Monday, November 27, 2006

13/02/02 – Salzburg, Áustria

(14º dia - Hotel Lehenerhof)

Marcelo:

Nós, Brasil, somos uma nação muito jovem. Temos pouco mais de 500 anos. É isso o que me faz crer que ainda chegaremos a um alto grau de desenvolvimento e educação. Pode ser que leve tempo, que eu nem viva para ver isso, mas vamos conseguir. Não podemos nos comparar a quem tem mais de dois mil anos de história.

O trânsito, por exemplo. Tenho certeza que, uma semana após retornar de viagem, já vou estar estressado e discutindo com outros motoristas tão ou mais nervosos qu eu. Prometo - sinceramentre – tentar melhorar nesse ponto.
Aqui as coisas funcionam de outro jeito. O pedestre sempre tem preferência. Colocou o pé na faixa de segurança, param o carro para que atravessemos a rua. Demora para um pedestre brasileiro se habituar. O trânsito, mesmo em grandes cidades – com exceção da Itália, claro – é mais tranqüilo que o do Brasil. Aqui em Salzburg, tem até sinal sonoro para cegos atravessarem a rua. São outros quinhentos, ou outros mil anos…

De volta à viagem, que hoje ganhou um nome: depois de ‘Perdidos na Espace – Uma Van na Europa’ e ‘Natal na Neve – Europa 2000/2001’, estamos agora na viagem ‘Europa Inverno 2002 – Alpes e Lagos’. Estávamos em Innsbrück, no ótimo hotel Alpotel Tyrol. Ótima noite de sono que se segui com um café da manhã muito bom, com destaque para a salada de frutas. Logo após o café, fomos para a rua dar a última passada e fazer câmbio.

No tourist information conseguimos um câmbio mais ou menos e vimos um imenso mapa dos alpes que, excluindo Paris, tem todo o roteiro de viagem. Muito grande e caro, não compramos. Voltando à Altstadt, passeamos um pouco pelas estreitas ruas com lojinhas de souvenirs (a Jacque procurava presentes) e, numa delas, encontramos aquele mesmo mapa dos Alpes numa versão um pouco (bem pouco) menos e bem mais barato. Compramos.

Voltamos ao hotel, checkout (€116,75) e seguimos adiante. Na saída de Innsbrück, parei num posto de gasolina e abasteci o carro (diesel a €0,744/l) num total de €35,00. Abandonamos Innsbruck numa bela manhã de sol pela 171 até a pequena Wiesing, onde desviamos para para a 169 e por ela fomos até Zell am Ziller. Nesta cidade, entramos numa ‘scenic route’ em direção a Gerlos. É importante ressaltar que ‘scenic route’ nessa viagem significa subir por estradas estreitas com muitas “tornantes” (curvas de 180º) em subidas. Gerlos é uma estação de esqui bem interessante, e lá paramos para fotos na neve e próximo a corredeiras com aspecto de MUITO frio. De volta à estrada, passamos pela Gerlopass (passagem de Gerlos), antes de descer com muitas tornantes até Mittersill, onde trocamos de estrada para a 168, que nos levou até Zell am See, nosso primeiro destino do dia.

Alpes 229 - Esticando as pernas em Gerlos

Como o nome diz, essa Zell fica às margens do Zellersee, lago que estava congelado, com patos e gansos caminhando em sua superfície, os últimos com certa dificuldade porque escorregam devido ao seu peso. Deixamos o carro num parking e fomos passear pelo centro. Paramos no McDonald’s, compramos dois Menu McCountry Deluxe e fomos comer sentados em um banco à beira do lago. Após o almoço, enquanto circulávamos pela Banhofstrasse, um internet café “se atirou” em minha frente. Entrei e verifiquei e-mails. Daí, passeamos mais um pouco pela orla do Zellersee e fomos de volta à estrada. Nosso destino então era Hallstatt, dita a mais bela cidade de beira de lago da Áustria. Para isso, pegamos a 311 em direção a Höhle e deveríamos entrar na 99. Por alguma razão que não sei explicar, não encontramos a saída para a 99 e acabamos na A10 em direção à Salzburg, que se tornou nosso próximo destino.

Alpes 233 - Zell am See

Não tinha lido nada sobre Salzburg no nosso guia de viagem. Logo, ao entrar na cidade não tinha a menor idéia do que encontraria. Com certa facilidade, chegamos na cidade velha, e segui em frente à procura de hotel. Os da rede Best Western, do nosso guia de hotéis da rede no mundo, eram todos 4* e muito caros para nós. Indo por instinto, entrei na Ignaz-Harrer-Strasse, algo como uma Azenha (referência à avenida de Porto Alegre) de Salzburg. Nesta rua, vi o letreiro do Hotel Lehenerhof. Parei o carro e fui até a recepção. O preço, bom (€ 72,00 com café da manhã). O estacionamento, gratuito. Ficamos.

Alpes 235 - Salzburg

Com um mapa da cidade que pegamos na recepção, pudemos ter uma idéia da cidade. Basicamente, divide-se em duas, a nova e a velha, pelo rio Salzach. Seguimos caminhando até a margem do rio, e por ela fomos até o centro (e a Altstadt). Circulamos pelas suas estreitas ruas até a Herbert Von Karajanplatz, e aí à Universidade, a Dom e a Mozartplatz. Lá, outro Internet Café “se atirou” na minha frente. Entrei novamente e consegui responder aos e-mails que precisava (não havia conseguido em Zell am See). Adiante, entramos na Getraidegasse, onde está a Geburthaus (casa onde nasceu Mozart). De lá, fomos pelo outro lado do rio, na começo da noite, até o Mirabellgarten, onde há uma estátua de Paracelsus, junto ao Paracelsus Kuhrhaus (complexo de saunas, piscina, etc).

Alpes 236 - Salzburg

Alpes 238 - Catedral Salzburg Alpes 237 - Getreidgasse Salzburg

Atravessamos novamento o rio e voltamos, pelo mesmo caminha da ida, procurando um local para jantar. Acabamos no Wienerwald, da mesmo rede onde jantamos ontem, em Innsbruck. Muito bom e, melhor, no térreo do nosso hotal.

Alpes 241 - Salzburg à noite

Amanhã, Viena.

Sunday, September 10, 2006

12/02/02 – Innsbruck, Áustria

(13º dia - Hotel Alpotel)

Jacque:


Olá! Hoje é dia de festa em Innsbruck. Isso mesmo, aqui também é dia de carnaval. Depois explico…

Acordamos com os nossos “fofíssimos” edredons de pena, arrumamos a bagunça e descemos para o café. Só para variar, hotel simpático, ótimo café e só nós dois na sala do café (muito bonita e, além do tradicional buffet de café, um iogurte com frutas silvestres e uma geléia de framboesa e amora excelentes! Infelizmente, todas essas coisas maravilhosas têm um preço… em calorias…

Fizemos o checkout e deixamos Lindau para trás… quem sabe um dia voltamos… mas sem fígado na janta, é claro… Ainda antes de sairmos, escolhemos a estrada a seguir (pelo menos a primeira) e depois eu fico com o mapa dando as indicações… Isso me fez receber o título de “Musa do Mapa” – adquirido na viagem anterior e reforçado nesta!

Alpes 215 - Tirol

Temos optado, sempre, por estradas menores (evitando as highways) e as mais bonitas (Scenic Route – marcada no mapa Michelin com a cor verde). Foi o que fizemos. Saímos de Lindau, pegamos a 308 - Alpenstrasse, que cruza pelo meio de uma floresta e uma bonita planície. O dia amanheceu nublado e foi “limpando” aos poucos. A temperatura, que era de 5ºC chegou até 18ºC em momentos com muito sol. Belo passeio! Fomos em direção ao Zugspitze (pico mais alto do Tirol). Passamos por Lindenberg, Immenststrabe ober joch (1180m de altitude) com neve e entramos novamente na Áustria (sem nenhuma aduana). Seguimos pela 314 e, já próximos à Innsbruck, optamos por desviar para uma scenic route antes de chegarmos à cidade. Subimos ima montanha por uma estrada muito íngreme até Seefeld.

