Sunday, January 30, 2005

27/05/99 - Amboise

Último dia desta rápida visita ao Vale do Loire, que merece uma viagem inteira só para conhecê-lo detalhadamente. Café da manhã bucólico do La Pergola, "lendo" o Le Figaro para saber notícias de Rolando Garros. Coisas na van, pagamos (pouco) e fomos aos castelo do dia.

Iniciamos pelo santo de casa: o Château d'Amboise, que havíamos visto por fora na noite passada, após a janta. Estacionamos a Espace e fomos até ele. Na entrada, bilheteria e ingressos a FF$40,00 e a decisão do grupo de não entrar. Passeamos mais algum tempo pela cidade, que conserva intacta a arquitetura medieval, e foi o local onde Leonardo da Vinci viveu seus últimos anos de vida.

Saímos da cidade pela N751 entrando após na N7 (e seguindo as placas!) indo direto até Villandry, onde fica o Château de mesmo nome, que é famoso mais pelo seu jardim, estilo século XVI. Por FF$35,00 fomos visitá-lo. É um passeio bonito, que se faz com um folheto explicando o significado de cada parte que forma o grande mosaico que é o jardim.

Como começava a chover, achamos mais prudente seguir adiante. No caminho, suspeita de que haviam tentado arrombar a van. Cinco milhas a oeste de Villandry, fica o Château Azay-de-la-Rideau. Surpresa e decepção: estava em greve (?!). Foi o nosso primeiro contato com a greve dos funcionários do Ministério da Cultura francês, mas só descobriríamos isso depois. Já que não poderíamos visitar o castelo, fomos almoçar. O de sempre: menus, compostos de entrada, prato principal e sobremesa. Eu, como o glutão do grupo, segundo opiniões maldosas e injustas, comeu apenas uma omelete. Em compensação, de sobremesa, pediu uma banana split, que mais que uma sobremesa, acabou tornando-se um evento. Praticamente todos os funcionários do restaurante vieram confirmar se eu havia pedido MESMO uma banana split. No final, ainda vieram confirmar se eu havia comido tudo. Claro que sim...

Olhando os folhetos de propaganda nas lojas de souvenirs, percebemos que não havíamos visitado o Château de Ussé, ou do Zé, como carinhosamente o apelidamos. Foi ele que serviu de inspiração para o conto de fadas "A Bela Adormecida". Chegando lá e percebendo que a visita era guiada, traumatizados, achamos por bem fotografá-lo de fora.

Após isso, vimos que era hora de deixar - com os corações sangrando em dor e sem querer ver nenhum castelo pela frente - o Vale do Loire. Pela pequena D7, fomos até Tours para um visita de dentro do carro em que dormi o tempo todo. De Tours, pela Autoroute A10-E5-E60, seguimos rumo à Paris. Quase lá, desviamos pela A5a até Melun, onde o Hotel Íbis nos aguardava.

Este trecho da viagem de carro, em que a paisagem não era o mais importante, a rotina de olhar para fora do carro deu lugar a diversas brincadeiras, além das já tradicionais músicas que cantávamos com a Betinha, como o "Alecrim Degolado", "Pai Paulinho" e "Tudo Amor Perfeito", que serão gravadas digitalmente e farão parte do CD "Perdidos na Espace - Todos os Sons", que também incluirá os resmungos do Marcelo, os silêncios da Karina quando ficava braba, e algumas indecisões do Caio.
Nesse dia particular, as brincadeiras foram "Descubra a música a partir de grunhidos", em que um dos participantes grunhia um trecho de uma música qualquer e outros tentavam adivinhar e "Relembrando Músicas Jovens dos anos 80".

Já no Hotel Íbis de Melun, nos reunimos para a janta. O Caio e a Aline resolveram sair de carro para jantar fora e conhecer um pouco da cidade, e os outros jantaram no hotel mesmo, o que foi um achado porque o Paulo e eu fomos apresentados aos espetacular creme Brullé, a melhor sobremesa francesa que comeram, servidos pela - tenho certeza que era ela disfarçada - Julia Roberts. Dormimos cedo para estarmos preparados para o dia de descanso da viagem, a ser passado na Disneyland Paris.

