Saturday, March 26, 2005

Prefácio

by Marcelo Tadday Rodrigues

Só quem viaja, sabe: o melhor momento de planejar uma viagem é justamente quando se termina a anterior. Ou seja, entra-se sempre num círculo vicioso. Viajou, quer viajar de novo. E de novo. E sempre. Pode virar uma loucura. Apesar do que parece, não é o nosso caso. De qualquer maneira, em junho de 1999, quando terminou a viagem dos Perdidos na Espace, estávamos – todos – contaminados pelo vírus do viajante. Apesar disso, a vida tem que continuar, e outros planos sempre podem surgir.

Planos de viagem, claro, e planos que não envolvam viagem. Destes últimos, o que “atingiu” o nosso grupo foi o do casal X (Paulo e Karina) de terem outro filho, o hoje com 4 ano e 6 meses, simpático e inteligente (”fofo” segundo a maioria) Gabriel. Com isso, eles tiveram que adiar o plano de viajar novamente. Com esse desfalque, os Perdidos restantes decidiram passar o Natal de 2000 na neve, antigo sonho de todos.

A primeira opção de viagem foi passar o Natal numa estação de esqui no Canadá. Seria apenas uma semana? Que tal passar o Natal e o reveillon? Natal na estação de esqui e reveillon em Nova Iorque? Bom, muito bom... Melhor ainda seria passar o Natal no norte da Itália, nos Alpes, que tal? E o reveillon em Paris? Perfeito, mas havia algumas dúvidas: passar apenas o Natal e não visitar a Itália? Como ir do norte da Itália à Paris?

A primeira dúvida foi facilmente resolvida, viajaríamos uns 10 dias antes do Natal e faríamos um tour pela Itália até chegar aos Alpes no Natal. A ida à Paris tinha duas possibilidades: de avião ou – a minha proposta – ir de carro. Teríamos uma semana para ir dos Alpes italianos até Paris, no inverno, com possibilidade de neve e estradas fechadas.

Consegui convencer o grupo de que era viável a travessia dos Alpes de carro, após pesquisar na Internet e nos mapas rodoviários que eu possuía. O local de travessia era pela passagem de Brenner, entre a Itália e a Áustria, praticamente junto de Innsbruck. Depois, cruzaríamos um trecho da Alemanha – próximo ao Bodensee e pela Floresta Negra – e entraríamos na França pela Alsácia-Lorena. Escolhemos, então, o ponto inicial do roteiro: Roma, a cidade eterna. O Natal, passaríamos em Brunico, próximo à passagem de Brenner, no hotel Andréas Hofer, escolhido por indicação do Guia Visual Folha de São Paulo com ajuda das fotos na Internet, e terminaríamos a viagem com uma semana em Paris, no simpático (pela fachada e pela Internet) Hotel Família.

Ao grupo, sem o casal X e a x’ (Paulo, Karina e Roberta), foi acrescido o grande amigo e parceiro de faculdade e de Banda da Sopa, Alexandre Magno. Seríamos 5 pessoas, desta vez. Decidimos, contudo, alugar dois carros, por que havia algumas discordâncias de roteiros entre nós e optamos fazer trechos independentes, e o Magno optou por, nestes trechos separados, ficar metade do tempo com cada casal.

Com relação ao tempo de viagem, finalmente, quando pesquisei os preços das passagens para Roma, descobri que, se saíssemos no dia 14/12, pagaríamos cerca de US$ 500,00 mais caro por passagem do que se saíssemos no dia 08/12. Foi o que definiu o tempo de viagem. Saímos dia 08/12/2000 e retornamos dia 07/01/2001.

Com vocês, a partir de agora, a nossa viagem vista pelos lindos olhos de Jacqueline Rizzolli. Até.

Friday, March 25, 2005

Natal na Neve




Vai começar a próxima viagem dos Perdidos.

Dezembro de 2000, Natal na Neve.

Autora: Jacqueline Rizzolli
Prefácio: Marcelo Tadday Rodrigues

Sunday, March 20, 2005

Mais Fotos dos Perdidos (3)


Perdidos 355 - Chambord
Originally uploaded by Marcelo Rodrigues.
Paulo, Caio, Beta e Jacque.

Ao fundo, Chateau de Chambord.

Vale do Loire, França.

Mais Fotos dos Perdidos (2)

O grupo no alto do Mont Blanc.

Mais fotos dos Perdidos


Bibligrafia (mais ou menos comentada)

1. Guia de conversação:

- ALEMÃO - Guia de conversação para viagens
Guia Visual Folha de São Paulo

2. Mapas:

- Atlas Routier et Touristique EUROPE
Michelin

3. Guias propriamente ditos:

- Brussels - Berlitz Pocket Guides
- Amsterdan - Globetrotter Travel Guide
- France - Frommer's 99
- Paris - Guia Visual Folha de São Paulo
- Germany - The Complete Guide with the Best of the Cities, the Medieval Villages and the Bavarian Alps - Fodor's 99

4. Fundamental:

- Meu Diário de Viagem - Relato manuscrito feito dia-a-dia durante toda a viagem - Marcelo Tadday Rodrigues
- Memórias - Marcelo Tadday Rodrigues
- Caixa de entrada & Itens enviados - Outlook Express

Saturday, March 19, 2005

Os Hotéis dos Perdidos

Bruges

Hotel Fevery
Collaert Mansionstraat 3 - 8000 BRUGGE
Tel: (050) 33 12 69 - Fax (050) 33 17 91
E-mail: hotelfevery.brugge@unicall.be