É uma bela estação de esqui, e tinha uma quantidade boa de neve e mujita gente esquiando nos arredores da estrada. Sol forte, que fazia a temperatura se manter em 13ºC mesmo no meio da neve. Vários hotéis, todos aparentemente muito bons… Chegou a dar vontade de ficar ali, mas seguimos para Innsbruck, que era o destino do dia!

Chegamos à cidade com muito sol, deixando a cidade ainda mais bela (é toda cercada por montanhas nevadas). Temperatura de 15ºC no sol, bem agradável. Rumamos para o centro e no primeiro hotel que vimos o Marcelo resolveu perguntar o preço. Alpotel, quatro estrelas, bem central, com estacionamento. Preço €108,00 com café mais €8,00 pelo estacionamento, o que só descobrimos depois… Chegamos a circular um pouco mais, mas como o hotel era bom e bem localizado, acabamos voltando. O hotel é muito bom mesmo: quarto enorme com banheira, com salinha (mesa + poltronas) e sacada.

Deixamos nossas coisas e descemos para passear, pois fomos informados que as ruas próximas estavam fechadas para o desfile do carnaval de rua! Saímos a pé e seguimos a multidão de pessoas que se preparava para o desfile que iria começar às 14h na Maria Tehresien Str., rua principal de Innsbruck. As lojas estavam fechando e já havia muita fantasiada pelas calçadas.

Alpes 227 - Innsbruck

É muito legal. O desfile em si é super simples, são pequenos grupos que passam a pé ou em tratores e caminhões enfeitados, tocando músicas variadas (ópera, gaita de fole, rock, etc). Grupos de velhinhos tocandotmabores e cornetas de plástico, homens vestidos de mulher e vice-versa. Em outras palavras, “um frege”. As pessoas que assistem também usam fantasias, namorados, mães, pais, avós, crianças, etc. Executivos com nariz de palhaço e gravata torta, perucas, chapéus…

O bacana é que todos mundo se diverte de forma simples, sem exibição excessiva… Achamos bem legal. Várias barracas vendiam chope, quentão, taças de espumante, salsichas, pretzels, sonhos com recheio de geléia, etc. Além de assistirmos boa parte do desfile, sempre circulando, também caminhamos por toda a Maria Theresien St (muito bonita, com casas coloridas, lojas e restaurantes. No meio desta rua está a Annasäule (coluna de Anna), uma bela coluna de mármore esculpida que foi feita entre 1704 e 1706 para comemorar a coroação do Imperador Leopold II. Caminhamos, também, até o antigo Palácio Imperial (Hofburg), onde hoje funciona um museu. Em frente ao museu há a estátua eqüestre do arquiduque Leopold V, que governou o Tirol de 1618-1632.

Alpes 222 - Innsbruck

Passamos pelas ruas de pedestres do belo centro antigo (repletas de foliões) e seguimos até uma área oróxima ao Estádio Olímpico (Innsbruck foi sede da Olimpíadas de Inverno de 1964 e 1976). Antes de voltarmos para o hotel, passamos num mercado, compramos dois tipos de queijo, vinho, água mineral, “crackers”. Subimos para o quarto e ficamos vendo tevê e comendo queijinho com vinho… Pior é que agora nem tenho fome para jantar…

22:20hs – Descemos do hotel por volta das 20h30 e ainda haviam muitos foliões pelas ruas. Em vários pontos (esquinas, praças) haviam Djs colocando som (geralmente rock americano ou música alemã/austríaca). Muita sujeira nas ruas, com garrafas e copos de vidro no chão. Mais da metade das pessoas está fantasiada, ou com algum chapéu esquisito ou com o rosto pintado! É interessante que apesar de alguns estarem nitidamente bêbados, não vimos nenhuma briga ou “empurra-empurra”, nem apelação. Ou seja, muito legal!

Ficamos na cidade antiga, na praça da “Goldener Dachl”, casa construída em 1420 por Friederich IV como residência dos soberanos, olhando o pessoal dançando (nós também dançamos, claro), chegamos a ver um grupinho de brasileiros com a camisa da seleção, mas não nos aproximamos. Às 21h, o DJ encerrou a música e o pessoal começou aos poucos a se dispersar e já entraram em ação as grandes máquinas de limpar as ruas. Circulamos mais um pouco e acabamos voltando à Maria Theresien Str., onde paramos no Wienerwald, onde comemos cordon bleu (carne de porco à milanesa recheada com presunto e queijo) com salada e fritas + chope de 500ml. Prosit!

Ligamos para a mãe e falamos também com a Kaká e a Beta. Bem legal! Agora sim, encerro o dia.

Até.

Saturday, April 08, 2006

11/02/02 – Lindau, Alemanha

(12º dia - Hotel Stift)

Marcelo:

A idéia de viajar não é antiga na evolução do homem ocidental. Deve ter surgido mais ou menos junto com a instituição do casamento. Nada a ver com a lua de mel, é que neste ponto em que o homo sapiens deixou de ser nômade, surgiu a propriedade privada e, para mantê-la, o matrimônio. E a idéia de volta.

A volta para casa – assim como a preparação e a viagem em si – é fundamental para a idéia de viagem. Nômades, ciganos e gafanhotos não viajam: apenas vão de um lugar ao outro. É isso o que as pessoas não entendem quando digo que voltar para casa é tão bom quanto viajar. Para nós, ainda não é a hora de voltar, temos muito pela frente, o que vai tornar a idéia de voltar ainda mais interessante.

Estou escrevendo da Alemanha. Mais especificamente de Lindau, às margens do Bodensee, lago que faz fronteira de três países: Suiça, Alemanha e Áustria. Falando em lagos, assim como pelos alpes, essa é uma viagem por muitos lagos. Passamos por Aix-les-Bains e Annecy, na França, às margens de lagos. Contornamos uma parte do Lac Leman, entre Genebra e Evian. Paramos em Thun, no Thunersee, passamos batido por Interlaken (entre os lagos), visitamos Luzern com seu lago, dormimos às margens do Zurichsee, que hoje contornamos, passando por cima do Wallensee e acabando o dia na simpático Lindau, onde já estivéramos nos últimos dias do ano 2000, na viagem “Natal na Neve”.

Depois do stress que foi achar o hotel ontem à noite, após o banho e mesmo após descrever o dia em nossos diários de viagem, estávamos os dois sem nenhum sono. Meia-noite, o som de alguém roncando num quarto distante, e sem nenhum sono. Apelamos para as drogas: Dormonid para os dois. Uma noite bem dormida e sem sonhos, que acabou com o despertador tocando às 8h.

Seguindo a rotina de férias, café da manhã e estávamos prontos para o checkout às 9h20. Deixamos o hotel Ibis Zurich Technopark e fomos de carro até o parking Urania, o mesmo de ontem. Saímos caminhando até a Banhofstrasse, a avenida das lojas e bancos e, de lá, até a Hauptbanholfplatz, onde fica a estação de trens. Dando meia-volta, seguimos pela mesma Banhofstrasse em direção ao lago, parando num Coop (supermercado) para comprar filme para a máquina fotográfica.

Desviando um pouco da rota principal, subimos até a St.Peter’s Kirche, a catedral gótica de Zurich, que tem o maior relógio de fachada (na fachada) da Europa. De lá, seguimos até a Fraumünster, catedral protestante com belos vitrais de Marc Chagal. Como ela fica próximo ao local onde o rio Limmat deságua no lago, fomos até a ponto para fotos com as duas catedrais ao fundo. Atravessamos para a cidade antiga, fotos na beira do rio, e paramos para comprar o canivete novo da Jacque (o outro foi junto com a bolsa roubada em março de 2001). Dali, seguimos até a Grossmünster, de onde a reforma protestante na Suiça germânica foi liderada.

Alpes 202 - Zurich
Zurich

Após visitar a catedral, nos dirigimos até a Niederdorfstrasse e, na Spiegelgasse, entramos à direita para visitar o local onde era o Cabaret Voltaire (onde iniciou o movimento dadaísta) e a casa onde Lenin morou antes de voltar à Rússia para liderar a revolução. Aliás, próximo à St. Peter’s Kirche, fica a esquina James Joyce, pois foi em Zurich que ele escreveu o clássico (e ilegível, para mim) Ulysses.