Tuesday, January 25, 2005

26/05/99 - Sully Sur Loire

Café da manhã na casa da vó servido pelo vô com asa. Não, ele não voava.

Bagagens na van, estrada. Estranho notar que a cada dia que passa a minha mala fica mais pesada (papéis, roteiros). Planejamos - para este primeiro dia no Vale do Loire - visitar quatro castelos. Com este objetivo, saímos de Sully pela D14 em direção oeste, desta para D921 e, seguindo as indicações, pela D33, ao Château de Chambord.

Chambord é nada menos que o maior palácio do Vale do Loire. Cerca de 2000 trabalhadores levaram 20 anos para contruí-lo, com seus 440 "aposentos". O palácio fica num parque de 13000 acres. Pagamos FF$40,00 cada para uma visita sem guia - ainda bem - pelo castelo. Chama a atenção a escada em que duas pessoas, uma descendo e outra subindo, nunca se encontram (pena que, segundo o grupo, "o Marcelo nunca vai entender como isto é possível"). Visita com muitas fotos de fora para dentro do castelo e vice-versa.

Prosseguindo a visita aos castelos, saindo de Chambord, fomos até Blois, onde fica o castelo de mesmo nome. Mais uma bela cidade na beira do rio. Chegando lá, fomos direto ao castelo que, por ser no meio da cidade, perde em muito em imponência para o Château de Chambord, ao menos por fora. Não o visitamos por dentro. Preferimos, isto sim, almoçar num Restaurant localizado na praça em frente ao château. Compramos sanduíches - maravilhosos por sinal - e fomos comer na sombra das árvores do jardim. Primeiro, compramos três sanduíches para quatro pessoas, Kaká, Paulo, Jacque e eu. Após comer isso, compramos mais de tão bons que estavam. O Caio e a Aline fizeram o mesmo.

Após este agradável almoço, às duas da tarde, quando estávamos indo embora, algo estranho aconteceu: de uma casa aparentemente normal num dos extremos da praça, começou a sair uma música tipo futurista e das janelas saíram para fora as seis cabeças, as patas e a cauda de um dragão que começou a rugir (este é o termo certo?) causando espanto dos presentes, nós inclusive. Explicação: tudo, óbvio, animatronics, para chamar a atenção para um espetáculo de ilusionismo que ocorreria na casa - a Maison de la Magie - às três da tarde. Sorte nossa estar ali àquela hora.

Avançamos - porque "pra frente, Brasil" - até o Château de Chaumont, em Chamont-Sur-Loire. Foi para cá que Diane de Poitiers - amante do rei Henri II da França - veio quando foi "despejada" do Castelo de Chenonceau pelo Rainha Catherine de Médici, após a morte do rei. O castelo foi construído durante o reinado de Louis XII, e fica no alto de uma colina onde se chega após uma subida a pé (para nós mortais que não podemos levar o carro), e tem-se uma boa visão da cidade e do rio. Não entramos, apenas fotos e momentos de descanso sob a sombra das árvores, extremosas, segundo o Caio (como todas as árvores que vimos em toda a viagem também eram extremosas). Na saída do Château, aproveitamos uma cabine telefônica e ligamos para a Renault para conformar a devolução da Espace no sábado, uma da tarde, no Aeroporto Charles de Gaulle, em Paris.

O próximo e último castelo do dia fica em Chenonceaux, e é o Château de Chenonceau, considerado uma obra-prima da Renascença. É mais conhecido pela "Damas de Chenonceau", que ali viveram. Ele foi presente do Rei Henri II a sua amante, Diane de Poitiers, 20 anos mais velha que ele. Ele era acusada de usar magia negra para manter-se bela e chamar a atenção do Rei, o que - por acaso - funcionou, porque ela estava na casa dos sessenta anos quando o rei morreu. Tão logo isso aconteceu, a esposa traída, Catarina de Médici, a fez devolver as jóias que havia ganho do Rei e tomou Chenonceau para si. Fizemos a este castelo a visita mais detalhada do dia, visitando os jardins e todo o interior, inclusive o quarto da viúva, todo preto.

