Sunday, March 13, 2005
01/06/99 - Paris
Acordamos relativamente cedo e fomos direto ao metrô. Café da manhã no McDonalds da Champs Elysées. Assuntos burocráticos: câmbio a FF$6,20 por dólar, o melhor que encontramos na França. Nosso objetivo da manhã, escolhido por votação unânime, era o Bois de Bologne, um parque na zona oeste de Paris de cerca de 865 hectares de áea verde e propício para longas caminhadas, passeios de bicicletas e piqueniques.
Basicamente foi o que fizemos: caminhar. Passeamos por ele aleatoriamente sem nenhuma indicação das atrações do local, ou seja, perdidos. Não vimos nem o Jardim de Shakespeare, nem os Jardins de Bagatelle, nem o Jardim de Rosas e, finalmente, não vimos o Jardin d'Acclimatation. Ao contrário do que possa parecer. O passeio não foi totalmente perdido, por duas razões: primeiro, foi lá que encontramos uma balança e todos nos pesamos (lembrem bem: depois de 21 dias comendo muito bem). A maioria um pouco mais pesada do que antes da viagem e a assustadora constatação de que eu havia engordado cerca de 10kg nos últimos 4 anos, o que motivou uma dieta rigorosa na volta das férias. Segundo, descobrimos aquilo que chamamos de "trailers do amor". São pequenos motor-homes que servem de local de trabalho para as prostitutas e travestis locais. Nos demos conta depois de passarmos por inúmeros deste trailers estacionados numa das avenidas que cruzam o parque.
Com os novos conhecimentos adquiridos, voltamos ao metrô e através de baldeação fomos até a estação Bastille, na Place de la Bastille. O nosso guia informa que nada restou da prisão que dá nome à praça e que foi tomada pela população em revolta em 14 de julho de 1789, que por sinal é data nacional francesa. No centro da praça, está o Colonne de Juillet, uma coluna oca de bronze de 51,5 metros de altura e tem no seu topo a estátua do "gênio da liberdade". É um memorial aos mortos nos choques de ruas de julho de 1830 que levaram à deposição do monarca. Tem uma cripta onde estão os restos de 504 vítimas daquela batalha. Chegando lá, fomos até o McDonalds e almoçamos. Não dá para esquecer que foi na viagem de trem até a Bastille que a Jacque, por estar sendo vítima de brincadeiras ("injustas", segundo a própria), saiu do trem em que nos encontrávamos numa estação do meio do caminho, para pegar o trem seguinte. Para não deixar a sua esposa sozinha no metrô, o seu marido (eu), saiu do trem logo após para encontrá-la, o que gerou protestos furiosos de sua parte.
Logo após almoçarmos (lancharmos, na verdade) seguimos pelas ruas do Marais até encontrarmos a Place des Vosges. Esta praça é considerada uma das mais belas do mundo. É perfeitamente simétrica, com 36 casas, nove de cada lado, de tijolo e pedra com telhados de ardósia e janelas estreitas e altas sobre galerias cobertas. Isto inalterado há 400 anos. O cardeal Richelieu morou lá, por exemplo.
Já chegando o verão, quente, os escolares já entrando em férias, a praça estava cheia de colegiais fazendo sua despedida antes das férias de verão. Neste clima leve, sentamos embaixo de árvores e demos uma relaxada neste que era o último dia da viagem. No dia seguinte, seria o da viagem de volta. Relaxamos tanto que a Roberta, com as mãos dentro da água de um chafariz, não se fez de rogada e "fez xixi" ali mesmo, nas calças. Foi ali também, num brechó, que a Jacque comprou seus novos óculos escuros, pois os originais havia sido perdidos ainda em Chamonix. Voltando à Place de la Bastille, foi possível notar que esta região é cheia de lojas de instrumentos musicais, o que sem dúvida é uma atração especial para os aficcionados.
Transporte público, novamente. O metrô nos levou até a estação Tulleires, mais especificamente, fomos até a Place Vêndome. Talvez este seja o ponto mais caro de Paris. É onde está o Ritz, hotel famoso pelo seu luxo e por suas diárias de custo astronômico. Também na praça estão bancos e joalherias, e - em seu centro - uma estátua de Napoleão.
Saindo da Place Vendôme, seguimos pela Rue Saint Honoré até a esquina com a Rue Royale onde entramos à direita e caminhamos uma quadra até chegar na Place de La Madeleine, onde está a Catedral de St Madeleine, uma das igrejas mais conhecidas de Paris. Ela é o contra-ponto arquitetônico do Palais-Bourbon, sede do parlamento francês, do outro lado do rio. Sua construção foi iniciada em 1764, mas até ser consagrada - em 1845 - pensou-se em convertê-la em parlamente, banco e Templo de Glória para o exército de Napoleão. O seu interior é todo decorado com mármore e dourado, com belas esculturas.
Pela própria Rue Royale, com o Palais Bourbon ao fundo, andamos até a Place de la Concorde, atravessamos a ponte de mesmo nome, e voltamos à rive gauche. Entramos no Boulevard Saint Germain, já em St.-Germain-des-Prés, e foi só escolher em qual café pararíamos para o ritual do sorvete e cerveja de toda tarde. Satisfeitos, o casal Y (Jacque e eu), deixou o grupo voltar para o hotel sozinho e foi passear de mãos dadas pelas margens do Sena. Passamos em frente ao Musée D'Orsay, que mantinha-se fechado, e fomos atravessar para o outro lado pela Pont Neuf, saindo justamente em frente às lojas Samaritane, onde fizemos algumas comprinhas e, de metrô, voltamos ao hotel.
Nos reunimos no hotel por volta das 21 horas para a janta de despedida de Paris, da Europa e do Paulo, que ficaria mais uma semana na cidade para assistir as finais do torneio de tênis de Roland Garros. Procuramos por um restaurante na Rue Moffetard, mas nada nos agradou. Após discussão, sem chegar a um consenso (o Caio não admitia repetir o restaurante), decidimos pelo La Comédia, o mesmo onde havíamos jantado na primeira noite de Paris. Apesar da controvérsia da escolha do local, a janta foi ótima, temperada com histórias da já saudosa aventura dos Perdidos na Espace. Fomos dormir naquela noite com a certeza de que havíamos feito uma viagem maravilhosa e inesquecível.
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