Monschau

Café Hotel Altstadt-Post
Laufenstraße 40 - 52156 MONSCHAU
Tel. 0 24 72 / 35 90 Fax 0 24 72 / 940 668

Volendan

Hotel Spaander
Haven 15 - VOLENDAN
Tel: 0299-363595

Veenendaal

Hotel Ibis Veenendaal
Vendelier 8 - 3905 PA VEENENDAAL
Tel: (0318) 52 22 22 - Fax (0318) 52 20 38

Koblenz

Hotel Ibis Koblenz
Rizzastraße 42 - D - 56068 KOBLENZ
Tel: (49) 0261 / 3 02 40 Fax (49) 02 61 / 3 02 42 40

Wiesbaden

Hotel de France
Taunusstraße 49 - 65186 WIESBADEN
Tel: 0611 / 95 97 30 Fax 0611 / 95 97 374

Rothenburg Ob der Tauber

Hotel Meistertrunk - Inh. Anne Gackstatter
Herrngasse 26 - 91541 ROTHENBURG O.T
Tel: 0 98 61 / 60 77 Fax 0 98 61 / 12 53

Munique

Hotel Dietl
Schwanthalerstraße 38, Ecke Goethestraße 11
80336 MUNCHEN
Tel: 089 / 59 28 47 -48 -49 Fax 089 / 59 63 13

Schongau

Hotel Alte Post
Marienplatz 19 - 86956 SCHONGAU
Tel: 0 88 61 / 23 20 - 0 Fax 0 88 61 / 23 20 - 80

Inssbruck

Engl Innsteg - Gasthof Hotel Restaurant
Innstraße 22 - 6020 INSSBRUCK
Tel: 0512 / 28 31 12 od. 29 42 58
Fax: 0512 / 28 19 69

Interlaken

Hotel-Restaurant Aarburg
Hz. Von Allmen
3800 Unterseen
Tel: 033 / 822 26 15 Fax: 033 / 822 63 97

Les Diablerets

Hotel Les Sources
CH - 1865 LES DIABLERETS
Tel: (024) 492 21 26 Fax: (024) 492 23 35
http://www.alpes.ch/diablerets/sources

Prangins

Motel-Restaurant L'Aerodrome
CH 1197 PRANGINS
Tel: 022 / 361 00 55 Fax: 022 / 361 05 33

Dijon

Hotel Ibis Central
3, place Granjier - 21000 DIJON
Tel: 33 (0) 3 80 30 44 00 Fax: 33(0) 3 80 30 77 12
e-mail: central@axnet.fr

Sully Sur Loire

Hostellerie du Grand Sully
10, Bd du Champ de Foire
45600 SULLY SUR LOIRE
Tel: 02 38 36 27 56 Fax: 02 38 36 44 54

Amboise

Hotel La Pergola
33 bis, avenue de Tours - 37400 AMBOISE
Tel: 02 47 57 24 79 + Fax: 02 47 57 38 04

Melun

Hotel Ibis Melun
81 avenue de Meaux
77000 MELUN France
Tel: 33 (0) 1 60 68 42 45 Fax: 33 (0) 1 64 09 62 00

Paris

Hotel de France
108, rue Monge - 75005 PARIS
Tel: 01 47 07 19 04 Fax: 01 43 36 62 34
Metro: Censier-Daubenton ou Gobelins
Auto Bus: 47 - 27 - 83 - 91

Friday, March 18, 2005

Epílogo 2

Também foi enviado a todos os casais um questionário e cédula de voto para a escolha do "Prêmio Especial Perdidos na Espace":


Prêmio Especial "Perdidos na Espace"

Regulamento:

- Este prêmio foi instituído para homenagear aquela pessoa que mais contribuiu para o sucesso da viagem, para o bem estar coletivo e saúde mental de toda equipe. Aquela pessoa com um inabalável senso de humor, boa vontade, desprendimento e simpatia. Quem mais aproveitou a viagem e nos fez felizes turistas, nos conduziu com segurança e parcimônia pelas maravilhosas autobahns e autoroutes européias.

- O vencedor receberá um troféu exclusivo esculpido especialmente para a ocasião em sessão solene em que obrigatoriamente devem estar presentes os casais X, Y, Z e a pequena x'.

- A escolha será feita da seguinte forma:

1. cada casal terá direito a um voto

2. será indicado um candidato por casal

3. o casal não poderá votar em si próprio

4. Os indicados são:
Casal X - Paulo
Casal Y - Jacque
Casal Z - Aline

5. Os votos deverão ser enviados à comissão apuradora até 24horas antes da entrega do prêmio.

6. Vale a pena salientar que aqueles outros três (não vamos citar nomes) sejam, assim... insuportáveis, pelo contrário. Com as suas (deles) variações de humor e pequenas crises histéricas tornaram a viagem muito mais divertida. Uma salva de palmas para eles, por favor.

Estava claro que esse não seria um concurso livre: eu estava induzindo que a escolha deveria recair sobre o Paulo (já explico o por quê disso). O troféu, uma embalagem do Pato Purific - este era o nome do troféu - era uma referência às vezes em que, ao encontrarmos uma estrangeira atraente aos olhos mas de higiene duvidosa ele - nós - dizia(mos) "esta eu levava pra casa, dava um banho de creolina e lavava a boca com pato purific". Se não era bem isso que ele dizia, era mais ou menos este o sentido...