Por volta de seis da tarde, saímos de lá procurar um hotel, em mais um capítulo da série "Em que hotel vamos ficar?". Durante toda a viagem, foram poucas as vezes que tivemos problemas em achar hotel, sendo as vezes mais traumáticas aquela quando saímos de Amsterdan e fomos conseguir hotel em Veenendal, já meia-noite, e na entrada de Munique. Desta vez teria sido fácil, se eu não tivesse complicado um pouco...

Escolhemos Amboise, onde ficava o primeiro castelo a ser visitado no dia seguinte, para ficarmos. Através da indicação do Frommer's, nosso guia, fomos ver o Hotel Belle-Veu. Um quarto ruim e dois bons, sem TV, preço razoável. Fomos em frente. Hotel La Pergola, quartos "bonzinhos", dois com TV e um sem, preços bons. Resolvemos apelar ao velho Ibis de todas as horas: lotado. Impasse. Encontrei um com quarto para seis pessoas. Rejeitado. Votação. Ao La Pergola, que, afinal, se revelou um bom hotel.

Jantamos menus a FF$98,00 (o meu com sobremesa) e água mineral Perrier. Vimos o castelo de fora, iluminado por holofotes e pela luz da lua, numa noite ótima noite de primavera quase verão. O que me lembra a famosa frase "Não há nada como uma noite de primavera no Vale do Loire"... Antes de voltarmos para o hotel, liguei para o Hotel Íbis de Melun e reservei quartos para duas noites. O plano é ir para esta cidade - a cerca de 50km de Paris - passar a sexta-feira na Disneyland Paris e, no sábado, invadir Paris, a cidade-luz.

Sunday, January 23, 2005

25/05/99 - Dijon

Café da manhã no Ibis velho de guerra.

Alteração da rotina: check out só ao meio-dia, para podermos conhecer a cidade pela manhã. Saímos do hotel e descemos a Rue Musette, por entre barracas com frutas frescas, até a Eglise de Notre Dame, na Place Notre Dame. Impressionantes arquitetura gótica com gárgulas na fachada frontal. De lá, seguimos até a Rue des Forges, onde fomos no Tourist Office e peguei um mapa da cidade. Entramos na Rue Liberté e seguimos até a Place Darcy, bonito parque no centro de Dijon com uma escultura de um urso na entrada. Fica bem próximo ao Arque du Triunphe . Saindo de lá, entramos à direita na Rue Dr Maret e seguimos até a Place St-Benigne, onde fica a Catedral de mesmo nome, de estilo gótico, que tem em seu subsolo uma assustadora cripta datada de 1007.

Através da Rue Bossuet, retornamos à Rue de la Liberté, e em direção ao nosso hotel, na Place Granjier. Enquanto o resto do grupo voltou ao hotel para preparar nossa saída, o Paulo e eu fomos atrás de câmbio para nossos US$. TENTAMOS EM 4 BANCOS E NENHUM ACEITOU NOTAS DE CEM DÓLARES! Com a paciência já nas últimas, descobrimos que o câmbio é feito nos correios (DICA), mas apenas US$400,00 por pessoa. Resolvido nosso problema monetário, pagamos o hotel, FF$407,00 e seguimos adiante.

Pela Autoroute A6, em direção à Paris, deixamos Dijon. Seguimos por ela até a saída para Avalon, nossa próxima parada. Chegamos lá por volta das 13h30, e a cidade estava deserta por ser "hora da siesta". Caminhamos por ruas vazias desta bela cidade medieval até a Eglise de St Lázaro, do século XI. Dizia-se que a igreja havia recebido a cabeça de São Lázaro no ano 1000, e, por isso, Avallon era local de peregrinação. Não provamos a sua famosa comida porque "era hora do almoço"...

