Saturday, March 11, 2006

07/02/02 – Aosta, Val D’Aosta

(8º dia - Hote Milleluci)

Jacque:

Só para descrever a cena: acabo de tomar um banho ótimo, estou recostada em uma cama imensa, de um quarto lindíssimo com aspecto muito novo e decoração rústica, da janela do hotel uma pequena sacada e a estonteante vista dos alpes nevados por todos os lados e, abaixo da colina em que se encontra o hotel, as luzes da cidade de Aosta (por isso que o hotel se chama Millelucci). É uma gracinha, tudo supernovo. Estou vestindo um roupão branco do hotel e assistindo a CNN.

Claro que isso não é de barbada, são Eur 103.00 com café da manhã incluído (no saguão tem lareira e uma sala de café muito “fofa”, mas tenho a impressão de que somos os únicos hóspedes – quarto 129, “Ancolíe des Alpes” (cada quarto com nome de uma flor).

Bom, chega de deslumbramento, vamos falar do dia de hoje.

Acordamos com o despertador às 8h mas, como sempre, foi difícil levantar. Olhei pela janela e vi que não havia mais neve ou chuva e o céu parecia claro. Descemos para o café da manhã – muito bom, aliás (buffet com cereais, iogurte, pães, frios, croissants, geléias, etc).

Arrumamos nossas coisas, o Cello buscou o carro no parcheggio público, e saímos em direção à Duomo de Torino (San Giovanni Batisti). O estacionamento é bastante difícil, todos os lugares com parquímetro e mesmo assim lotados, tivemos que ficar rodando até liberar uma vaga.

Boa parte da Duomo está em restauração, infelizmente, pois a cúpula principal (e mais bonita) estava coberta, assim como o altar-mor. A catedral é de 1498 com um campanário de tijolos escuros que destoa completamente da igreja. O altar-mor, uma capela toda de mármore negro – Capella della Santa Sidone – abriga o Santo Sudário original (dentro de uma urno). O que está em exposição é uma reprodução. Do outro lado da Duomo estão as ruínas da Porta Palatina – ruínas romanas do século I d.c.

Pegamos novamente o carro e atravessamos o belo rio Pó para subirmos a colina que leva à Basílica de Superga. Sem dúvida, a vista mais impressionante da cidade e dos Alpes – imperdível! Erramos o caminho na subida, para nossa sorte, pois subimos por uma estradinha sinuosa mais longa, que cruza por pequenas bairros nos subúrbios de Torino, todos com neve e uma incrível vista da cadeia dos Alpes com o sol brilhando e batendo na neve.

Alpes 125

Alpes 126
A caminho da Superga

Chegamos à basílica com todos os arredores cobertos de neve e gelo (o que deixa extremamente escorregadio para se andar). A basílica, belíssima,foi construídapor Juvarra (o arquiteto que desenho praticamente todos os prédios de Torino) entre 1717 e 1731, feita por encomenda do Duque Vittoria Amadeo como pagamento de uma promessa à Virgem Maria por graça alcançada durante um ataque francês à cidade em 1706. É muito clara, ricamente decorada (barroca), e em 4 de maio de 1949 o avião que transportava o time do Torino – multicampeão à época – colidiu com a parte posterior dela. Todos os passageiros morreram. No local, há uma placa em memória dos mortos. Para chegarmos até o local, longa e cautelosa caminhada por um extenso corredor coberto de gelo e neve…

Alpes 127
Superga

Alpes 132
A vista de Turin e os Alpes

Descemos a colina e saímos de Torina em direção à Aosta e ao Parque Nacional del Gran paradiso. Na saída da cidade, paramos em uma grande hipermercado para comprarmos “provisões”, que estavam acabando. É incrível como esses mercados têm uma imensa variedade de produtos maravilhosos. Os vinhos varietais (milhares de marcas) têm preços bem razoáveis (a partir de † 1,50 – preço de uma coca-cola). Os queijos e frios são de deixar “tontos” e os biscoitos, pasticerias, etc, sempre deliciosos. Compramos um vinho, queijo defumado, copa fatiada, biscoitos e donuts, chips, etc.

Alpes 134
A caminho dos Alpes

Partimos com o carro carregado para “enfrentarmos” as minúsculas estradinhas do Parco Nazionale del Gran Paradiso. No mapa rodoviário, era praticamente impossível de se achar, acabamos subindo em um desvio na cidade de Castellomonte e entramos numa estradinha minúscula, sinuosa, montanha acima e sem acostamento, que subiu, subiu e não nos levou a lugar nenhum! Quando estávamos ficando realmente preocupados, conseguimos retornar e tivemos que descer todo o caminh de volta. Chegamos novamente à Castellomonte, encontramos a indicação para Ceresole Reale – a cidadezinha à beira de um lago que fica em um dos extremos do parque. Subimos muito, estrada também muito sinuosa porém muito bonita pela visão das montanhas e cidades coberta de neve. Passamos por pequenos vilarejos até chegarmos à Ceresole Reale, que parecia abandonada. O lago, totalmente congelado, casa aparentemente fechadas (só com fumaça saindo das chaminés).

Alpes 136
Parco Nazionale del Gran Paradiso

Tiramos algumas fotos e, quando íamos seguir adiante, descobrimos que a estrada estava fechada pela neve. Tivemos então que retornar todo o caminha até Castellomonte (de novo, de novo…) para seguirmos em direção à Aosta.

Hoje a máxima “retroceder nunca, render-se jamais” não pôde ser aplicada. Seguimos, então pela estrada com a eterna vista das montanhas até Aosta, onde chegamos ao entardecer, e fomos procurar o hotel que o guia indicava, e encontramos esta gracinha que eu descrevi no início do dia de hoje.


Ah, o queijo que compramos é ótimo!

Agora vou me arrumar para saírmos para jantar.

Alpes 139
Aosta e suas milleluci...

21:50h – Ah, que maravilha…

Saímos do hotal para jantar às 20h, demos uma volta de carro mas, como para centro antigo só há acesso para pedestres, estacionamos o carro em frente à Porta Augusta (Arco de Augusto). Caminhamos pelas ruas praticamente desertas, com as lojas quase todas fechadas, poucos restaurantes. Paramos para jantar no restaurante Piedmont, onde havia entrado um barulhento grupo de jovens ingleses.

Pedimos o menu del giorno, com primo piatti (gnocci al salsa di pomodoro e basílico eu e tagliatelli ai fungui o Cello), secondo piatti (salmone grelhado com batatas para mim, e cervo com polenta para o cello). Muito bom, quase “morremos” comendo, acompanhado de 1/2 garrafa de Merlot D’Aosta e minerale ‘gasata’. Saiu por † 38,00, e só na saída percebemos que a sobremesa estava incluída, mas tínhamos recusado… tsc, tsc, tsc…

Voltamos para o nosso lindíssmo hotel e agora vamos aproveitar para dormir cedo.

Buona notte, arrivederci!

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