Saturday, February 25, 2006

06/02/02 – Torino, Piemonte-Val D’Aosta

(7º dia) Hotel Roma

Marcelo:

O despertador tocou às 8h, e lentamente levantei para tomar banho e fazer a barba enquanto a Jacque dormia mais um pouco. Após, foi a vez dela tomar banho e se arrumar. Estávamos prontos às 9h20. Fizemos o checkout e fomos conhecer a cidade de dia, além de providenciar o café da manhã.

Estacionei o carro no parking do Hotel de Ville e saímos para andar. A temperatura era de 5ºC e chovia. Caminhamos numa avenida de comércio onde encontramos um “supermarché” em que compramos leite com chocolate e uns queijinhos para passar no pão. No caminho de volta ao carro, paramos numa pasticerie e compramos pan au chocolat e uma baguette. Na saída da cidade, à beira do lago, tomamos nosso café, deixando o carro todo cheio de farelo…

Alpes 102
Aix-les-Bain

Deixamos Aix-les-Bains em direção à Chamberry e aí iríamos para a Itália, mais especificamente para Turin, na região do Piemonte. Para tal, escolhemos o caminho que não teria pedágio, via N6 mas, por alguma distração minha, entramos na A43, a autoroute que leva para o túnel de Frèjus, a única ligação possível com a Itália nesta região.

No caminho, muitos caminhões e chuva. A temperatura caiu até zero graus enquanto subíamos para o túnel. A paisagem lentamente foi tornando-se branca até onde nossa vista alcançava, não muito longe, devido ao mau tempo. Quando chegamos próximos ao túnel, havia neve por todos os lados e a chuva tornou-se uma muito discreta queda de neve.

A passagem, o túnel, com pedágio custando caros †31.50, tem aproximadamente 12,8km, um longo trecho em que a temperatura sobe de 1º a 18ºC. É angustiante para pessoas com algum grau de claustrofobia, o que não é o meu caso… A nossa dúvida era se o cenário alpina de mita neve continuaria. Continuou. E mais, logo saímos da rodovia pedagiada para uma colateral e o cenário era um só: neve, ao lado da estrada, nos pinheiros, por tudo (com exceção da estrada em si) e neblina, muita neblina. Visibilidade quase zero. Estrada cheia de curvas, andando a uns 50km/h, carros eventuais passando rápido – na minha opinião – em sentido contrário. Pensando bem, um horror. Mas muito legal!

Alpes 110

Desta forma, chegamos ao “ring” de Turin e seguimos até encontrar a saída para o centro da cidade. Neste momento, a maior supresa do dia: neve, de novo. Só que caindo, e cainda MUITA neve. Os carros parados na rua cobertos por uma grossa camada de gelo. Um show para quem vive nos trópicos. Emocionados, conseguimos chegar, através de indicações, ao centro. Não tínhamos nenhuma noção da cidade. Nada, nem hotéis ou atrações turísticas. “Tateando no escuro”, encontramos o “i”, o Tourist Information.

Parênteses. Deixa eu falar um pouco de mim. Não gosto de – em viagens – chegar a cidades grandes. Prefiro as pequenas, de interior. Cidade grande normalmente tem hotéis mais caros e de menor conforto que nas pequenas. No trânsito, sempre é um saco, não tem onde estacionar, etc. Fecha parênteses.

Pelas razões supra-citadas, entrei no Tourist Information, peguei um mapa e falei com a mocinha pedindo uma indicação de hotel. No computador, com os requisitos que dei (quarto de casal, com banheiro, perto do centro, com estacionamento, até † 80), encontrou dois hotéis. Escolhi o mais perto do centro. Ela, então, reservou um quarto e me deu instruções de como chegar nele. Facilmente, cheguei até a rua 20 de Setembro, mas não encontramos o hotel. Três, quatro voltas passando pela rua, eu já amaldiçoando todas as grandes cidades do mundo (exceção de Paris e Porto Alegre), e encontramos. Ficava no terceiro andar de um prédio velho (não antigo) e no luminoso faltava o ‘H’ de hotel. Vacilamos, e decidimos procurar outro.

Em frente à praça da estação central, achamos o Hotel Roma, mais caro do que eu gostaria, mas nenhum absurdo. Garagem com controle remoto. Ficamos nele. O quarto bem meia boca, mas com uma cama muito boa (colchão de mola), Tv a cabo, uma grande banheira e internet point no sagão.