Os escolhidos foram:

Melhor companhia aérea: SABENA
Melhor aeroporto: Salgado Filho, sãos e salvos
Melhor hotel: Hotel De France, Wiesbaden/Alemanha
Hotel Mais Pitoresco: Hotel Spaander, Volendan/Holanda
Pior Hotel: Hotel Dietl, Munique/Alemanha
Maior roubada: O maldito hotel em Munique/Alemanha
Melhor refeição: Hotel Alt Post, Schongau/Alemanha
Melhor hotel de rede: Íbis Hotel
Melhor sobremesa: Appfelstrüdel, Innsbruck/Áustria
Melhor atendente português: Suzana, Interlaken/Suiça
Eu voltaria para: Amsterdan
Eu moraria em: Paris
Momento mais romântico: Caio e Aline esquentando o nariz
Momento mais gay: foto do chafariz em Eindhoven/Holanda
Mais facilmente perdia o humor: Karina (2º lugar: Marcelo)
Maior stress pelo leite: Karina
O recepcionista mais estranho: a que só ria em Sully-Sur-Loire/França
A maior perdida na espace: Koblenz/ALE, que mudou de lugar
A melhor coisa na Disney: Montanha russa da mina
A melhor música de roda: Dia de São Rebolau & O Alecrim Degolado
Melhor lugar para se estar com chuva: Na cama
Melhor vista da viagem: Mont Blanc
Lugar que você daria como dica: Rothenburg Ob der Tauber
Maior mico da viagem: a neve suja tão festejada
Você faria esta viagem de novo: Sim, eu amo vocês!!!!!!!


O Troféu Pato Purific foi para.... o Paulo, óbvio (já que esse era o plano). É importante deixar claro que as escolhas feitas acima são completamente pessoais (do nosso grupo, no caso) e que valem especificamente para esta viagem, pelo que passamos.

#

Assistimos o vídeo e vimos as fotos inúmeras vezes, juntos todos, apenas os casais ou mesmo cada um individualmente, e aquela sensação boa de dever cumprido, de desafio alcançado ficará para sempre ou, como eu disse lá no começo desta história, há quase um ano atrás, até surgir um novo desafio, uma nova idéia que desencadeie todo o processo de novo.

Também eu disse no começo deste relato que o melhor momento de planejarmos a próxima viagem é quando acaba-se a atual. Para sermos fiéis ao meu conceito, logo decidimos que a nossa próxima viagem seria para passar um Natal na neve. Começamos a prepará-la em janeiro de 2000 e ainda estamos nos estágios iniciais deste processo agora, quando termino de narrar-lhes a primeira viagem dos Perdidos na Espace. Já sabemos de antemão que o grupo original não estará completo na próxima vez porque o casal X vai ter, além da x', um(a) x" na época planejada para irmos. Isso é uma razão fantástica para não poderem ir (terá 2 meses em dezembro de 2000).

Bom, mas isso é assunto para outra história.

Valeu.

Thursday, March 17, 2005

Os “Mais-mais” da Viagem – O Questionário

(Esse foi o questionário com as opções que todos os viajantes receberam para votarem antes do reencontro dos Perdidos)

Eleja os melhores "Perdidos na Espace" 1999

1. Melhorcompainha aérea
a) VASP
b) Sabena
c) Air France
d) Outra:

2. Melhor aeroporto
a) Charles de Gaulle, aguardando o vôo para Frankfurt
b) Guarulhos, na saída
c) Salgado Filho, sãos e salvos
d) Outro:

3. Melhor hotel
a) Spaander, Volledan
b) De France, Wiesbaden
c) Meistertrunk, Rothenburg O d T
d) Outro:

4. Hotel mais pitoresco
a) Spaander, Volledan
b) L'Aerodrome, Prangins
c) La Pergola, Amboise
d) Outro:

5. Pior hotel
a) La Pergola, Amboise
b) Dietl, München
c) Engl, Innsbruck
d) Outro:

6. Maior roubada
a) Maldito atomium
b) Maldita bola de Rothenburg O d T
c) Maldito hotel de München
d) Maldita outra:

7. Melhor refeição
a) Churchill, Wiesbaden
b) Alt Post, Schongau
c) Innsbruck (em cima do morro)
d) Outro:

8. Melhor hotel de rede
a) Ibis
b) Ibis
c) Ibis
d) Outro Ibis

9. Melhor sobremesa
a) Appfelstrudel, Innsbruck
b) Banana split, Azay-de-la-Rideau
c) Crème Brullé, Melun
d) Outro:

10. Melhor atendente português
a) Suzana, Interlaken
b) dono do cachorro, Luzern
c) amigo da Karina, Paris
d) Outro português engraçadinho:

11. Eu voltaria para:
a) Amsterdan
b) Köln
c) Genève
d) Bingen
e) Outro:

12. Eu moraria em:
a) Paris
b) München
c) Brugge
d) Donauworth, perto da ponte de madeira
e) Outro

13. Momento mais romântico:
a) Caio e Aline esquentando o nariz
b) foto dos casais em Berna
c) casal Y fazendo compras em Paris
d) Outro:

14. Momento mais gay:
a) foto do chafariz em Eindhoven
b) foto do chafariz em Eindhoven
c) foto do chafariz em Eindhoven
d) Outra foto do chafariz em Eindhoven

15. Mais facilmente perdia o humor
a) Marcelo
b) Karina
c) Jacque
d) Caio
e) Roberta
f) Aline
g) Paulo

16. Maior stress pelo leite
a) Paulo
b) Roberta
c) Karina
d) as vaquinhas, coitadas
e) a Parmalat
f) a Elegê
g) putz....derramou!