Voltamos ao carro e – milagre – foi fácil sair de Zurich. Decidimos ir contornando o lago até Rapperswill (subúrbio de Zurich, praia de lago) para então acessar uma scenic route que passaria pelo Wallensee, cruzando após um pequeno trecho de Liechtenstein para chegar em Bregenz, Áustria, às margens do Bodensee. Então, pegamos a 17 saindo de Zurich, após para a 3 em direção a Näfels e após a Sarganz.

Alpes 204 - Indo para Liechtenstein
Alpes...

Alpes 205 - Visão Alpes e Lagos
... e Lagos


Em Schaan, fronteira da Liechtenstein com a Áustria, paramos para gastar os nossos últimos francos suiços, com chocolates, coca light e picolé. Para entrar na Áustria, controle aduaneiro (com carimbo no passaporte) e viagem pela autoestrada até Bregenz. Lá chegando, demos uma rápida olhada no centro da cidade e decidimos escolher um hotel na beira do lago para ficar. Fomos rodando pela avenida que beira o lago, e como Lindau fica a 8km de Bregenz, já na Alemanha, e é conhecida e simpática, fomos até ela.

Chegando, estacionei na praça em frente à Igreja e fomos ver se havia vagas no Hotel Stift, que tem um restaurante embaixo e – ótimo – estacionamento atrás. O quarto, imenso, para até quatro pessoas muito bem instaladas. Deixamos nossas coisas no quarto e fomos caminhar, passando pela Maximilianstrasse até o porto, no final da tarde, uma belíssima imagem.

Alpes 211 - Lindau
Lindau

Após, caminhamos até encontrar o hotel em que ficamos ano passado. Muitas voltas até encontrá-lo. Voltamos para o quarto e tomamos nosso bom vinho d’Abruzzo. Banho e janta no restaurante do hotel, dois andares abaixo do nosso quarto.

Alpes 212 - Hotel Stift Lindau
Hotel Stift

Muito boa a comida, com cerveja e apfelstrüdel com nata de sobremesa. Amanhã, Innsbruck. Vamos virar a Áustria do avesso, antes de voltar aos alpes italianos.

Até amanhã.

Saturday, April 01, 2006

10/02/02 – Zurich, Switzerland

(11º dia - Hotel Ibis City Technopark)

Jacque:

Hoje o dia foi extremamente pitoresco:

1- Belas paisagens de lagos suiços;
2- Crise de riso com a “musiquinha” do Marcelo;
3- “Stress” do estacionamento;
4- O “Sr Risadinha” no restaurante;
5- “Grande perdida” em Zurich (e arredores) para reencontrar o hotel

Vamos descrever item por item.

1. Belas paisagens dos lagos suiços

Acordamos e tomamos um gostso café da manhã no Hotel Chertreuse de Thun. No corredor do hotel havia uma bandeija de maçãs e, ao lado, um plaquinha que dizia “An apple a day keeps the doctor away”: levei uma para a viagem…

Saindo do hotel, fomos em direção ao centro antigo, estacionamos e caminhamos pelas ruas vazias de domingo, com o som dos sinos da igreja dobrando. Thun é muito bonitinha, bem estilo alemão de casas tipo enxaimel, ruas calçadas com pedras irregulares e banhada por um belíssimo lago de águas transparentes (o Thunersee). Ficamos um tempo observando os cisnes e patos que “tentavam” voar e “estatelavam-se” na água… Muitas lojas de produtos esotéricos e coisas místicas.

Alpes 175

Pegamos o carro, seguimos um pouco e paramos novamente para fotos do lago. É incrível que quase toda volta do lago (que é bem grande) é calçada para que se possa fazer caminhadas, andar de bicicleta, roller ou patinete… muito legal! Continuamos pela maravilhosa rota cênica da beira do Thunersee, comas montanhas nevadas ao fundo (temperatura ±4ºC) até Interlaken, onde apenas passamos de carro pois estava “chuviscando” e já havíamos visitado em 1999. Interlaken, como o nome mesmo diz, é a cidade que fica entre os dois lagos, o Thunersee e o Brienzersee.

Alpes 179

Seguimos pela mesma estradinha “podre de cênica”, agora contornando o Brienzersee. Passamos por Brienz, eu queria parar mas o Cello não quis porque estava uma chuvinha “super-mixuruca”, e seguimos adiante… A estrada então subia uma montanha, e a chuvinha virou em uma “nevezinha” muito suave (temp. 3ºC). Passamos por Lungern, outra cidade à beira de uma lago e continuamos na estrada até chegar a Luzern.

Alpes 180 - O lago e os Alpes

Alpes 182 - O lago os Alpes e o casal

Fomos até o centro, colocamos num parking e saímos para passear. A primeira parada foi para almoço no MacDonald’s com McDeluxe (é tri-bom, com molho de mostarde de Dijon) com batata média e refri médio enormes (CHF 10,50 = R$ 17!). De lá, fomos caminhar pela cidade, dia nublado e vento muito frio. Luzern é banhada pelo belo lado Vierwaldstättersee e no cantro antigo tem a linda ponte de madeira (Kappelbrücke) que é o símbolo da cidade.

Alpes 186 - Lucerna

Alpes 188 - Kappelbrücke Lucerna

Muitas ruas e lojas estavam enfeitadas com máscaras, serpentinas, e balões devido ao carnaval e, de tempos em tempos, passávamos por crianças e adultos fantasiados e maquiados para esfiles de carnaval (as pessoas saem fantasiadas para assistirem os desfiles… roupas e máscaras tipo Halloween, bem bacana, sem apelação). Caminhamos pela beira do lago, pelas ruas do centro antigo com os bonitos prédios de paredes pintadas e pela Kappelsbrücke. Passamos novamente no Mac para usar o toilette e depois seguimos o caminho em direção à Zurich. Por duas vezes tivemos que desviar o trajeto na estrada pois nas cidadezinhas a rua principal estava fechada para o carnaval…

Chegamos em Zurich sem indicação de hotel, cidade grande, custamos um pouco para achar o centro (que também acaba na beira do lago, o Zurichsee). Chovendo, demos uma olhada geral e decidimos procurar hotel mais na periferia, pois os centrais seriam muito caros. Saímos em direção à auto-estrada e vimos a indicação de Hotel Ibis (o da rede francesa). Peguei nosso livrinho do Ibis e descobri que haviam três em Zurich, e decidimos tentar ficar no mais central (City Technopark). Apenas com escassas indicações, rodamos bastante mas acabamos achando (o hotel fica junto ao Novotel e ao Etap, da mesma rede). Hotel novo – foi inaugurado há dois anos –com bom preço (CHF 99,00 + parking + früstick)> Largamos as coisas no quarto e saímos em direção ao centro para visitarmos a cidade. Antes de sairmos, o Marcelo tirou a camiseta que estava usando por baixo da blusa de lã pois estava com calor. Aí vem o item 2…

2. Crise de riso com a “musiquinha” do Marcelo

Estamos nós no carro, procurando as indicações do centro e do lago, e o Marcelo começa a cantarolar baixinho (com a melodia da música “Adocica”, do Luís Caldas):

“Ai, pinica, meu amor
Ai, pinica,
Ai, pinica, meu amor
A minha camisa…” (querendo dizer que a camisa de lã estava coçando).

Nem foi engraçado, mas eu tive um terrível ataque de riso convulsivo… chorava de rir, o Marcelo nem conseguia entendero que estava acontecendo…

Chegamos ao centro, haviam diversas indicações de parkings, entramos em uma na entrada de um túnel, que estava com a cancela fechada e paramos para ver como funcionava:

3. “Stress” do estacionamento

Enquanto tentávamos entender como se fazia para abrir acancela do que achávamos ser um parking público, uma voz começou a falar em alemão, muito alto, da “pequena caixinha” que imaginávamos onde seria o lugar de pegar o ticket, o Marcelo falou, em português (?!) algo do tipo “onde abre” e depois perguntou em alemão se falava inglês e a voz berrou “NO PARKING HERE, NO PARKING HERE!”, tomamos um baita susto e saímos de fininho. Conseguimos finalmente estacionar no parking URANIA.

