Tuesday, August 12, 2008

18/02/02 – Cortina D’Ampezzo, Itália

(19º dia - Hotel Albergo San Marco 3*)

Jacque:


Foi uma longa noite de sono: como dormimos cedo (21h30), acordei algumas vezes durante a noite e sempre era “ainda cedo”. Acordamos e descemos para o café, “nossa” mesa estava marcada com a plaquinha de quarto 223 e já estava o cardápio da janta pronto para que deixássemos marcados os pratos que gostaríamos. Café simples e gostoso, além do fato de termos acordado com o cheiro de bolo no quarto…

Saímos com o carro após alguns minutos de manobras para retirar o gelo dos vidros, temperatura de –3ºC, dia de céu azul e sol. Nos dirigimos para Brunico onde iríamos fazer câmbio e depois tentar esquiar. Na estrada que liga Cortina a Dobbiaco (1500m de altitude) chegamos a pegar –6ºC (temperatura mais baixa até agora), e depois de Dobbiaco se desce cerca de 1000mts e a neve foi escasseando e a temperatura subiu até +2ºC. No ano passado, em dezembro, havia muito mais neve nessa região.

Chegamos à Brunico com sol e nenhum sinal de neve (estávamos achando que não haveria neve para esquiar em Anterselva). Fomos ao banco e conseguimos ótimo câmbio, sem taxas. Demos mais uma passeada e seguimos para Oberassen/Rasun di Sopra, onde passamos o Natal de 2000, passamos em frente ao “querido” Hotel Andreas Hofer e nada de neve, seguimos então até Anterselva, onde fica o Biathlon Centro de Sci Fondo e Biathlon, onde fizemos nossa única aula de esqui, há um ano atrás. Chegando lá, sorte nossa, havia neve. Muito movimento. Temperatura de 2ºC e calor quando no sol.

Dessa vez, optamos por não ter aula, apenas pegar os esquisa e “se atirar” na neve. Alugamos o equipamento (botas e esquis) a sete euros para cada um, para o dia inteiro.

Alpes 292 - Superesqui 2 Alpes 291 - Superesqui

O início, insegurança total… apesar de estar apenas no plano, não me sentia firme e ficava me desequilibrando. Após alguns minutos, comecei a me sentir progressivamente mais segura, ao menos para andar em linha reta com os esquis e deslizar em micro-descidas. Já o Marcelo, milagrosamente, não caía e estava bem mais firme que no ano passado. Fomos então “nos aventurar” por um caminho até o lago, pois no início estávamos só na área de treino. Como estávamos com muito calor, fomos até o carropara largar as mochilas e algumas peças de roupa.

Foi bem legal, conseguimos nos aocstumar mais e “pegar o jeito” com os esquis, eu consegui andar por cerca de 2h30 sem nenhum tombo, e o Cello só caiu duas vezes sempre como conseqüência de manobras “ousadas”: a primeira vez ele desceu uma “ladeira” em curva e quando chegou no final caiu tentado desviar de outro esquiador; e a segunda quando tentaou subri uma rampa e após alguns passou ele desceu “de ré” e caiu de costas. Foi bem divertido, ainda falta muita agilidade e técnica, mas foi bem melhor que no outro ano… Paramos para almoçar no simpático restaurante do local por volta das 14h30. Tomamos dois chopinhos de 200ml e comemos linguiça com batata e chucrute acompanhado por uma mostarda maravilhosa! Completamos a gostosa refeição com dois capuccinos. Voltamos para esquiar por mais um tempinho e daí decidimos voltar a Cortina para pegarmos o comércio ainda aberto.

Alpes 294 - Estrada Brunico-Cortina

Retornamos com temperaturas entre +1 e +4ºC. Deixamos o carro no estacionamento do hotel e fomos dar uma olhada no centro. A grande maioria lojas de grife, muito caras, “não para o nosso bico”, mas comprei dois livros para o pai sobre os Dolomitas e sobre a participação dos italianos da região na Primeira Guerra. Espero que ele goste! Voltamos para o quarto, banho, descanso, ajeitar as malas pois amanhã partimos…

Descemos para jantar às 19h50 e, como já havíamos escolhido o cardápio, só tivemos o trabalho de pedir água mineral (resolvemos abrir mão do vinho essa noite…). Meu primo piatti for melanzana alla parmigiana (berinjela com muito queijo e molho de tomate picante). O Cello pediu sopa de ervilhas que, apesar de gostosa, não se compara à dele. O secondo piatti foi igual para os dois: Saltimboca Romana (vitela coberta com speck e molho madeira mais batata assada e salada – excelente!). A sobremesa, finalmente, foi uma maravilhosa torta de ricotta para mim e sorvete de chocolate para o Cello.

