diários de higiene, fomos conhecer a cidade que havia à volta do hotel, mas o encontro com hordas de nórdicos bêbados nos fez abreviar o passeio e decidir jantar num dos restaurantes do Hotel Spaander. Escolhemos o restaurante do Maverick e uma mesa redonda. Nossa janta: o Caio, o Paulo e eu escolhemos o prato do dia (sopa de vegetais de entrada, galinha com molho stroggonoff, salada e pão). A Aline, Gambas (camarões), a Jacque um schnitzel com batatas assadas e a Karina um ala minuta (o equivalente holandês para isso). Jantamos calmamente (G$165,5) e logo após fomos ao salão ao lado onde havia sofás e poltronas para tomarmos um café e discutirmos o dia de amanhã quando invadiríamos Amsterdã.

Saindo do salão Maverick (denominação nossa) para o salão do café, fui antes de todos e tomei lugar num sofá. Próximo a mim, havia um senhor que enfiava o dedo no nariz repetidamente e, de repente, parava, virava para mim, e ficava me olhando fixamente sem nenhuma expressão no rosto. Quando estava começando a me apavorar, os outros chegaram e nos demos conta que ele era portador da doença de Alzheimer e não tinha noção do que estava acontecendo a sua volta. Enquanto tomávamos café, ainda passou correndo por nós em direção ao banheiro um jovem apenas de cuecas e todo molhado. Logo atrás, os funcionários do hotel que o tiraram de lá e mandaram-no embora. Provavelmente havia caído no canal que corta a cidade.

Hotel louco, cidade também.

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