Alpes 201 - Zurich

Fomos, então, caminhar pela Banhofstrasse, a principal rua de comércio “chique” e dos grandes bancos de Zurich, com vento frio e razoável movimento, pena que tudo fechado. Seguimos a pé até a beira do lago e atravessamos a ponte sobre o rio Limmat para o bairro universitário, lugar mais alternativo com ruas estreitas, muita gente caminhando e vários restaurantes, bares, cafés, casa noturnas e “inferninhos”. Caminhamos para um “reconhecimento”, passamos pela igreja Grossmünster (estava fechada) e paramos em um internet point para lermos e enviarmos emails (recebi um da Kaká com fotos e tudo) e para o Marcelo enviar A Sopa. Pegamos dois computadores por meia hora (CHF 5,00 = 30min).

Alpes 198 - Rio Limmat Zurich

Quando saímos já estava escuro, mas eram recém 18h15. Como estava muito frio, caminhamos mais um pouco e vimos que a maioria das pessoas já estava jantando. Optamos por jantar cedo para retornarmos cedo ao hotel.

Escolhemos o italiano Santa Lucia (comida italiana sempre é mais barata…), lugar bonito e quentinho, sentamos em uma mesa junto à janela da rua e em seguida o garçom separou nossa mesa em duas (cerca de dois centímetros uma da outra…) e colocou um “fumante” junto anós…

4. O “Sr Risadinha” no restaurante

Pedimos nossas pizzas, eu quatro queijos e o Cello Santa Lucia e duas Heineken. O cara que sentou ao lado (parecia falar inglês) sentou sozinho, pediu a comida e,cada trinta segundos, tinha um “acesso de riso”. No início achei que ele estava entendendo o que falávamos e ria disso, depois que achei que ele lembrava de alguma coisa muito engraçada (tipo a musiquinha do Marcelo), mas no final percebi que o cara era FORA DA CASINHA mesmo, aquilo era tipo um tique, muito angustiante… Tomamos um café e saímos (conta = CHF 53.00 + gorjeta = 60.00).

Retornamos ao estacionamento com um chuvinha leve e a bela visão das luzes da cidade refletidas no rio Linnat. Saímos com o carro e daí recomeçou o drama.

5. “Grande Perdida” em Zurich a arredores

Não sabíamos, ou lembrávamos, exatamente que caminho fazer para voltar ao hotel. Na primeira tentativa, “erramos feio”: pegamos uma indicação para o aeroporto e acabamos entrando num túnel imenso e, após alguns quilômetros, havíamos saído de Zurich e tivemos que dar algumas voltas para retornar até a cidade. Rodamos por algum tempo ao redor da estação férrea e arrodores, sem sucesso… não achávamos nenhuma posta do hotel. Passamos por ruas desertas, por lugares meio esquisitos, até que – após mais ou menos 45 minutos rodando – por sorte encontramos uma indicação que nos fez achar a pequena placa de rua que indicava o Hotel Ibis e chegar aqui. Exaustos, chegamos para o banho e escrever nossos diários. Na TV passam imagens dos Winter Games de Salt Lake City.

Bom, esse foi o longo dia de hoje.

Estou cansada. Até.

Saturday, March 25, 2006

09/02/02 – Thun, Switzerland

(10º dia - Hotel Chartreuse)

Jacque:

O despertador tocou às 8h e só conseguimos levantar às 8:30. Tomamos um ótimo café da manhã no Kyriad (buffet com pães, frios, geléia, croissant, bolo, ovos cozidos, cereais…). Fizemos o checkout (a grande maioria dos hóspedes já havia saído para subir as montanhas) e fomos em direção ao Lac de Annecy para conhecermos a cidade “de dia”. Estacionamos no parking doHotel de Ville (o mesmo da noite de ontem). A cidade é mesmo muito linda (como os amigos Diovanne e Cris haviam dito).

Alpes 161
(Annecy)

O lago de Annecy é grande, ladeado por montanhas e com água verde transparente. No lago é possível velejar, remar, nadar e até pescar (tem placas que avisam que se pode pescar no máximo três trutas por pessoa com no mínimo 25cm de comprimento)> Certamente a truta que eu comi ontem foi pescada aqui! Do lago, partem canais rasos, de água límpida, que cruzam as ruas do centro antigo. Annecy é conhecida como a “Veneza da França”.

Alpes 159
("A Veneza francesa")

Annecy é mesmo um sonho. Caminhamos calmamente pelas ruazinhas de pedestres, passamos pela igrejinha (não sei o nome), mas não entramos porque (novamente) estava tendo uma missa de corpo presente. Fizemos uma caminhada pelo parque que tem à beira do lago. Várias pessoas caminhando e correndo, muito legal!

Pegamos o carro e fomos em direção à Genebra (Suiça), passando antes para abastecer no Carrefour que tinha o melhor preço (diesel 1litro = 0,72). Desta vez enchemos o tanque. Chegamos à Genebra e atravessamos para a margem direita do Lac Léman, rumo à Thonon e Evian, que são na França. Seguimos pela margem do lago com a paisagem bela, mas um pouco prejudicada pelo dia nublado e uma leve neblina. Em Thonon paramos no McDonald’s apenas para um “McMix” (que, aliás, estava lotado, bem como toda a estrada – carros com equipamento para esquiar), e paramos também num mercado onde comrpamos uma garrafa de suco de laranja e uma de água para fazermos nosso piquenique, que fizemos em Evian (a cidade da água mineral), em um lugar deserto na beira do lago (nós e as gaivotas). Havíamos comprado um bagette e dois croissants au chocolat et amendes antes de sairmos de Annecy. Fizemos sanduíches de baguette com requeijão com a nossa copa e queijo defumado – ficaram ótimos – e de sobremesa comemos os maravilhosos croissants com crème e amêndoas… Fora que a paisagem era inigualável.

Voltamos à estrada plenamente satisfeitos com o nosso almoço. Seguimos então por uma estrada colateral que nos levaria à estação de Les Diablerets (onde “encontramos” com a neve na viagem dos Perdidos, em 1999), Gstaad e, finalmente, Interlaken ou Thon, ambas na regi˜åo dos lagos (decidimos isso minutos antes, pois não tínhamos um plano pré-determinado). Subimos os novamente os Alpes com redução progressiva da temperatura e aproximação da neve. Na Suiça está tendo bem menos neve que na França, isso talvez explique o grande movimento em Annecy ontem…

Paramos em Les Diablerets no Centro de Informações para tentarmos câmbio (eram sábado, 4pm, estávamos ficando preocupados de não conseguir Francos Suiços). A mocinha do ‘i’ disse para o Marcelo que câmbio na Suiça só em bancos e só na segunda-feira! Resolvemos seguir até Gstaad (uma das estações de esqui mais “chiques” da Suiça) para vermos se realmente não havia chance de câmbio. Chegamos em Gstaad e paramos na Central de Informações Turísticas, pois não tínhamos moedas nem para colocar no parquímetro. Para nossa sorte, conseguimos o câmbio 1USD = 1,63 CHF (o oficial é 1,68, mas câmbio de final de semana em estação de esqui… não podíamos querer muito melhor, né?).

Com dinheiro no bolso, estacionamos o carro (apesar do parquímetro estar sem-emperrado) e fomo caminhar pelo “centrinho nervoso” de Gstaad. Très chiq! Pessoas elegantérrimas, visons misturados com roupas de esqui, cachorros “frescos” e as mais diversas línguas (inglês, alemão, italiano, francês). Gstaad fica no cantão alemão da Suiça, é pequena e tem hotéis carésimos! Olhamos alguns preços por curiosidade, a maioria das diárias custava mais de cem dólares por pessoa! Um dos hotéis tem o formato de um castelo e fica em uma colina acima da cidade (muito lindo!).