Tudo muito gostoso, pena que amanhã daremos adeus à Cortina D’Ampezzo.

Buonna notte.

Monday, August 04, 2008

17/02/02 – Cortina, D’Ampezzo, Itália

(18º dia - Hotel Albergo San Marco 3*)

Marcelo:

Tudo deu muito certo. E, para compensar os 600km rodados ontem, hoje rodamos bem pouco, cerca de 150km, saindo de Pordenone e acabando em Cortina. Foi assim:

Após tomar o café da manhã no Hotel Best Western de Pordenone, saímos para caminhar pela cidade. Segundo o Guia Visual Folha de São Paulo, a cidade é composta por apenas uma rua, a Corso Vittorio Emmanuelle II, uma longa rua que é margeada por belas casas com arcadas de tijolo rosa. A rua termina no Pallazzo Comunale, que fica próximo a Duomo, que tem um campanário imponente. No Pallazzo Comunale, ainda, há a torre do relógio, do século XVI.

De volta ao hotel, checkout e estrada. Saímos em direção a Oderzo, após a Conegliano, Vittorio Veneto (cittá gemelata com Criciúma e São Caetano do Sul). Em Vittorio Veneto, pegamos a S51, em parte cênica, que leva direto à Cortina D’Ampezzo, a principal estação de esqui da Itália, onde chegamos pouco depois do meio-dia. Estacionamos num parking público e decidimos procurar hotel. Rapidamente encontramos o aconchegante e não exageradamente caro Hotel San Marco. O quarto amplo, aquecido e com um grande vista para o vale. Busquei o carro e o estacionei no estacionamento privativo do hotel, gratuito. Quando saímos do carro, começou a nevar, neve essa que aumentou a ponto de transformar a vista do quarto do hotel uma paisagem de sonho. Como era hora da siesta, a cidade estava vazia.

Alpes 287 - Hotel San Marco Cortina Alpes 285 - Caminhando na neve

Caminhamos um tempo sob a neve que caí incessamente até encontrar um bar aberto, onde almoçamos mini-pizzas com capuccino de tiramisu de sobremesa. De volta ao hotel, ficamos mais umas duas horas de bobeira até que a neve parou. Não estava muito frio, cerca de 2 ou 3ºC, e, por volta das 17 horas saímos para a rua para telefonar para as famílias. Tudo bem no Brasil, tudo bem em Cortina. Muitas (MUITAS!) pessoas andando nas ruas, crianças brincando na neve enquanto anoitecia.

Alpes 284 - Vista do quarto do hotel Cortina D'Ampezzo Alpes 283 - Cortina D'Ampezzo

Voltamos ao hotel e ficamos acompanhando as Olimpíadas de Inverno pela RAI TRE, torcendo junto com os locutores. Isso enquanto tomávamos um bom vinho do Friule, safra 2000. Tomamos toda a garrafa. A janta, no hotel, começava às 19h30. Às 19h45 descemos e – como esperado – havia uma mesa reservada para nós. Servida à francesa, tinha entrada (crème de cogumelos), prato principal (carne) e sobremesa, à escolha. Juntos, pedimos vinho, e tomamos a segunda garrafa rapidinho. Voltamos ao quarto bem risonhos e, ao deitar, fiquei até meio tonto. Tomei um Dramin e fui dormir esperando não acordar de ressaca porque amanhã teria esqui em Anterselva (boa e velha Rasun di Sopra).

Até.

Friday, February 01, 2008

16/02/02 – Pordenone, Itália

(17º dia - Park Hotel 3*)

Jacque:

Voltamos à Itália e, apesar de tudo, deixamos a Áustria sem ressentimentos (explicações a seguir na narrativa…).

Acordamos em Viena e tomamos nosso café-da-manhã “bandeijão” ótimo, exceto pelo leite (de máquina) que é um tipo de Molico “ainda mais aguado”, ou seja, impossível de beber. Troquei, então por um chá…

Arrumamos nossas coisa, fizemos o check-out e fomoe embora com Viena numa manhã de pouco sol (com um tipo de neblina) e temperatura em torno dos 2 ou 3ºC. Paramos para abastecer, afinal o diesel na Áustria foi o mais barato que encontramos até aqui ( 1 litro = 0,668 Eur). Completamos o tanque com 22,53 litros e saímos de Viena pela 17 (colateral da Autobahn A2), lentamente, afinal ela passa por diversas cidadezinhas, e – no terço final até Graz – andamos pela própria A2, sempre com céu nublado e temperatura de 2ºC.