17. O recepcionista mais estranho
a) a que só ria em Sully
b) os traficantes de Paris
c) o desconfiado de München
d) o vô com asa de Sully

18. A maior perdida na espace
a) Van na ciclovia
b) Vale do Jeaux
c) Koblenz mudou de lugar
d) o "ring" de Bruxelas

19. A melhor coisa na Disney:
a) Montanha da mina
b) Cinema 3D
c) Espace Montain
d) Dumbo
e) Marcelo e o Juvenal no carrossel
f) Ir embora

20. A melhor música de roda:
a) Dia de São Rebolau
b) Pai Paulinho
c) O Alecrim degolado
d) Tudo amor perfeito
e) Botão de rosa (duarr mãe)
f) A Roberta dormindo

21. Melhor lugar para se estar com chuva
a) Neuschwanstein
b) Innsbruck
c) Interlaken
d) na cama
e) trabalhando em Porto Alegre :

22. Melhor vista da viagem
a) Mont Blanc
b) Visão de olhos de pássaro Winningen
c) O chão, em Frankfurt
d) Paris, da Sacre Couer
e) Outra

23. Lugar que você daria como dica:
a) Brugge
b) Monschau
c) Rothenburg O dT
d) LesDiablerets
e) Outro:

24. Maior "mico" da viagem:
a) Marcelo falando alemão
b) Caio falando francês
c) Karina comendo bife e alface em Paris e seu "amigo-fazido" português
d) a neve suja tão festejada

25. Você faria esta viagem de novo:
a) sozinho
b) com minha cara-metade somente
c) sim, mas excluiria...
d) nem com banda de música
e) nem pintado de ouro
f) nem a pau
g) nem que me pagassem
h) Sim
i) Sim, Sim
j) Sim, EU AMO VOCÊS!!!!!
k) Quem sabe...

Wednesday, March 16, 2005

Epílogo

O Paulo só retornou de Paris dia 09/06, uma semana após termos saído de Paris, tendo assistido todos os jogos desde as quartas de finais de Roland Garros. As fotos já haviam sido reveladas no dia seguinte à nossa chegada. Fizemos duas cópias de todas para entregar para o Caio e a Aline, que estavam com a outra máquina e fizeram o mesmo com as suas. Ao todo, foram cerca de quinhentas e poucas fotos.

Conseguimos nos reunir novamente em 18/06 para a primeira exibição oficial (em que estivessem todos os integrantes juntos) do filme da viagem (na verdade o vídeo da viagem). Mas antes ainda desse dia, em 11/06 o Paulo nos mandou o seguinte e-mail, lembrando a época dos preparativos, intitulado "Algumas pérolas do planejamento":


" Que saudades do Dudu, O Alarmista.
Lendo estas coisas agora, o que te parece Dudu???

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O roteiro é bem legal; tenho grande interesse em visitar todas estas
cidades! Mas 200 Km por dia deixam a viagem desgastante; que tal 100Km por
dia como média?
200 Km por dia totalizam cerca de 12% do tempo na Europa dentro do carro na
estrada.

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Cada vez me parece mais imprescindível que saiamos de POA com todos os
hotéis reservados, para evitar perdas de tempo diárias à procura de hotéis.
Neste caso, precisamos de um roteiro pré-estabelecido.
Está ficando em cima da hora.

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Na primeira previsão, há alguns meses, definimos que seria conveniente U$
235,00 por casal por dia, para evitar de privarmo-nos de opções de lazer.
Então, ou gastamos U$ 6845 por casal (R$ 14716,75) ou a viagem dura somente
14 dias ou viajamos fazendo economia, o que, convenhamos, é a nossa última
opção, porque teremos durante esta viagem muitas oportunidades únicas, que
devem ser aproveitadas, e custarão caro.

E AGORA?

Obs: Marcelo: não me venha com a história de Paris a U$ 50,00 por dia."



Também como preparação ao reencontro dos Perdidos, e como forma de "fechar com chave de ouro" todo o ano passado em função da viagem, planejando, estudando, "sofrendo", enviei a todos os casais um questionário para elegermos "Os Mais-Mais dos Perdidos na Espace".

Tuesday, March 15, 2005

03/06/99 - São Paulo

Chegamos em São Paulo por volta das 7h30 depois de quase doze horas de noite, por causa da diferença de fuso. Free-shop, últimas compras com os poucos dólares restantes, alfândega livre, novamente no balcão da companhia aérea para o último vôo das férias. São Paulo - Porto Alegre com escala em Curitiba. Todos ansiosos para chegar em casa, rever as famí­lia.Em cada parada do avioo, desde Paris, a Roberta perguntava: "É agora que vou ver a vovó?".


Chegamos são e salvos em Porto Alegre por volta de 11h30, feriado de Corpus Christ. Apesar do combinado de que não iríamos comentar nada do vôo de Paris para não preocupá-los, a primeira coisa dita - ainda por telefone em São Paulo - pelas gurias foi: "Mãe, o avião quase caiu!" E não há nada neste mundo que as faça mudar de opinião sobre isso...

O Caio e a Aline seguiram viagem, de carro, até Santa Cruz do Sul com seus familiares que também estavam no aeroporto. Assim, o grupo se separou para apenas se reencontrar algum tempo depois, para ver as fotos, o vídeo e eleger os "mais-mais da viagem".

Monday, March 14, 2005

02/06/99 - Paris

Para quem imaginava que a quarta-feira seria apenas um dia de despedida, quase melancólico e sem adrenalina, o dia começou parecendo confirmar esta idéia. Nos reunimos no saguão do hotel e fomos até a famosa patisserie da esquina comprar nosso café (croissants, bombas de chocolate e suco) para tomarmos no jardim da igreja de St.Medard quase ao lado do hotel.