Alpes 111 Alpes 120


Após nos instalarmos, saímos a pé para conhecer a cidade. Diga-se que aquela neve que nos recebeu na chegada, somada à sujeira das ruas (poeira), derretida pelos carros que passam e pessoas caminhando, vira um grande “lamaçal”. Saímos pela via Roma, com suas galerias cobertas cheias de lojas e boutiques finas, até a Piazza Castello, onde ficam os Palazzos Reale e Madama. Fotos úmidas, e circulamos pela Via Pó até o Museu Nacional do Cinema, que tem a Moli Antonelliana, prédio com uma estrutura muito alta, que durante um período foi a mais alta do mundo.

Circulamos por ruas úmidas e embarradas mais um pouco e voltamos ao hotel, onde ficamso vendo tevê e descansando, tomando vinho antes de nos arrumarmos oara a janta, que foi na Pizzaria Lullaby, próxima ao hotel, spaguetti a carbonara para mim e pizza da casa para a Jacque.

Antes de voltar ao hotel, telefonamos para os pais da Jacque. Chegando no hotel, fomos à internet responder emails e enviar notícias da viagem.

Até amanhã.

Sunday, February 19, 2006

05/02/02 – Aix-les-Bains, Rhône-Alpes

(6º dia - Hote Acquaviva)

Jacque:

Acordamos no charmoso Hotel de France com dia nublado e frio. Saímos do hotel para o café da manhã pois este não estava incluído na diária e custava Eur 8,50 por pessoa. Acabamos no McDonalds, onde pedimos o “petit dejeuner” = dois Maxi Mac Sucré (Eur 4,10) – um absurdo de grande: suco de laranja, café + crème, iorgurte de framboesa, duas fatias de “pão amassado”, dois meios vrioche, duas panquecas + geléia, mateiga e maple syrup… Comemos feitos uns loucos!

Alpes 077
Abadai de Brou

Saímos então com o carro para visitarmos a Abadia de Brou, em estilo gótico, com telhado de mosaicos coloridos e que abriga o túmulo de Margarida da Áustria e de seu marido Filisberto, o Duque de Savoy. Apesar dos 10ºC, a sensação térmica era de muito menos, pois estava nublado e com um vento muito gelado. Tiramos algumas fotos externas e voltamos ao Centreville, pois era necessário pagar para visitas a abadia por dentro… Largamos o carro no hotel e fomos até a bela catedral de Notre Dame, mas – quando entramos para cpnhecê-la por dentro – percebemos que estava ocorrendo uma missa “de corpo presente’. Um funeral. Ficamos alguns segundos e saímos “de fininho”. Demos mais uma volta pelas simpáticas ruazinhas do centro histórico atrás de câmbio, porém não encontramos… contamos nosso dinheirinho e ele dava exato para pagar a conta do hotel (Eur 74.00). Fizemos o checkout e saímos em direção à Lyon, sem nada de Euros no bolso…

Alpes 080
Hotel de France, Bourg-en-Bresse

O trajeto entre Bourg-èn-Bresse e Lyon era bastante curto. No caminho, sem autorização do Marcelo, eu apertei em um botão na alavanca do limpador do parabrisa para ver do que se tratava e, aparentemente, nada aconteceu. Após alguns minutos, vimos que no painel, onde indicava a quilometragem percorrida, estava aparecendo a informação de quantos quilômetros poderíamos percorrer até termos que abastecer. Isso no mesmo momento em que nos perguntávamos quanto ainda poderíamos percorrer sem problemas. Parecia que o carro estava nos tranquilizando… Era o computador de bordo, cujo botão eu havia apertado…

Chegamos a Lyon por volta do meio-dia. Cidade muito grande e muito linda! Trânsito um pouco confuso até conseguirmos estacionar em um parking pago em área bem central = Place Bellecour.

Alpes 083
Place Bellecour

Lyon é a 2º maior cidade da França e, como todas as outras, tem a área central antiga (medieval) e a área moderna. É banhada pelos rios Rhône e Saône, que se encontram em um ponto (o Saône desemboca no Rhône). As casas na margem dos rios têm todo mais ou menos o mesmo aspecto, são edifícios de 3-5 andares, antigos e muito bonitos. Estacionamos o carro na Place Bellecour, que é um dos extremos da região de Presq’le, o coração de Lyon.

