Thursday, November 18, 2004

11/05/99 - Bruges

Café da manhã com ovo cozido do "Seu" Fevery. Após ligeira reunião, decidimos sair em direção ao Atlântico Norte. Ostend era o objetivo, mas vimos o mar mesmo em Brendene, onde visitamos uma feira que vendia desde galinha assada e biscoitos amanteigados até jaquetas de couro. A praia, como o dia: cinzenta e fria.

Avançamos em direção ao norte e chegamos a De Haan, a mais "disneylandiana" das cidades que visitamos na Bélgica. Nos sentimos na Main Street, do Magic Kingdom. Todas as ruas perfeitas e limpas de estilo vitoriano. Havia, inclusive, bicicletas e scooters para alugar, mas foi vã a minha tentativa de convencer o grupo a alugar uma com seis lugares e uma cestinha. Passamos também por Knockke-Heist, outro balneário, que ficou ofuscado pela boa impressão que De Haan nos causou.

Antes que o Caio tivesse um ataque de nervos ("Vamos visitar Bruges!"), voltamos para Bruges para conhecê-la. Chegamos de volta à cidade, deixamos o carro num estacionamento subterrâneo no centro e saímos a caminhar. Passamos pelo parque de diversões, por um parque onde escolares jogavam frisbee, e entramos na "rota dourada" (caminho marcado por essa cor num mapa da cidade que ganhamos de brinde e que indicava as principais atrações turísticas da cidade).

A nossa primeira parada foi no Minnewater (o lago do amor). Fotos, filme, banheiro a BEF$10,00, ver os patinhos com a Roberta e seguimos adiante, por estreitas ruas medievais. Após poucos minutos de caminhada, por volta das 14h, passamos em frente a uma patisserie onde vimos 6 (o nosso número) fatias de pizza brodjen (pizza de pão) que compramos para o almoço junto com uma appel taart (torta de maçã) -que pedimos para ser cortada em seis fatias - e refrigerantes, que saímos comendo pela rua. Na praça em frente ao Memling Museum, paramos para comer a torta e para Karina trocar a Roberta, que só faz cocô na fralda.

O museu, homenagem a este pintor que viveu em Bruges, fica no local em que havia antigamente o Hospital St-Jans. Foi neste hospital que Hans Memling esteve internado tratando ferimentos de guerra e, como demonstração de gratidão, pintou o seu famoso "Relicário de Santa Úrsula" e o deu de presente ao hospital. Enquanto nos deliciávamos com a torta de maçã que era nossa sobremesa (menos para a Aline, que não gosta destas coisas), ocorreu A Tragédia: perdemos o "naninho" da Roberta. Explicação: o naninho é uma fralda de pano que, junto com o bico, forma a dupla de "salva-vidas" dela. Cada vez que ela sente sono, fome, frio, medo ou está com raiva ou contrariada, ela pede "naninho-bico", e ai de nós se ela não consegui-los.

Como é que fomos perder o naninho, afinal de contas? Ninguém sabe ao certo, mas impressão é de que havia caído no chão sem notarmos ou ficado sobre um banco ou carro. Detalhe: só nos demos conta do acontecido bem mais tarde, o que nos tirou a esperança de tê-lo de volta.

Logo após o almoço, decidimos - para relaxar - fazer um passeio de barco pelos canais, que custa BEF$190,00 e dura meia hora. Fotos, filme. Na continuação, subimos no Belfort, a torre na Grand Place com seus 366 claustrofóbicos degraus. A vista lá de cima é muito bonita, e as fotos valem a subida e as pernas bambas que vem depois.

Recuperados e comendo batata-frita, continuamos até a Basílica do Sangue Sagrado, de arquitetura e interior impressionantes. Quando entramos, estava ocorrendo um ensaio de um coral de música sacra. Boquiaberto, assinei o livro de visitas em nome dos Perdidos na Espace. Saímos de lá, fomos caminhando lentamente até o estacionamento e voltamos ao hotel para ajeitar os cabelos das mulheres e ir ao banheiro. De volta ao carro, decidimos ir até Ghent, cidade vizinha, para jantar. Tranqüila e sonolenta viagem pela E19.

Visita à bela Ghent com chuva, cidade deserta e multa por estacionar em local proibido. Janta num pizzaria com atendimento em italiano falado com a Jacque e ótimas pizzas. Antes de terminar o dia, devo relatar que a tragédia que envolveu o naninho da Roberta terminou de forma positiva: o encontramos no lugar em que havia caído algumas horas depois de perdê-lo.

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