Lá, a primeira despedida do dia: o Paulo ia separar-se de nós logo cedo (por volta de 9h30min) para ir em direção ao estádio do Roland Garros, onde assistiria os jogos das quartas de finais do Guga e do Meligeni. Fotos, últimos momentos registrados em vídeo, choro e começava-se a se separar o grupo de uma das melhores viagens de nossas vidas. Enquanto o Paulo seguia para o metrô, o grupo se separou: o Caio e a Aline foram fazer as últimas compras antes de irmos para o aeroporto, e a Jacque, a Karina, a Roberta e eu fomos caminhar um pouco pelas redondezas, o Jardin des Plantes.

O vôo de volta, saindo do aeroporto Charles de Gaulle, sairia às 18h30min e faria uma escala em Frankfurt, de onde sairíamos às 22 horas para São Paulo. Tínhamos, portanto, muito tempo livre até às três e meia da tarde, horário que planejáramos pegar um táxi - devido às bagagens - para o aeroporto.

Sem nenhum tipo de pressa e completamente relaxados, fomos passear nas nossas últimas horas de turista brasileiros na Europa. Saindo atrás da igreja de St.Medard, seguimos pela Rue Moffetard até a Rue Clovis, já no Quartier Latin, indo visitar a igreja de St.-Etienne-du-Mont, com seus vitrais admiráveis, que é a igreja que abriga os restos mortais de Sainte Geneviève, a padroeira de Paris. De lá, a poucos passos de distância, está a Sorbonne, que dispensa maiores comentários.

Passamos em frente à Faculte de Droit da Université de Paris, a faculdade de direito onde a Aline já havia tirado uma foto, por razões óbvias (ver início da história). De lá fomos até o Jardin du Luxembourg, um verde oásis de 25 hectares que é o parque mais popular de Paris. Lá, sentamos ao sol, brincamos com a Roberta, demos comida para as pombinhas e os patinhos. Era uma bela manhã de sol de final de primavera em Paris. Alguns casais de namorados circulavam de mãos dadas pelas ruas, alegres, sem compromissos. Felizes, enfim. Nós compartilhávamos essa alegria apenas por estarmos ali, na cidade luz.

Enquanto, inocentes, nós passeávamos pelas ruas e praças de Paris, o horror começava a se abater sobre os Perdidos, não muito longe dali. Logo após ter se despedido de nós e partido rumo ao estádio de Roland Garros para assistir os jogos de tênis, o Paulo foi para a estação de mêtro próxima ao Hotel de France, a Censier Daubenton. Lá chegando, a notícia que desencadearia uma quase operação de guerra em todos nós: o mêtro de Paris estava em greve porque, na noite anterior, um funcionário havia sido espancado até a morte por marginais quando os abordou numa inspeção de rotina dentro de um dos trens. A paralisação era por mais segurança. O Caio e a Aline, que iam fazer compras e pretendiam usar o mêtro, também logo descobriram isso.

Devido a cidade estar sem o metrô, o principal transporte coletivo da cidade, os ônibus (que nem havíamos cogitado utilizar) eram agora a única forma popular de locomoção, com exceção de bicicletas e nossas próprias pernas. Por isso, os três entraram no primeiro que viram. Levando-se em conta que as pessoas que tinham carro e não o usavam em detrimento do metrô tiraram seus carros da garagem, o caos estava armado. Ficaram quase quarenta minutos sem o ônibus sair do lugar, quando o Paulo desistiu, desceu e iniciou uma jornada que incluiu carona, táxi e caminhada até chegar ao estádio. O casal Z desistiu das compras e foi nos procurar para dar a notícia.

Fomos encontrados ainda sob a proteção bucólica do Jardin du Luxembourg numa manhã de primavera. Trazidos de volta à realidade do nosso delírio paz e amor, tomamos alguma decisões práticas para evitar problemas na nossa ida para o aeroporto: voltamos ao hotel, solicitamos por telefone táxis que nos pegariam às 13h15min, cedo o suficiente para que os engarrafamentos que certamente pegaríamos não nos atrasassem. De volta ao hotel, arrumação final das malas. Às 12hs nos encontramos e fomos almoçar no restaurante em frente ao hotel onde eu e o Paulo havíamos comido no nosso primeiro dia de Paris. Almoçamos acompanhando o Guga perder o jogo para o ucraniano Andrei Medvedev. Voltamos ao hotel, arrumação final, verificação de que não havíamos esquecido nada, e estávamos prontos para a longa viagem até o Charles de Gaulle pelo engarrafado trânsito parisiense em dia de greve do metrô.


Exatamente na hora marcada, as duas reluzentes Mercedes C280 que nos levariam ao aeroporto estavam nos esperando. Colocamos as nossas bagagens e por volta das 13h20 saímos. Surpresa: eram aproximadamente 13h45 quando chegamos. O paralisação havia sido suspensa e a cidade havia voltado ao seu ritmo normal. Devido ao nosso excesso de precaução, teríamos quase cinco horas de espera. E esperaríamos com as malas, pois o check-in só seria feito a partir das 17h. Paciência, era melhor esperar um pouco a mais do que correr o risco de perder o avião. Fomos a um dos cafés do terminal e ficamos (na verdade foi basicamente eu) assistindo a outro jogo de tênis na televisão, desta vez assistindo ao Fernando Meligeni vencer o espanhol Alex Corretja com uma facilidade surpreendente, reduzindo o meu passatempo de aeroporto a um tempo pequeno.