Entramos em Graz, a segunda maior cidade da Áustria mas considerada “pouco turística”. Visitamos o “Centro Antigo” (Altstadt), de muito movimento nas ruazinhas para pedestres com calçamento de pedra, cheias de lojas, cafés e inclusive músicos tocando na rua. Graz será a capital cultural da Europa em 2003, e por essa razão há muitas obras pela cidade, incluindo uma estátua similar à Estátua da Liberdade para marcar o evento (esse monumento ainda está na fase inicial, em sua estrutra metálica).

Alpes 272 - Altstadt Graz

Após nossa pequena volta, saímos de Graz (cidade onde nasceu o ator Arnold Schwarzenegger, que dá nome ao estádio de futebol local). Nossa saída foi – mais uma vez – por uma estrada menor (nº 70), que teria trechos cênicos. Paramos para almoçar num MacDonald’s em Rosental, ao lado do que parecia ser uma usina nuclear (pelo menos tinha a torre de resfriamento). Eu comi um Menu Dobble fisch-Mac e o Cello um McCountry Deluxe. Na saída, aionda pegamos um caffe-latte grande para a viagem, o que já virou tradição.

Começamos a subir por uma rota cênica montanha acima, na neve. Subida muito bonita, com árvores cobertas de neve e queda da temperatura para –1ºC. Aos poucos fomos nos dando conta que começou a nevar, timidamente no início e aumentando de intensidade aos poucos, começando a cobrir tudo de branco… belíssimo!

A altura máxima que chegamos dois em Packsattel, uma passagem de montanha a 1169m de altitude, com temperatura de –4ºC, a menor até agora na viagem. Paramos para tirar fotos na estrada com a neve caindo, coloquei o tripé e a máquina em cima do carro, ligada no automático. Quando eu desci do carro, a máquina “voou” para o chão e se “estatelou” no asfalto. Tomamos o maior susto, achei que tionha quebrado… a bateria saltou longe, a lente ficou semi-aberta, mas, para nossa sorte, o compartimento do filme ficou intacto. Após recolocar a bateria e secá-la, voltou a funcionar perfeitamente. E tiramos a foto!

Alpes 275 - Começando a nevar Austria

A neve começopu a ficar cada vez mais intensa, o que realmente é um espetáculo belíssimo, tudo branco… as árvores, os carros, a estrada, e esse é o porém, afinal o perigo aumenta! Com a neve bem intensa (estávamos, como disse, em uma estrada menor, colateral) começamos uma “subidinha” com o carro e este começou a derrapar muito. Apareceu no visor do computador de bordo o desenho de um carro “derrapando”… Tornou-se impossível seguir em frente, o carro patinava e não andava, e não adiantava acelerar. Ansiedade! Chegamos a pensar que teríamos que ficar ali até o limpa neve passar. Mas como não havia nenhum outro carro na estrada, o Celllo conseguiu deixar o carro descer de ré um pouco e com cuidado, e conseguiu manobrar na estrada e dar meia-volta. Voltamos “na ponta dos dedos” até a cidadezinha de St Andre, onde havia acesso para a auto-estrada A2.

O trânsito na A2 estava lento mas tranqüilo devido à neve e à neblina. Tudo branco, e de tempos em tempos passavam caminhões limpa-neve, o que tornava o trajeto bastante seguro. Temperatura se mantinha entre –2 e 0ºC. Um pouco antes de Klagenfurt entramos em uma Rast statation (posto + restaurante + lojinha) para irmos ao banheiro. Ainda nevava bastante. Ao estacionarmos e sairmos do carro, saiu de uma van um policial que disse ser da aduana. Aduana?!

Não entendemos nada, e pedimos que falasse em inglês, please. Disse ser da polícia aduaneira e solicitou nossos passaportes e documentos do carro. Ficamos desconfiados, pois não estávamos ainda próximos a nenhuma fronteira (ou será que nos perdêramos e estava na Eslovênia?). Depois de conferir nossos documentos, pediou para mostrarmos o selo de permissão para circularmos de carro pelas auto-estradas austríacas, o que – óbvio – não tínhamos e nem sabíamos que era preciso… só depois o Marcelo lembrou que não viagem dos Perdidos, em 1999, havíamos comprado esse selo…

O policial, então, nos idsse que precisávamos comprar para seguir adiante, e somado à multa, nos saiu pela bagatela de Eur 120,00! E ainda tínhamos que deixar a Áustria em vinte e quatro horas. Por isso resolvemos deixar a Áustria o quanto antes. O pior de tudo é que faltavam menos de duas horas de viagem para sair do país (e na frointeira com a Itália nem pediram documentos). Ou seja, se não fosse pela parada para ir ao banheiro, nada disso teria acontecido (foi o “xixi” mais caro de nossas vidas). Saímos “emburrados” e decidimos passar por for a de Klagenfurt e chegar na Itália o mais breve possível, pela própria A2. Entramos na Itália já anoitecendo e sem neve.