Alpes 172
(Gstaad)

Pegamos novamente o carro (que, aliás, está IMUNDO, por dentro e por for a) e descemos “a serra” por estradinhas sinuosas até chegarmos, já anoitecendo, na cidadezinha de Thun, à beira do lago Thunersee. No extremo oposto do lago encontra-se Interlaken, que visitamos em 1999. Passamos rapidamente de carro pela cidade e resolvemos perguntar o preço em um hotel um pouco mais afastado, mas muito simpático, Hotel Chartreuse. Tudo em alemão, inclusive os adoráveis edredons e travesseiros de pena. Preço CHF 130,00 = † 88,00 – bom para a Suiça. E com café da manhã! Rapidamente nos acomodamos, banho, etc.

O Cello “investigou” os preços do bonito restaurante do hotel mas eram exorbitantes! Fomos até o centro histórico, muito bonitinho, bem estilo alemão e jantamos na Tratoria Rimini, comida italiana mas atendimento germânico. Comi um delicioso risoto ao porcini e o Marcelo um macarrão au formule uni (com nata e speck), muito gostoso com birra e arrematado com café - CHF 50,00 = † 34,00! Saímos do restaurante e tentamos ligar para as respectivas famílias várias vezes, sem sucesso. Voltei ao hotel e tentei de novo o pai e a mãe (ninguém atende) mas consegui falar com o celular da Karina que disse que o pai e a mãe estão na praia. Pedimos que ela desse notícias para os nossos pais.

Gütten nicht!

Sunday, March 19, 2006

08/02/02 – Annecy, Rhône Alpes

(9º dia - Hotel Kyriad)

Marcelo:

Saudades da Soletur!

Hoje fizemos três países num único dia. Explico no decorrer da narração.

Após uma maravilhosa noite de sono no não menos maravilhoso Hotel Milleluci, acordamos com o espetáculo da manhã nos Alpes. A temperaura, 0ºC, e o sol só aparece lá pelas 10h, após vencer a altura das montanhas que circundam a simpática Aosta.

Alpes 142
(Manhã em Aosta)

Descemos para o café ainda admirados com o hotel quando fomos surpreendidos pelo café da manhã incluído na diária. Uma imensa mesa com diversos sucos diferentes, iogurtes, cereais, pães, tortas caseiras e doces, biscoitos, cookies, nutella, geléias, etc. Outra, com queijos e salames, quiches, etc. Uma loucura. Não sabíamos o que comer nem por onde começar.

Após o nababesbo café, fomos até a cidade passear e conhecê-la um pouco. Paramos o carro no parcheggio próximo a Porta Augusta (Aosta é a “Roma dos Alpes”) e depois de fazer câmbio e fotografá-la com o nosso hotel ao fundo, seguimos pela mesma rua onde fica o restaurante em que jantamos ontem. Fomos até a Porta Pretória (fotos) e seguimos para o Teatro Romano, que está em escavação e restauração. Em nosso passeio, ainda passamos pelo Hote de Ville (fala-se francês aqui tanto quanto o italiano). De volta ao carro, retornamos ao hotel, fizemos o checkout e deixamos Aosta.

Alpes 148
(Aosta)

Nosso projeto para o dia era ir até Courmayer e, pelo túnel do Mont Blanc, ir até Chamonix e terminar o dia em Annecy. Pela pequena e movimentada S26 (scenic route) fomos até Courmayer, cidade-irmã de Chamonix, separadas pelo Mont Blanc. Não estava muito frio, cerca de 7ºC, e notamos no caminho que algumas placas que indicavam o túnel estavam tapadas e outras não. Quando parei para abastecer, o frentista me disse que o túnel estava fechado e, para atravessar, só pelo túnel de Gran San Bernardo, que liga Aosta à Suiça (Bourg Saint Pierre).

Como tínhamos a intenção de visitar Courmayer, decidimos ir adiante e manter a – agora – esperança de passar pelo Mont Blanc diretamente à Chamonix. Chegamos lá, uma bela cidade alpinas, com fotos nossas, e a informação de que realmente o túnel que deveria ter sido reaberto em março de 2001, após o acidente de 1999, permanecia fechado.

Alpes 149
(Courmayer)

Nossa passagem da Itália para a França teria que ser passando pela Suiça, pois a única alternativa de transposição dos Alpes era o túnel de Gran San Bernardo. Todas as passagens alpinas estavam fechadas devido ao inverno. Retornamos de carro a Aosta e, de lá, rumamos para o San Bernardo, no que se mostrou uma ótima alternativa (além de única). A estrada que vai a ele é quase em cima da montanha, por isso subimos muito, até todo entorno da estrada ser neve e algumas árvores cobertas de neve. Completamente uma scenic route. Nos últimos 3 ou 4km antes do túnel, vamos subindo no que eu chamei de “túnel vazado” e a Jacque de “estrada coberta”.

Alpes 151
(A caminho do Gran San Bernardo)

Dentro do túnel, a aduana. Paramos o carro, a polícia verifica os passaportes (checa um banco de dados) no lado italiano e tem o mesmo procedimento (sem computador) no lado suiço. O túnel está a 2400m de altitude, e quando saímos no lado suiço, em Boutg St-Pierre, estamos no meio de um glacial, temperatura de 0ºC e uma paisagem de neve cobrindo casas e os poucos carros estacionados em frente.

Depois de Bourg St-Pierre, começamos uma longa descida que vai até Martigny. Chegando quase a entrar na cidade, desviamos a rota para o Col. de la Forclaz, que vai nos levar direto à Chamonix. Novamente subimos, subimos e subimos, com várias tornantes, saindo do tempo bom para a neblina e então chuva. Fomos assim até Chamonix, onde chegamos já sem chuva. Deixamos o carro no parking St-Michel e fomos andar no centro. Várias lembranças da viagem dos Perdidos, inclusive a mesma confeitaria em que paramos em 99 para que todos fosse ao banheiro… Paramos nela apenas para comprar croissant e um outro doce que não lembro o nome, que saímos comendo extasiados pelas ruas. Fomos até quase a entrada do Aiguille du Midi (onde há o teleférico para subir no Mont Blanc), mas decidimos não subir.

Alpes 156
(Em Chamonix)

De volta ao carro, nosso destino passou a ser Annecy, onde chegamos rapidamente por uma estrada com muito movimento de final de tarde de sexta-feira. Entramos facilmente e fomos direto ao Hotel Ibis Centro, próximo à cidade velho e ao lago. Lotado. Fomos ao Best Western e Novotel: muito caros. Fomos ao Ibis na periferia da cidade: também cheio. Quase desistindo, encontramos o Hotel Kyriad (de rede), agradável, com aspecto bom e, melhor, preço bem acessível. Ficamos.

Jacque:

Ficamos descansando um pouco, após o banho, e voltamos ao centro de Annecy para jantar. A cidade é linda demais, parece desenhada pelas estúdios Disney! Um belíssimo lago de águas transparentes, alguns canais, com patinhos e cisnes, que cortam as ruas da cidade antiga. Muito bem iluminada e cheia de restaurantezinhos simpáticos com preço razoável. Caminhamos um pouco para ver os preços (um deles inclusive tinha decoração de “carnaval” com balões, máscaras, serpentinas a as atendentes fantasiadas.

Optamos pelo restaurante La Bastille, aconchegante, paredes repletas de quadros com fotos antigas, pequenino. Pedimos o menu de Eur 15,00. Eu – salada verde, truta grelhada, batata gratinada e crème brulée. Marcelo – presunto branco, contra-filé grelhado, batata gratinada e crème brulée. Para acompanhar, 1/2 jarra de vinho tinto e água mineral. Total, Eur 41,00.

Na hora de fazer os pedidos, eu me atrapalhei e pedi a sobremesa quando o garçom perguntou o que queríamos para beber… O Marcelo ficou “se deitando” (“mangando”) de mim o resto da janta. A cozinha desta região (Rhône-Alpes) é a cozinha típica da região de Savóia, com muitos queijos. Os pratos tradicionais são o fondue, as tartiflettes (tipo raclete) e as trutas e frutos do mar. Tudo muito gostoso.

Fomos embora “super-satisfeitos”. Tentei ligar para o pai e a mãe mas não atenderam em casa e o celular desligado… Devem ter ido para a praia…

Agora é hora de descansar (do descanso… isso é bom!).

