Conforme previamente acertado, relógios sincronizados, hora 0730, nos reunimos para os últimos acertos com ovos e bacon. Iríamos invadir Amsterdã. Iríamos dar o troco, vingaríamos, quatro séculos depois, a invasão de Recife pelos holandeses.
Com o coração partido, nos despedimos do Hotel Spaander e de Volendan e, sem vacilar, sem olhar para trás, partimos para Amsterdã. Logo na chegada, um exemplo do espírito da cidade: passou por nós homem vestindo apenas um maiô de couro fio dental andando de patins. Isto às 8h da manhã. E tava frio! Seguimos via N27 até o ring, passando pelo túnel Ij e entramos pelo Centrum passando em frente à Centraal Station e deixando o carro num estacionamento pago próximo. A nossa primeira parada lógica foi no Tourist Information Center , onde comprei um mapa e um guia de passeios pela cidade.
Decidimos pegar o Museum Boat, um barco que vai pelos canais (Amsterdã também é cheia de canais) e faz paradas nos pontos em que estão os museus de interesse. Entramos na parada 1. A próxima, a 2, é para a visita ao museu da Anne Frank, que fica na casa em que ela morou, que foi preservada praticamente como era na época da 2ª guerra, durante a ocupação nazista. Impressiona e deprime a capacidade do ser humano de ser bárbaro e sangüinário e ao mesmo tempo resistente e sonhador. Entramos o Caio, a Aline, o Paulo e eu, enquanto a Jacque, a Karina e a Roberta ficaram passeando pela volta, inclusive tirando foto junto à estátua da Anne Frank. Logo ao lado do museu, havia um pequeno café com um computador de onde o Paulo acessou a internet e viu o nosso email, o perdidosnaespace@hotmail.com, que tinha algumas mensagens endereçadas ao Caio e a Aline.
Após curtas respostas às mensagens nos enviadas, fomos ao barco e seguimos até a próxima parada, onde ficam o Rijksmuseum e o Rijksmuseum Vincent Van Gogh. Optamos por conhecer o segundo, mas chegando, descobrimos que ele estava fechado e só reabriria em 24 de junho. Frustrados, resolvemos não ir ao Rijksmuseum porque, de fora, nos pareceu gigantesco e necessitaríamos de um dia inteiro para visitá-lo. Pena. Ao barco, novamente.
Descemos na parada seguinte, a do mercado das flores. Funciona mais ou menos assim: é um longa quadra que costeia um dos canais e que tem centenas de bancas que vendem os mais variados e tipos de flores e sementes, junto com lojinhas de souvenirs, camisetas ("Estive em Amsterdãn e não me lembro") e cartões postais. Atravessamos a rua de uma ponta à outra e, ao final, decidimos que era hora de almoçar (duas e meia da tarde).
Seguimos por uma rua próxima - entre carros, trens, ciclistas e sex-shops - e resolvemos almoçar no Planet Hollywood. Como almoço significa lanche, o Paulo e eu comemos steak sandwich (vem um bife dentro do pão), a Karina e a Aline um hollywood club, a Jacque - a exceção para confirmar a regra do lanche no almoço - uma massa, e o Caio jejuou.
Logo após almoçarmos, voltamos à parada por onde passava o barco e fomos com ele até o ponto de início do passeio, na Centraal Station. De lá, fomos conhecer o distrito da luz vermelha, mundialmente famoso por suas vitrines que expõem mulheres seminuas. A primeira impressão foi péssima: na vitrines (três ou quatro delas), expostas ao público, mulheres de programa, cada uma pesando cerca de 120kg, flácidas. Foi uma desilusão para o grupo. Eram isto as "holandesas maravilhosas"? Nossa decepção não durou muito. Logo ali perto, num beco estreito, onde passava uma pessoa em cada direção por vez, encontramos o motivo de fama de Amsterdã. Difícil foi convencer nós homens a continuar...
Lendo sobre o distrito da luz vermelha num guia alternativo que consegui num cybercafe da cidade, descobrimos que este lugar é um bairro como outro qualquer, onde pessoas vivem, trabalham, passam por lá a caminho de outros lugares. Só que as prostitutas estão lá, assim como os shows de sexo explícito e as pornoshops. Tão seguro quanto outros lugares por onde passamos. Têm também as coffe shops, os bares onde o consumo de maconha é liberado. Eles estão por toda parte, na boa.
Após termos visitados o Red Light District, fomos em direção ao estacionamento, parando num cybercafe para responder e enviar e-mails. Posta em dia a correspondência, fomos pegar o carro. E quem disse que encontrávamos a entrada do estacionamento? Procuramos, procuramos, perguntamos, até que uma fachada com a Betty Boop foi decisiva para encontrarmos o carro. Tudo pago, a decisão do grupo foi de ir para Harleen, cidade a poucos quilômetros a oeste de Amsterdã. Pela Haarlenmerweg, nos direcionamos à saída 103 para pegar a N200 até essa cidade. Logo na saída, vimos um moinho e paramos ao lado da estrada para fotos.
Poucos minutos depois, chegamos em Harleen, cidade de pequeno porte que tem como principal atração turística a Catedral de São Bavo, que possui um famoso órgão onde tocaram - entre outros - Handel e Mozart. Uma vez em Harleem, iniciaram os problemas: não encontramos nenhum hotel na cidade. Não que eles não existissem, apenas não os encontramos. Circulamos, circulamos e nada. Como já eram cerca de 18hs, resolvemos seguir e tentar um hotel num balneário próximo, Zandvoort.
Chegando lá, encontramos hotel. Milhares deles, mas todos com placas que diziam voll (belegt, complete). Lotados, todos, sem exceção. Certo, certo. Sexta-feira, feriadão, você deve estar pensando: "Como é que eles imaginavam conseguir hotel?". Mas eu lhes afirmo, estimados leitores, não foi isso o que nos derrubou. O que nos derrubou foi o fato de que justamente naquela praia e naquele final de semana estava sendo realizado o Campeonato Mundial de Windsurf. Quando percebemos que não encontraríamos hotel nem pintados de ouro, fomos jantar numa pizzaria antes de pegar a estrada novamente.
Nosso plano era andar um pouco e dormir num hotel de beira de estrada. Paramos em pelo menos cinco hotéis: eram muito caros (US$200,00 pela noite) ou estavam lotados. Cansados e com sono, por volta da meia-noite, encontramos um hotel com preço razoável em que decidimos ficar. Hotel Ibis, cidade: Veenendaal.
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