Visitamos várias lojas, free-shops, fizemos o check-in às 17h, tudo corria bem. A chamada do vôo foi às 17h45 e entramos na sala de embarque neste horário. Sentados tranqüilos, líamos jornais e revistas enquanto aguardávamos.

18h15... 18h30... 18h45... A adrenalina aumentando no grupo. Fui convocado a ver o que estava acontecendo. Descobri que atrasaríamos um pouco, a óbvia informação.

19h... Vou novamente conversar com o pessoal da Air France. O tempo em Frankfurt estava ruim, teríamos que esperar melhorar.

19h15... Ansiedade aumentando. "Vamos perder a conexão", diz alguém. Tento tranqüilizá-los dizendo que, mesmo se perdermos, ficaremos instalados em um hotel até nos conseguirem um novo vôo. Inútil tentativa. Converso novamente com o pessoal da companhia. Dizem que os vôos em Frankfurt também estão atrasados e que não há risco de perdermos a conexão.

19h30... Avisam que vamos embarcar em breve. Nuvens negras encobrem Paris.

20h... Vamos embarcar.

20h30... Pegamos o ônibus que vai nos levar até o avião.

20h40... Já no avião, nossos lugares são bem no fundo, praticamente os últimos. Sentam (de quem olha da frente para o fundo, da esquerda para direita): Karina, Roberta e Jacque, eu, o Caio e a Aline. Eu e a Jacque separados pelo corredor.

20h50... Levantamos vôo.

Quando achávamos que nossas tensões se resumiriam à dúvida sobre se chegaríamos a tempo para pegarmos o vôo VASP da conexão, quando terminávamos o lanche que nos fora servido, a adrenalina voltou a aumentar muito no grupo (já incompleto, sem o Paulo). Devido à passagem pelas densas e escuras nuvens que cobriam Paris, o avião passou por turbulências. Até aí, nada demais. Acontece que não foram simples turbulências. O avião sacudiu bastante, principalmente para nós que estávamos na parte traseira da aeronave. Com isso, a Jacque - que não gosta de aviões - ficou assustada, melhor, apavorada. O tempo total de duração da turbulência mais intensa não deve ter passado de 10 minutos, mas nesse tempo os restos dos lanches dos passageiros que não haviam sido recolhidos, principalmente as latas de refrigerante, caíram no chão. Uma comissária que guardou o carrinho do lanche na seu compartimento - na parte de trás do avião, perto de nós - não o fixou adequadamente e notou isso quando estava no meio do corredor, viu ele se soltando e ameaçando correr solto pelo avião. Com isso, correu meio avião para tentar evitar que isso acontecesse (passando em velocidade por nós).

Neste momento, a Jacque - apavorada e olhando para mim dizendo que estava com muito medo - ganhou a companhia da Karina e da Roberta no pavor e nas lágrimas. O Caio não falava nada ao meu lado, e a Aline também assustada, balbuciava coisas que eu não conseguia ouvir para o Caio. Eu - estranhamente e talvez porque alguém tinha que estar - estava calmo. Tentava tranqüilizar a Jacque de todas as formas, lembrava que turbulências eram comuns e que avião era o segundo meio de transporte mais seguro do mundo, só perdendo para o elevador...

Quando passou a turbulência, apenas o pessoal ali do fundinho do avião comemorou o fato de estarmos vivos e não termos caído, o que me fez pensar que só nós tínhamos sentido o chacoalhar. Com o grupo menos tenso - pero no mucho - decidi me preocupar com a segunda parte da viagem de volta. Chamei uma comissária e expliquei a ela a nossa situação: chegaríamos em Frankfurt às 22h, mesmo horário que o avião para São Paulo estaria partindo. Ela disse que ia tentar resolver o problema. Quando aterrissamos em solo alemão, o avião parou e todos os passageiros levantaram-se para pegar suas bagagens de mão, apareceu uma funcionária perguntando quem é que iria para São Paulo. Nos identificamos e desembarcamos antes dos outros passageiros.

Seguimos por um corredor - com o pessoal de terra nos apressando - até entrar num elevador, que desceu e se abriu na porta de um ônibus, onde uma funcionária da Air France nos esperava. De ônibus, atravessamos a pista do aeroporto de Frankfurt com ela conferindo as nossas passagens e não encontrando a da Jacque - que se queixava de que "tudo comigo, tudo comigo" - até chegar na plataforma onde nos esperavam com os cartões de embarque (já resolvido o problema dela). Saímos do ônibus, andamos por uma pequena rampa, e, finalmente e sãos e salvos, embarcamos no vôo que nos levaria de volta ao Brasil. Foi o check-in mais ágil de nossas vidas. De todos, fui o último a embarcar, e tive tempo de conversar com a tripulação, que contou que estavam atrasados e que ainda levaríamos cerca de uma hora até alçar vôo.

Foi um vôo muito tranqüilo, sem intercorrências. Logo após a janta, todos foram dormir. Desta vez não tomei nada para dormir porque estava preocupado com a Jacque e com as meninas as quais eu me sentia responsável, porque o Paulo não estava junto. Fui dormir bem tarde, porque fiquei algum tempo ainda velando o sono da minha esposa, da minha cunhada e da minha linda afilhadinha.

Sunday, March 13, 2005

01/06/99 - Paris


Acordamos relativamente cedo e fomos direto ao metrô. Café da manhã no McDonalds da Champs Elysées. Assuntos burocráticos: câmbio a FF$6,20 por dólar, o melhor que encontramos na França. Nosso objetivo da manhã, escolhido por votação unânime, era o Bois de Bologne, um parque na zona oeste de Paris de cerca de 865 hectares de áea verde e propício para longas caminhadas, passeios de bicicletas e piqueniques.