Saturday, March 11, 2006

07/02/02 – Aosta, Val D’Aosta

(8º dia - Hote Milleluci)

Jacque:

Só para descrever a cena: acabo de tomar um banho ótimo, estou recostada em uma cama imensa, de um quarto lindíssimo com aspecto muito novo e decoração rústica, da janela do hotel uma pequena sacada e a estonteante vista dos alpes nevados por todos os lados e, abaixo da colina em que se encontra o hotel, as luzes da cidade de Aosta (por isso que o hotel se chama Millelucci). É uma gracinha, tudo supernovo. Estou vestindo um roupão branco do hotel e assistindo a CNN.

Claro que isso não é de barbada, são Eur 103.00 com café da manhã incluído (no saguão tem lareira e uma sala de café muito “fofa”, mas tenho a impressão de que somos os únicos hóspedes – quarto 129, “Ancolíe des Alpes” (cada quarto com nome de uma flor).

Bom, chega de deslumbramento, vamos falar do dia de hoje.

Acordamos com o despertador às 8h mas, como sempre, foi difícil levantar. Olhei pela janela e vi que não havia mais neve ou chuva e o céu parecia claro. Descemos para o café da manhã – muito bom, aliás (buffet com cereais, iogurte, pães, frios, croissants, geléias, etc).

Arrumamos nossas coisas, o Cello buscou o carro no parcheggio público, e saímos em direção à Duomo de Torino (San Giovanni Batisti). O estacionamento é bastante difícil, todos os lugares com parquímetro e mesmo assim lotados, tivemos que ficar rodando até liberar uma vaga.

Boa parte da Duomo está em restauração, infelizmente, pois a cúpula principal (e mais bonita) estava coberta, assim como o altar-mor. A catedral é de 1498 com um campanário de tijolos escuros que destoa completamente da igreja. O altar-mor, uma capela toda de mármore negro – Capella della Santa Sidone – abriga o Santo Sudário original (dentro de uma urno). O que está em exposição é uma reprodução. Do outro lado da Duomo estão as ruínas da Porta Palatina – ruínas romanas do século I d.c.

Pegamos novamente o carro e atravessamos o belo rio Pó para subirmos a colina que leva à Basílica de Superga. Sem dúvida, a vista mais impressionante da cidade e dos Alpes – imperdível! Erramos o caminho na subida, para nossa sorte, pois subimos por uma estradinha sinuosa mais longa, que cruza por pequenas bairros nos subúrbios de Torino, todos com neve e uma incrível vista da cadeia dos Alpes com o sol brilhando e batendo na neve.

Alpes 125

Alpes 126
A caminho da Superga

Chegamos à basílica com todos os arredores cobertos de neve e gelo (o que deixa extremamente escorregadio para se andar). A basílica, belíssima,foi construídapor Juvarra (o arquiteto que desenho praticamente todos os prédios de Torino) entre 1717 e 1731, feita por encomenda do Duque Vittoria Amadeo como pagamento de uma promessa à Virgem Maria por graça alcançada durante um ataque francês à cidade em 1706. É muito clara, ricamente decorada (barroca), e em 4 de maio de 1949 o avião que transportava o time do Torino – multicampeão à época – colidiu com a parte posterior dela. Todos os passageiros morreram. No local, há uma placa em memória dos mortos. Para chegarmos até o local, longa e cautelosa caminhada por um extenso corredor coberto de gelo e neve…

Alpes 127
Superga

Alpes 132
A vista de Turin e os Alpes

Descemos a colina e saímos de Torina em direção à Aosta e ao Parque Nacional del Gran paradiso. Na saída da cidade, paramos em uma grande hipermercado para comprarmos “provisões”, que estavam acabando. É incrível como esses mercados têm uma imensa variedade de produtos maravilhosos. Os vinhos varietais (milhares de marcas) têm preços bem razoáveis (a partir de † 1,50 – preço de uma coca-cola). Os queijos e frios são de deixar “tontos” e os biscoitos, pasticerias, etc, sempre deliciosos. Compramos um vinho, queijo defumado, copa fatiada, biscoitos e donuts, chips, etc.

Alpes 134
A caminho dos Alpes

Partimos com o carro carregado para “enfrentarmos” as minúsculas estradinhas do Parco Nazionale del Gran Paradiso. No mapa rodoviário, era praticamente impossível de se achar, acabamos subindo em um desvio na cidade de Castellomonte e entramos numa estradinha minúscula, sinuosa, montanha acima e sem acostamento, que subiu, subiu e não nos levou a lugar nenhum! Quando estávamos ficando realmente preocupados, conseguimos retornar e tivemos que descer todo o caminh de volta. Chegamos novamente à Castellomonte, encontramos a indicação para Ceresole Reale – a cidadezinha à beira de um lago que fica em um dos extremos do parque. Subimos muito, estrada também muito sinuosa porém muito bonita pela visão das montanhas e cidades coberta de neve. Passamos por pequenos vilarejos até chegarmos à Ceresole Reale, que parecia abandonada. O lago, totalmente congelado, casa aparentemente fechadas (só com fumaça saindo das chaminés).

Alpes 136
Parco Nazionale del Gran Paradiso

Tiramos algumas fotos e, quando íamos seguir adiante, descobrimos que a estrada estava fechada pela neve. Tivemos então que retornar todo o caminha até Castellomonte (de novo, de novo…) para seguirmos em direção à Aosta.

Hoje a máxima “retroceder nunca, render-se jamais” não pôde ser aplicada. Seguimos, então pela estrada com a eterna vista das montanhas até Aosta, onde chegamos ao entardecer, e fomos procurar o hotel que o guia indicava, e encontramos esta gracinha que eu descrevi no início do dia de hoje.


Ah, o queijo que compramos é ótimo!

Agora vou me arrumar para saírmos para jantar.

Alpes 139
Aosta e suas milleluci...

21:50h – Ah, que maravilha…

Saímos do hotal para jantar às 20h, demos uma volta de carro mas, como para centro antigo só há acesso para pedestres, estacionamos o carro em frente à Porta Augusta (Arco de Augusto). Caminhamos pelas ruas praticamente desertas, com as lojas quase todas fechadas, poucos restaurantes. Paramos para jantar no restaurante Piedmont, onde havia entrado um barulhento grupo de jovens ingleses.

Pedimos o menu del giorno, com primo piatti (gnocci al salsa di pomodoro e basílico eu e tagliatelli ai fungui o Cello), secondo piatti (salmone grelhado com batatas para mim, e cervo com polenta para o cello). Muito bom, quase “morremos” comendo, acompanhado de 1/2 garrafa de Merlot D’Aosta e minerale ‘gasata’. Saiu por † 38,00, e só na saída percebemos que a sobremesa estava incluída, mas tínhamos recusado… tsc, tsc, tsc…

Voltamos para o nosso lindíssmo hotel e agora vamos aproveitar para dormir cedo.

Buona notte, arrivederci!

Saturday, February 25, 2006

06/02/02 – Torino, Piemonte-Val D’Aosta

(7º dia) Hotel Roma

Marcelo:

O despertador tocou às 8h, e lentamente levantei para tomar banho e fazer a barba enquanto a Jacque dormia mais um pouco. Após, foi a vez dela tomar banho e se arrumar. Estávamos prontos às 9h20. Fizemos o checkout e fomos conhecer a cidade de dia, além de providenciar o café da manhã.

Estacionei o carro no parking do Hotel de Ville e saímos para andar. A temperatura era de 5ºC e chovia. Caminhamos numa avenida de comércio onde encontramos um “supermarché” em que compramos leite com chocolate e uns queijinhos para passar no pão. No caminho de volta ao carro, paramos numa pasticerie e compramos pan au chocolat e uma baguette. Na saída da cidade, à beira do lago, tomamos nosso café, deixando o carro todo cheio de farelo…

Alpes 102
Aix-les-Bain

Deixamos Aix-les-Bains em direção à Chamberry e aí iríamos para a Itália, mais especificamente para Turin, na região do Piemonte. Para tal, escolhemos o caminho que não teria pedágio, via N6 mas, por alguma distração minha, entramos na A43, a autoroute que leva para o túnel de Frèjus, a única ligação possível com a Itália nesta região.