A place Bellecour é um imenso largo vazio entre um quadrado perfeito de prédios e, ao centro, encontra-se a estátua equestre de Louis XIV. Saímos caminhando entre lojinhas, cafés e bares da rue Victor Hugo (só para pietons = pedestres) a fim de encontrar câmbio, fomos até a Gare Routiére (estação de trens) sem sucesso. Voltamos até a place Bellecour onde acabamos fazendo câmbio nos correios.

Alpes 085
Rue Victor Hugo

Paramos para um gostoso sanduíche de baguette na cafeteria Pomme au pain e após seguimos nosso passeio pela região do Presqu’le = muitas lojas, restaurantes, etc. Clima muito bom. Seguimos pela Rue République até chegarmos atrás da prefeitura, onde ficava a “esquisita” Ópera de Lyon, cuja parte de baixo do prédio é totalmente clássica, com colunas jônicas e a parte superior é “super-modernex” com abóbada muito alta de ferro e vidro. Ao lado um praça com esculturas modernas do rio Rhône (e um frio de rachar…).

A prefeitura “Hotel de Ville” é um prédio lindíssimo que fica de frente para a Place des Terraux (séc.XVII) a ao lado está o Museu de Beaux Arts (Palais de Saint Pierre) que antigamente era um convento Beneditino. Na praça também está uma belíssima escultura de Bartholdi (o mesmo da Estátua da Liberdade) com quatro cavalos imensos e um anjo (ou guerreiro? Ou os dois?). Fomos a pé a margem do Saône e retornamos lenta para a Place Bellecour para buscar o carro. De lá, seguimos para a margem oeste do Sône, onde fica a “cidade velha”, linda, porém com ruas estreitas e acesso restrito aos carros.

Alpes 093
Ponte sobre o Saône

Subimos em zigue-zague por um caminho “estreitíssimo” até a Basilique Notre Dame de Fourvière, que fica no alto de uma colina e de onde se tem uma bela vista de toda a cidade. A Basílica é lindíssima, muito imponente e ricamente decorado com mosaicos em estilo bizantino, porém é bem nova (construída no final do século XIX). Atrás da basílica um jardim com caminhos sinuosos (Chemin du Rosaire) onde pode-se subir ou descer para a cidade velha. Antes de irmos embora de Lyon, ainda visitamos as ruínas dos tetros romanos que ficam bem próximos à Basílica. O Grand Theatre tinha capacidade para dez mil pessoas e foi construído no século XV antes de Cristo. O Theatre Ódeon é menor, mas igualmente belo (ambos em formato de concha acústica e ainda utilizados em concertos).

Alpes 100
Grand Theatre

Decidimos deixar Lyon às 16h30, com muito frio e dia nublado. Parecia que já estava anoitecendo. Havíamos decidido ir até Grenoble, mas depois mudamos para Annecy, até que o Marcelo sugeriu Aix-les-Bains, onde viemos parar… Na verdade, custamos muito para sair de Lyon (trânsito intenso e longa volta na periférique). Pegamos a N6 em direção à Chamberry/Grenoble, muito engarrafada na saída da cidade. Já noite com fechada (isto é, 18:30) o trânsito melhorou só que começou a chuviscas. Chegamos em Aix-les-Bains por volta das 20 horas.

A cidade fica às margens do lago Bourget, aos pés dos Alpes (é o que diz o guia, pois estava escuro e só vamos poder saber amanhã…). Tentamos encontrar hotel no centro, mas a maioria está fechada pela baixa temporada. Seguimos a indicação do livrinho da Best Western e acabamos no Hotel Acquaviva (3*), que faz parte do Le Domain d’Aix-Marlioz, dois hotéis com áreas de lazer em comum, incluindo centro de hidroterapia… Essa é um região de termas, que já existiam há mais de dois mil anos, e as Thermes Nationaux do século XIX ainda são utilizadas. Diária a †68.00 sem café. Largamos nossas coisas e saímos de carro (com chuva) para procurarmos um lugar para jantar (rodamos um pouco, muitos lugares fechados) até que paramos no pequeno Les Arcades, onde tomamos uma deliciosa Soupe d’Ognion Gratinée com vinho rouge da casa.

Retornamos ao hotel e acessamos a internet e vamos dormir. Tô morrendo de sono… Amanhã talvez escreva da Itália.

Buon nuit.

Thursday, February 09, 2006

04/02/02 – Bourg-en-Bresse, Rhône-Alpes (5º dia)

(Hotel de France – Best Western)

Marcelo:

Dia de deixar Paris, mas não para voltar para casa.