Basicamente foi o que fizemos: caminhar. Passeamos por ele aleatoriamente sem nenhuma indicação das atrações do local, ou seja, perdidos. Não vimos nem o Jardim de Shakespeare, nem os Jardins de Bagatelle, nem o Jardim de Rosas e, finalmente, não vimos o Jardin d'Acclimatation. Ao contrário do que possa parecer. O passeio não foi totalmente perdido, por duas razões: primeiro, foi lá que encontramos uma balança e todos nos pesamos (lembrem bem: depois de 21 dias comendo muito bem). A maioria um pouco mais pesada do que antes da viagem e a assustadora constatação de que eu havia engordado cerca de 10kg nos últimos 4 anos, o que motivou uma dieta rigorosa na volta das férias. Segundo, descobrimos aquilo que chamamos de "trailers do amor". São pequenos motor-homes que servem de local de trabalho para as prostitutas e travestis locais. Nos demos conta depois de passarmos por inúmeros deste trailers estacionados numa das avenidas que cruzam o parque.

Com os novos conhecimentos adquiridos, voltamos ao metrô e através de baldeação fomos até a estação Bastille, na Place de la Bastille. O nosso guia informa que nada restou da prisão que dá nome à praça e que foi tomada pela população em revolta em 14 de julho de 1789, que por sinal é data nacional francesa. No centro da praça, está o Colonne de Juillet, uma coluna oca de bronze de 51,5 metros de altura e tem no seu topo a estátua do "gênio da liberdade". É um memorial aos mortos nos choques de ruas de julho de 1830 que levaram à deposição do monarca. Tem uma cripta onde estão os restos de 504 vítimas daquela batalha. Chegando lá, fomos até o McDonalds e almoçamos. Não dá para esquecer que foi na viagem de trem até a Bastille que a Jacque, por estar sendo vítima de brincadeiras ("injustas", segundo a própria), saiu do trem em que nos encontrávamos numa estação do meio do caminho, para pegar o trem seguinte. Para não deixar a sua esposa sozinha no metrô, o seu marido (eu), saiu do trem logo após para encontrá-la, o que gerou protestos furiosos de sua parte.

Logo após almoçarmos (lancharmos, na verdade) seguimos pelas ruas do Marais até encontrarmos a Place des Vosges. Esta praça é considerada uma das mais belas do mundo. É perfeitamente simétrica, com 36 casas, nove de cada lado, de tijolo e pedra com telhados de ardósia e janelas estreitas e altas sobre galerias cobertas. Isto inalterado há 400 anos. O cardeal Richelieu morou lá, por exemplo.

Já chegando o verão, quente, os escolares já entrando em férias, a praça estava cheia de colegiais fazendo sua despedida antes das férias de verão. Neste clima leve, sentamos embaixo de árvores e demos uma relaxada neste que era o último dia da viagem. No dia seguinte, seria o da viagem de volta. Relaxamos tanto que a Roberta, com as mãos dentro da água de um chafariz, não se fez de rogada e "fez xixi" ali mesmo, nas calças. Foi ali também, num brechó, que a Jacque comprou seus novos óculos escuros, pois os originais havia sido perdidos ainda em Chamonix. Voltando à Place de la Bastille, foi possível notar que esta região é cheia de lojas de instrumentos musicais, o que sem dúvida é uma atração especial para os aficcionados.

Transporte público, novamente. O metrô nos levou até a estação Tulleires, mais especificamente, fomos até a Place Vêndome. Talvez este seja o ponto mais caro de Paris. É onde está o Ritz, hotel famoso pelo seu luxo e por suas diárias de custo astronômico. Também na praça estão bancos e joalherias, e - em seu centro - uma estátua de Napoleão.

Saindo da Place Vendôme, seguimos pela Rue Saint Honoré até a esquina com a Rue Royale onde entramos à direita e caminhamos uma quadra até chegar na Place de La Madeleine, onde está a Catedral de St Madeleine, uma das igrejas mais conhecidas de Paris. Ela é o contra-ponto arquitetônico do Palais-Bourbon, sede do parlamento francês, do outro lado do rio. Sua construção foi iniciada em 1764, mas até ser consagrada - em 1845 - pensou-se em convertê-la em parlamente, banco e Templo de Glória para o exército de Napoleão. O seu interior é todo decorado com mármore e dourado, com belas esculturas.

Pela própria Rue Royale, com o Palais Bourbon ao fundo, andamos até a Place de la Concorde, atravessamos a ponte de mesmo nome, e voltamos à rive gauche. Entramos no Boulevard Saint Germain, já em St.-Germain-des-Prés, e foi só escolher em qual café pararíamos para o ritual do sorvete e cerveja de toda tarde. Satisfeitos, o casal Y (Jacque e eu), deixou o grupo voltar para o hotel sozinho e foi passear de mãos dadas pelas margens do Sena. Passamos em frente ao Musée D'Orsay, que mantinha-se fechado, e fomos atravessar para o outro lado pela Pont Neuf, saindo justamente em frente às lojas Samaritane, onde fizemos algumas comprinhas e, de metrô, voltamos ao hotel.

Nos reunimos no hotel por volta das 21 horas para a janta de despedida de Paris, da Europa e do Paulo, que ficaria mais uma semana na cidade para assistir as finais do torneio de tênis de Roland Garros. Procuramos por um restaurante na Rue Moffetard, mas nada nos agradou. Após discussão, sem chegar a um consenso (o Caio não admitia repetir o restaurante), decidimos pelo La Comédia, o mesmo onde havíamos jantado na primeira noite de Paris. Apesar da controvérsia da escolha do local, a janta foi ótima, temperada com histórias da já saudosa aventura dos Perdidos na Espace. Fomos dormir naquela noite com a certeza de que havíamos feito uma viagem maravilhosa e inesquecível.