No caminho, muitos caminhões e chuva. A temperatura caiu até zero graus enquanto subíamos para o túnel. A paisagem lentamente foi tornando-se branca até onde nossa vista alcançava, não muito longe, devido ao mau tempo. Quando chegamos próximos ao túnel, havia neve por todos os lados e a chuva tornou-se uma muito discreta queda de neve.

A passagem, o túnel, com pedágio custando caros †31.50, tem aproximadamente 12,8km, um longo trecho em que a temperatura sobe de 1º a 18ºC. É angustiante para pessoas com algum grau de claustrofobia, o que não é o meu caso… A nossa dúvida era se o cenário alpina de mita neve continuaria. Continuou. E mais, logo saímos da rodovia pedagiada para uma colateral e o cenário era um só: neve, ao lado da estrada, nos pinheiros, por tudo (com exceção da estrada em si) e neblina, muita neblina. Visibilidade quase zero. Estrada cheia de curvas, andando a uns 50km/h, carros eventuais passando rápido – na minha opinião – em sentido contrário. Pensando bem, um horror. Mas muito legal!

Alpes 110

Desta forma, chegamos ao “ring” de Turin e seguimos até encontrar a saída para o centro da cidade. Neste momento, a maior supresa do dia: neve, de novo. Só que caindo, e cainda MUITA neve. Os carros parados na rua cobertos por uma grossa camada de gelo. Um show para quem vive nos trópicos. Emocionados, conseguimos chegar, através de indicações, ao centro. Não tínhamos nenhuma noção da cidade. Nada, nem hotéis ou atrações turísticas. “Tateando no escuro”, encontramos o “i”, o Tourist Information.

Parênteses. Deixa eu falar um pouco de mim. Não gosto de – em viagens – chegar a cidades grandes. Prefiro as pequenas, de interior. Cidade grande normalmente tem hotéis mais caros e de menor conforto que nas pequenas. No trânsito, sempre é um saco, não tem onde estacionar, etc. Fecha parênteses.

Pelas razões supra-citadas, entrei no Tourist Information, peguei um mapa e falei com a mocinha pedindo uma indicação de hotel. No computador, com os requisitos que dei (quarto de casal, com banheiro, perto do centro, com estacionamento, até † 80), encontrou dois hotéis. Escolhi o mais perto do centro. Ela, então, reservou um quarto e me deu instruções de como chegar nele. Facilmente, cheguei até a rua 20 de Setembro, mas não encontramos o hotel. Três, quatro voltas passando pela rua, eu já amaldiçoando todas as grandes cidades do mundo (exceção de Paris e Porto Alegre), e encontramos. Ficava no terceiro andar de um prédio velho (não antigo) e no luminoso faltava o ‘H’ de hotel. Vacilamos, e decidimos procurar outro.

Em frente à praça da estação central, achamos o Hotel Roma, mais caro do que eu gostaria, mas nenhum absurdo. Garagem com controle remoto. Ficamos nele. O quarto bem meia boca, mas com uma cama muito boa (colchão de mola), Tv a cabo, uma grande banheira e internet point no sagão.

Alpes 111 Alpes 120


Após nos instalarmos, saímos a pé para conhecer a cidade. Diga-se que aquela neve que nos recebeu na chegada, somada à sujeira das ruas (poeira), derretida pelos carros que passam e pessoas caminhando, vira um grande “lamaçal”. Saímos pela via Roma, com suas galerias cobertas cheias de lojas e boutiques finas, até a Piazza Castello, onde ficam os Palazzos Reale e Madama. Fotos úmidas, e circulamos pela Via Pó até o Museu Nacional do Cinema, que tem a Moli Antonelliana, prédio com uma estrutura muito alta, que durante um período foi a mais alta do mundo.

Circulamos por ruas úmidas e embarradas mais um pouco e voltamos ao hotel, onde ficamso vendo tevê e descansando, tomando vinho antes de nos arrumarmos oara a janta, que foi na Pizzaria Lullaby, próxima ao hotel, spaguetti a carbonara para mim e pizza da casa para a Jacque.

Antes de voltar ao hotel, telefonamos para os pais da Jacque. Chegando no hotel, fomos à internet responder emails e enviar notícias da viagem.

Até amanhã.

Sunday, February 19, 2006

05/02/02 – Aix-les-Bains, Rhône-Alpes

(6º dia - Hote Acquaviva)

Jacque:

Acordamos no charmoso Hotel de France com dia nublado e frio. Saímos do hotel para o café da manhã pois este não estava incluído na diária e custava Eur 8,50 por pessoa. Acabamos no McDonalds, onde pedimos o “petit dejeuner” = dois Maxi Mac Sucré (Eur 4,10) – um absurdo de grande: suco de laranja, café + crème, iorgurte de framboesa, duas fatias de “pão amassado”, dois meios vrioche, duas panquecas + geléia, mateiga e maple syrup… Comemos feitos uns loucos!

Alpes 077
Abadai de Brou

Saímos então com o carro para visitarmos a Abadia de Brou, em estilo gótico, com telhado de mosaicos coloridos e que abriga o túmulo de Margarida da Áustria e de seu marido Filisberto, o Duque de Savoy. Apesar dos 10ºC, a sensação térmica era de muito menos, pois estava nublado e com um vento muito gelado. Tiramos algumas fotos externas e voltamos ao Centreville, pois era necessário pagar para visitas a abadia por dentro… Largamos o carro no hotel e fomos até a bela catedral de Notre Dame, mas – quando entramos para cpnhecê-la por dentro – percebemos que estava ocorrendo uma missa “de corpo presente’. Um funeral. Ficamos alguns segundos e saímos “de fininho”. Demos mais uma volta pelas simpáticas ruazinhas do centro histórico atrás de câmbio, porém não encontramos… contamos nosso dinheirinho e ele dava exato para pagar a conta do hotel (Eur 74.00). Fizemos o checkout e saímos em direção à Lyon, sem nada de Euros no bolso…

Alpes 080
Hotel de France, Bourg-en-Bresse

O trajeto entre Bourg-èn-Bresse e Lyon era bastante curto. No caminho, sem autorização do Marcelo, eu apertei em um botão na alavanca do limpador do parabrisa para ver do que se tratava e, aparentemente, nada aconteceu. Após alguns minutos, vimos que no painel, onde indicava a quilometragem percorrida, estava aparecendo a informação de quantos quilômetros poderíamos percorrer até termos que abastecer. Isso no mesmo momento em que nos perguntávamos quanto ainda poderíamos percorrer sem problemas. Parecia que o carro estava nos tranquilizando… Era o computador de bordo, cujo botão eu havia apertado…

Chegamos a Lyon por volta do meio-dia. Cidade muito grande e muito linda! Trânsito um pouco confuso até conseguirmos estacionar em um parking pago em área bem central = Place Bellecour.

Alpes 083
Place Bellecour

Lyon é a 2º maior cidade da França e, como todas as outras, tem a área central antiga (medieval) e a área moderna. É banhada pelos rios Rhône e Saône, que se encontram em um ponto (o Saône desemboca no Rhône). As casas na margem dos rios têm todo mais ou menos o mesmo aspecto, são edifícios de 3-5 andares, antigos e muito bonitos. Estacionamos o carro na Place Bellecour, que é um dos extremos da região de Presq’le, o coração de Lyon.

A place Bellecour é um imenso largo vazio entre um quadrado perfeito de prédios e, ao centro, encontra-se a estátua equestre de Louis XIV. Saímos caminhando entre lojinhas, cafés e bares da rue Victor Hugo (só para pietons = pedestres) a fim de encontrar câmbio, fomos até a Gare Routiére (estação de trens) sem sucesso. Voltamos até a place Bellecour onde acabamos fazendo câmbio nos correios.