Acordamos cedo, 8h, tomamos o último café no Hotel Minerve e nos aprontamos para o checkout. O plano era fechar a conta do hotel, deixar as bagagens lá e na agência da Euroline para o Neni tentar trocar a passagem para poder fazer uma parte da viagem conosco.

Chegamos na loja – Rue St Jacque, 55 – à 9h25 e ela abria às 9h30. Esperamos, atrasou e, às 9h45, quando a Jacque e eu íamos pegar o RER B para buscar o carro no aeroporto Charles de Gaulle (CDG), a loja abriu. O Neni conversou, viu que teria que comprar outra passagem e tentar o reembolso da parte que não faria mas que já comprara. Deixamos ele pensando e fomos buscar o carro. Com o RER B, fomos até o terminal T9 do CDG e, lá, até a Renault Eurodrive para retirar o carro.

Chegando, nova surpresa: já sabíamos que havíamos ganho um upgrade do Mégane para o Laguna, e ali descobrimos que era o novo Renault Laguna DT 1.9 turbo diesel, reestilizado. A chave, um cartão, e a ignição apertando um botão. Ar condicionado independente para cada passageiro, airbag duplo, computador de bordo, seis marchas. Um avião, praticamente.

De carro, voltamos à Paris para ir buscar as malas e o Neni no hotel. Aquela altura, ele já deveria ter se decidido. Circulamos pela peripherique, entramos na Pont de Bercy, cruzamos o Sena pela ponte de Austerlitz e, ao lado do Institut du Monde Arab, entramos à esquerda para pegar a rue des Écoles. Chegamos ao hotel, carregamos o carro junto com o Neni e então ele revelou que não havia decidido se iria junto com a gente ou não. Seguimos novamente até a agência da Eurolines e ele entrou enquanto ficamos esperando no carro. Após alguns minutos, ele voltou e saímos da St Jacques pela Écoles, entrando à direita na St Michel e novamente à direita para entrar na Blv St Germain,a caminho de sair de Paris enquanto ele fazia os últimos cálculos parta decidir se nos acompanhava ou não.

Perto da Bastille, estacionei o carro, e ele decidiu que ia seguir o seu plano orginal de viagem: Bruxelas, Amsterdan, Londres e volta à New York. Nos despedimos emocionados, e nos separamos.

Agora apenas a Jacque e eu, saímos para a peripherique para, então, pegar a A6 em direção à Lyon, nosso objetivo. Inexplicavelmente, entramos direto na A4, rumo à Nancy e Metz, quase oposto do nosso destino planejado. Quando percebemos o erro, a Jacque se apressou em corrigir a rota com um caminho alternativo e evitando as autoroutes. Desta forma, saímos da A4 para a D231, que nos levou a Provins, cidade que não constava em nosso gui de viagem.

Alpes 069

Uma simpática cidade com seu centro medieval, fomos de carro por estreitas ruelas íngremes que nos levaram até a Eglise de St.-Quiriace, que data de 1160. Fotos, e seguimos em frente, porque (piada velha) retroceder nunca, rende-se jamais. Pela D403, fomos até a cidade de Sens, conhecida por causa da tribo dos senones que, em 390 AC tentou saquear o Capitólio Romano e foi impedidapor gansos, de onde surgiu a expressão “alertar os gansos”.

Alpes 071 Alpes 072

Estacionamos o carro e fomos caminhar pelo seu centro, junto à catedral de St.-Etiénne, a mais antoga das principais catedrais góticas da França. Muitas feiras livre nas ruas em volta da catedral. Visitamos também o mercado público local. De Sens, pegamos a N6, passando próximos a Auxerre, Avalon e Chalon-Sur-Saône, onde paramos num supermercado para compras as primeiras provisões.

Alpes 074
Alpes 075

Após rodar por 500km no dia, chegamos em Bourg-en-Bresse, nosso novo destino para hoje. Encontramos facilmente o Hotel de France, da rede Best Western, diária a Eur 74,00, onde nos instalamos. Após largar as coisas no quarto, à 9 pm, saímos para jantar: galinha (especialidade da região) com batatas fritas e salada verde. Mais embuchante, impossível. Juntos, tomamos uma garrafa de Merlot com água mineral. Voltamos ao hotel “acabados”, e agora vamos dormir.

Hasta mañana.