Thursday, March 10, 2005

31/05/99 - Paris


Agora sim, já habituados à  cidade, nos sentindo parisienses desde pequenos, já podíamos entrar em sua rotina. Café da manhã comprado na patisserie quase ao lado do hotel e comido na praça em frente à  igreja de St.-Médard. Maravilhosos croissants e bombas de chocolate. O primeiro objetivo do dia era o Cimetière du Père Lachaise, fora do centro.

Este cemitério fica em uma colina que dá vista para a cidade e é o mais freqüentado de Paris. É onde estão enterrados o escritor Honoré de Balzac, o compositor Fréderic Chopin, o Jim Morrison, vocalista do Doors (se é que ele morreu...), entre outros. O local é imenso, para andar por lá só de mapa. Pena que o único que tínhamos era bem impreciso (o do nosso guia), estava comigo e - adivinhem - me perdi do grupo. Nenhuma surpresa nisso, o problema é que devido a isto a visita dos outros foi abreviada pela procura ao perdido. Pelo menos todos visitaram o túmulo do Jim Morrison, que - segundo a Jacque - não passa de um grande cinzeiro. O detalhe é que tem um guarda por perto que não deixa tirar fotos nem registrar em vídeo. O interessante é que se alguém faz menção de sentar numa lápide qualquer, do nada surge um guarda para dizer que não é permitido.

Após o grupo ter reencontrado o moscão que se perdera (este que vos fala), voltamos de metrô para o centro. Por ser próximo ao horário de almoço, nos separamos para almoçar e fazer algumas compras (quem resiste às Galerias Laffayette?). Cada casal foi para o seu lado e após cerca de duas horas, compras feitas e almoçados, nos reunimos e voltamos ao hotel para largar os pacotes - poucos - e descansar um alguns instantes. Recolhidos ao recesso do quarto do hotel, pudemos acompanhar o desempenho dos tenistas brasileiros - o Gustavo Kuerten e o Fernando Meligeni - em Roland Garros. Neste dia, passaram em frente no torneio.

Saímos do hotel, novamente. Seguimos pela Rue Monge, continuamos pela Écoles, entramos à direita e fomos até a beira do Sena. Visitamos a Catedral de Notre-Dame, desta vez por dentro. Enquanto o Caio, a Aline, a Jacque e eu passeávamos pela catedral, o Paulo, a Karina e a Betinha ficaram em frente, no jardim, "fazendo as pombinhas comer na mão da Roberta". O dia estava quente e ensolarado. Caminhamos até a beira do rio e seguimos pela margem. Entre as várias opções, escolhemos um dos "bâteaux mouches" e fomos passear pelo Sena. Ele passa sob várias pontes e termina ao pés da Torre Eiffel. Terminado o passeio, praticamente sob a torre, sentamos num café para tomar cerveja e comer fritas, apreciando a tarde em Paris.

Após estes agradáveis momentos de descanso e refresco (com a ajuda de uma cervejinha) aos pés da Torre Eiffel, seguimos andando pelo Champ-de-Mars, que são os jardins que se estendem da torre até a Ecole Militaire. Eles já serviram para corridas de cavalo, embarque de passeios de balões e missas para comemorar o aniversário da Queda da Bastilha. Caminhamos até quase em frente a Ecole, e nos dirigimos ao Hôtel des Invalides pela Rue de Grenelle.

O Les Invalides, fundado por Luís XIV, foi o primeiro hospital militar e alojamento para soldados veteranos e incapacitados que, em outras circunstâncias, teriam de mendigar para sobreviver. Hoje em dia, sua fachada é um dos pontos turísticos mais marcantes da cidade. Passamos pela frente, com direito à foto. Seguindo pela Rue Grenelle, passamos próximos ao Museé Rodin, que devido à greve ministério da educação francês, estava fechado. O longo trajeto pela Grenelle nos fez desembocar na Boulevard Saint Germain, já em St.-Germain-des-Prés, onde, como manda a tradição criada por nós nesses dias de Paris, decidimos jantar.

Novamente o problema de nos depararmos com milhares de opções simpáticas aos nossos olhos. Dessa vez foi um pouco mais fácil porque decidimos atender um desejo que o Caio tinha desde Bruxelas de comer moules (mariscos). Escolhemos um que tinha mesas na calçada e conseguimos uma tão na calçada que era praticamente na sarjeta, quase no meio da rua, entre os carros que passavam... O próximo desafio da janta - no mesmo nível da janta de Dijon - era sobre como comer os moules, ou, melhor, comer como os outros faziam. Claro, estávamos no meio da rua, praticamente, e não havia o estresse de Dijon. Além disso, logo a Aline descobriu e ensinou para aqueles que estavam comendo (o Caio e o Paulo), porque ela não iria comer aquela coisa nojenta... Após a janta, o grupo dividiu-se: a maioria voltou ao hotel de metrô e o Paulo e eu fomos até um cybercafé. Desta vez, longe dos nerds. Escolhemos um que não era muito longe do hotel, na Boulevard Saint Michel, em Luxembourg, chamado Le Jardin de I'Internet. Sabendo tudo sobre o Brasil, voltamos ao hotel e nos juntamos ao resto. Boa noite de sono antes do último dia completo de viagem.