Alpes 085
Rue Victor Hugo

Paramos para um gostoso sanduíche de baguette na cafeteria Pomme au pain e após seguimos nosso passeio pela região do Presqu’le = muitas lojas, restaurantes, etc. Clima muito bom. Seguimos pela Rue République até chegarmos atrás da prefeitura, onde ficava a “esquisita” Ópera de Lyon, cuja parte de baixo do prédio é totalmente clássica, com colunas jônicas e a parte superior é “super-modernex” com abóbada muito alta de ferro e vidro. Ao lado um praça com esculturas modernas do rio Rhône (e um frio de rachar…).

A prefeitura “Hotel de Ville” é um prédio lindíssimo que fica de frente para a Place des Terraux (séc.XVII) a ao lado está o Museu de Beaux Arts (Palais de Saint Pierre) que antigamente era um convento Beneditino. Na praça também está uma belíssima escultura de Bartholdi (o mesmo da Estátua da Liberdade) com quatro cavalos imensos e um anjo (ou guerreiro? Ou os dois?). Fomos a pé a margem do Saône e retornamos lenta para a Place Bellecour para buscar o carro. De lá, seguimos para a margem oeste do Sône, onde fica a “cidade velha”, linda, porém com ruas estreitas e acesso restrito aos carros.

Alpes 093
Ponte sobre o Saône

Subimos em zigue-zague por um caminho “estreitíssimo” até a Basilique Notre Dame de Fourvière, que fica no alto de uma colina e de onde se tem uma bela vista de toda a cidade. A Basílica é lindíssima, muito imponente e ricamente decorado com mosaicos em estilo bizantino, porém é bem nova (construída no final do século XIX). Atrás da basílica um jardim com caminhos sinuosos (Chemin du Rosaire) onde pode-se subir ou descer para a cidade velha. Antes de irmos embora de Lyon, ainda visitamos as ruínas dos tetros romanos que ficam bem próximos à Basílica. O Grand Theatre tinha capacidade para dez mil pessoas e foi construído no século XV antes de Cristo. O Theatre Ódeon é menor, mas igualmente belo (ambos em formato de concha acústica e ainda utilizados em concertos).

Alpes 100
Grand Theatre

Decidimos deixar Lyon às 16h30, com muito frio e dia nublado. Parecia que já estava anoitecendo. Havíamos decidido ir até Grenoble, mas depois mudamos para Annecy, até que o Marcelo sugeriu Aix-les-Bains, onde viemos parar… Na verdade, custamos muito para sair de Lyon (trânsito intenso e longa volta na periférique). Pegamos a N6 em direção à Chamberry/Grenoble, muito engarrafada na saída da cidade. Já noite com fechada (isto é, 18:30) o trânsito melhorou só que começou a chuviscas. Chegamos em Aix-les-Bains por volta das 20 horas.

A cidade fica às margens do lago Bourget, aos pés dos Alpes (é o que diz o guia, pois estava escuro e só vamos poder saber amanhã…). Tentamos encontrar hotel no centro, mas a maioria está fechada pela baixa temporada. Seguimos a indicação do livrinho da Best Western e acabamos no Hotel Acquaviva (3*), que faz parte do Le Domain d’Aix-Marlioz, dois hotéis com áreas de lazer em comum, incluindo centro de hidroterapia… Essa é um região de termas, que já existiam há mais de dois mil anos, e as Thermes Nationaux do século XIX ainda são utilizadas. Diária a †68.00 sem café. Largamos nossas coisas e saímos de carro (com chuva) para procurarmos um lugar para jantar (rodamos um pouco, muitos lugares fechados) até que paramos no pequeno Les Arcades, onde tomamos uma deliciosa Soupe d’Ognion Gratinée com vinho rouge da casa.

Retornamos ao hotel e acessamos a internet e vamos dormir. Tô morrendo de sono… Amanhã talvez escreva da Itália.

Buon nuit.

Thursday, February 09, 2006

04/02/02 – Bourg-en-Bresse, Rhône-Alpes (5º dia)

(Hotel de France – Best Western)

Marcelo:

Dia de deixar Paris, mas não para voltar para casa.

Acordamos cedo, 8h, tomamos o último café no Hotel Minerve e nos aprontamos para o checkout. O plano era fechar a conta do hotel, deixar as bagagens lá e na agência da Euroline para o Neni tentar trocar a passagem para poder fazer uma parte da viagem conosco.

Chegamos na loja – Rue St Jacque, 55 – à 9h25 e ela abria às 9h30. Esperamos, atrasou e, às 9h45, quando a Jacque e eu íamos pegar o RER B para buscar o carro no aeroporto Charles de Gaulle (CDG), a loja abriu. O Neni conversou, viu que teria que comprar outra passagem e tentar o reembolso da parte que não faria mas que já comprara. Deixamos ele pensando e fomos buscar o carro. Com o RER B, fomos até o terminal T9 do CDG e, lá, até a Renault Eurodrive para retirar o carro.

Chegando, nova surpresa: já sabíamos que havíamos ganho um upgrade do Mégane para o Laguna, e ali descobrimos que era o novo Renault Laguna DT 1.9 turbo diesel, reestilizado. A chave, um cartão, e a ignição apertando um botão. Ar condicionado independente para cada passageiro, airbag duplo, computador de bordo, seis marchas. Um avião, praticamente.

De carro, voltamos à Paris para ir buscar as malas e o Neni no hotel. Aquela altura, ele já deveria ter se decidido. Circulamos pela peripherique, entramos na Pont de Bercy, cruzamos o Sena pela ponte de Austerlitz e, ao lado do Institut du Monde Arab, entramos à esquerda para pegar a rue des Écoles. Chegamos ao hotel, carregamos o carro junto com o Neni e então ele revelou que não havia decidido se iria junto com a gente ou não. Seguimos novamente até a agência da Eurolines e ele entrou enquanto ficamos esperando no carro. Após alguns minutos, ele voltou e saímos da St Jacques pela Écoles, entrando à direita na St Michel e novamente à direita para entrar na Blv St Germain,a caminho de sair de Paris enquanto ele fazia os últimos cálculos parta decidir se nos acompanhava ou não.

Perto da Bastille, estacionei o carro, e ele decidiu que ia seguir o seu plano orginal de viagem: Bruxelas, Amsterdan, Londres e volta à New York. Nos despedimos emocionados, e nos separamos.

Agora apenas a Jacque e eu, saímos para a peripherique para, então, pegar a A6 em direção à Lyon, nosso objetivo. Inexplicavelmente, entramos direto na A4, rumo à Nancy e Metz, quase oposto do nosso destino planejado. Quando percebemos o erro, a Jacque se apressou em corrigir a rota com um caminho alternativo e evitando as autoroutes. Desta forma, saímos da A4 para a D231, que nos levou a Provins, cidade que não constava em nosso gui de viagem.

Alpes 069

Uma simpática cidade com seu centro medieval, fomos de carro por estreitas ruelas íngremes que nos levaram até a Eglise de St.-Quiriace, que data de 1160. Fotos, e seguimos em frente, porque (piada velha) retroceder nunca, rende-se jamais. Pela D403, fomos até a cidade de Sens, conhecida por causa da tribo dos senones que, em 390 AC tentou saquear o Capitólio Romano e foi impedidapor gansos, de onde surgiu a expressão “alertar os gansos”.

Alpes 071 Alpes 072

Estacionamos o carro e fomos caminhar pelo seu centro, junto à catedral de St.-Etiénne, a mais antoga das principais catedrais góticas da França. Muitas feiras livre nas ruas em volta da catedral. Visitamos também o mercado público local. De Sens, pegamos a N6, passando próximos a Auxerre, Avalon e Chalon-Sur-Saône, onde paramos num supermercado para compras as primeiras provisões.

Alpes 074
Alpes 075

Após rodar por 500km no dia, chegamos em Bourg-en-Bresse, nosso novo destino para hoje. Encontramos facilmente o Hotel de France, da rede Best Western, diária a Eur 74,00, onde nos instalamos. Após largar as coisas no quarto, à 9 pm, saímos para jantar: galinha (especialidade da região) com batatas fritas e salada verde. Mais embuchante, impossível. Juntos, tomamos uma garrafa de Merlot com água mineral. Voltamos ao hotel “acabados”, e agora vamos dormir.

Hasta mañana.