Seguimos pela A23, que cruzou a fronteira em Arnolstein,e fomos em direção à Udine (cerca de 70km). Passamos por um pedágio (Eur 4,90), mas o “tio” queria tanto troco em moedas que acabou se atrapalhando e nos devolvendo um euro a mais, o que só percebemos quando já tínhamos saído da praça de pedágio. Chegamos em Udine por volta das 19h, noite de sábado, grande movimento de carro. Pelo Guia da Folha de São Paulo, Udine não tem grandes atrativos, e foi essa a impressão (bem superficial) que tivemos durante nosso passeio de carro pela cidade. O mais intrigante é que vimos pouquíssimas indicações de hotel, e todos 2 ou 3 estrelas, bem “fraquinhos”.. A única atração de Udine deve ter sido o Zico, quando jogou lá… ah, passamos pelo estádio Friuli, da Udinese. Acabamos desistindo de Udine e seguindo mais uns 50km até Pordenone, que tinha indicação do Park Hotel pelo guia de hotéis da rede Best Western.

Pordenone é uma pequena cidade cujo nome é uma homenagem ao pintor Il Pordenone (1484-1539), artista da região. Circulamos um pouco até achar o hotel bem central, com quartos confortáveis e recém reformados. Diária de 85 euros com café-da-manhã e estacionamento. Nos instalamos e saímos para jantar. Grande movimento de pessoas para uma cidade pequena. Jantamos num bonito restaurante (“Al Cattina”), onde comemos duas pizzas por 8 euros cada e dois chopps de 400ml, num total de 30 euros, inlcuída a gorjeta.

Volteio tão cansada para o hotel que não consegui escrever o relato completo do dia, que só terminei no dia seguinte, no carro, a caminho de Cortina D’Ampezzo.

Até mais.

15/02/02 – Viena, Áustria

(16º dia - Hotel Ibis - Mariahilf)

Marcelo:


Há muitos anos atrás, decidi que - se um dia eu morasse na Europa – moraria em Viena, cidade que eu só fui conhecer pessoalmente ontem. Por que Viena, então? Talvez pela fama da cidade: ópera, a música clássica, os cafés, Freud. Hoje eu teria uma resposta simples para esta pergunta: Viena é a cidade mais linda do mundo.

OK, eu não conheço TODAS as cidades para afirmar isso. Praga, por exemplo, dizem que é maravilhosa, assim como Budapeste. Mesmo assim, eu afirmo com tranquilidade que Viena é a mais bela, ou – concessão – uma das mais belas. Que cidade teria, a poucos metros de distância, estátuas de Mozart e Goethe? Os museus, os jardins, os parques? Viena tem muitos jardins e parques, e também transpira música.

Alpes 262 - Estátua de Goethe Vienna Alpes 261 - Estátua de Mozart Vienna

Conheci a cidade num dia de céu profundamente azul, sem nuvens. Frio, muito frio. Caminhamos por toda a cidade dentro do inner ring. Começamos pelo Kunsthistorieche Museum, visitando o acervo complosto pelo que era a coleção de arte dos Habsburgos. Aliás, grande Habsburgos! No museu ainda, visitamos a exposição “Ouro do Faraó”. Saindo do museu, fomos ao Burgarten (fotos com Mozart e Goethe), seguindo para o Teatro da Ópera (La Traviata, hoje, 15/02, SOLD OUT). Pela Karintnerstrasse, fomos até a Stephenplatz para fotografar a Dom.

Alpes 255 - Heldenplatz Vienna


Após rápido passeio por ali, seguimos em direção ao Staadtpark e, passando pela Schwazembergplatz, até o Schloss Belvedere, que tem um grande jardim que na primavera e verão fica repleto de flores, ausentes agora devido ao inverno. Nosso roteiro de visitas seguiu voltando à Karintnerstrasse (com almoço no McDonald’s) e à Mariahilfstrasse. Isso já eram quase 16h. Pequena parada para compras. Após, nos separamos. Eu, internet café. Jacque, hotel. Nos encontramos de volta ao hotel para mais tarde ir jantar.

Alpes 266 - Stadpark Vienna

Descobrimos, hoje, que o rink de patinação fica normalmente em frente à Prefeitura (Rathaus, Hotel de Ville). Lá, barraquinhas onde tomamos quentão (glüchwein).

Alpes 259 - Tomando glüchwein

A Janta, no Pizza Hut aqui perto, foi com pressa porque o restaurante ia fechar. Na saída, fomos no McDonald’s pegar o café e – como este demorava – ganhamos como compensação uma torta de banana.

Resumindo muito, o dia foi assim.

Sono.

Amanhã, adeus Viena e retorno ao oeste velho de guerra. Não sei de onde escreverei.

Tchau.