Saímos de Avallon pela D957 e andamos 14km até Vézelay, nova parada. Esta cidade é considerada um museu vivo de antigüidades francesas, parada no tempo. O ponto alto da visita a esta cidade - que em 1190 foi ponto de partida da 3ª Cruzada, recebendo nomes com Ricardo Coração de Leão - é a Basílica de St Madeleine, a maior e mais famosa igreja romanesca da França, sendo apenas 10 jardas (menos de 10 metros) menor que a Notre Dame de Paris. É que estiveram no passado os restos mortais de Maria Madalena (algumas de suas relíquias ainda estão lá, numa cripta).

Foi em Vézelay, às 15h30, que almoçamos (importante dado histórico). A Aline comeu galinha com fritas e a Jacque, uma omelete. Nosotros, comemos sanduíches de queijo (meia baguete com queijo camembert), que a Karina detestou e o Caio e o eu a ajudamos a terminar.

Saciados, partimos para Auxerre - pela D951 - para nossa última parada na região da Borgogna. Chegamos lá às 16h30, e nos deparamos com um impasse: se a visitássemos, teríamos necessariamente que dormir na cidade. Caso contrário, seguiríamos em direção a Orleans, já no Vale do Rio Loire. Democraticamente (4 votos a 2) decidimos ir em direção ao Loire.

Imediatamente, entramos na D765 numa viagem sem paradas até entrarmos na N7, passarmos ao largo de Briare e chegarmos em Gien, às margens do Loire. Procuramos um hotel na beira do rio e, num vacilo coletivo, seguimos em frente - pela D951 - até Sully-Sur-Loire, a agradável surpresa do dia. Parece uma cidade normal, até chegarmos na margem do Loire, onde está o Chateau que deu o nome à cidade, um exemplo de arquitetura militar defensiva, com fosso e um grande área verde em volta. O reflexo do castelo na água ao pôr-do-sol é um espetáculo de tirar o fôlego, segundo depoimento dado a este repórter de viagem pela Karina.

Jantamos em frente ao Chateau numa pizzaria ótima. O nosso hotel, Hostellerie du Grand Sully, tem jeito de casa de vó. Durante a janta, discutimos o fato de estarmos um dia adiantados no nosso roteiro. Existe uma boa possibilidade de passarmos esse dia na Disneyland Paris.

Thursday, January 20, 2005

24/05/99 - Prangins

Ou Nyon, não sei ao certo o nome deste lugar ao lado de Genève. Noite tranquila, café da manhã com o melhor a baguete que comemos até agora na viagem e, quiçá, na vida. Arrumamos tudo e saímos em direção à Genève. Surpresa: hoje é feriado de Pentecostes na Suiça. Nenhuma loja aberta (sem chocolates ou canivetes...).

Deixamos o carro próximo à avenida da beira do lago, no lado da cidade velha, e fomos andar pela orla. Vimos o jato d'água, passeamos por entre os barcos vendo os patinhos e os gansos com a Roberta. Não pudemos ver o relógio das flores por ele estar em manutenção. Circulamos também pela cidade velha e - pelo feriado - deserta, e resolvemos seguir em frente.

Seguimos via N5 em direção à Thonon e depois Evian (da água mineral - comentário estúpido), costeando o lago Leman. Paramos na bela Montreaux, onde caminhamos como e por entre nativos num parque a beira do lago, em busca de um McDonald's para matar um desejo da Roberta e do resto do grupo. Como não encontramos, seguimos em frente. Fomos encontrar em Vevey, onde fica a sede da Nestlé. Almoçamos e prosseguimos até Lausanne, que visitamos apenas de dentro do carro.

Neste ponto do dia e da viagem, já com quase toda volta no lago feita, tomamos uma importante decisão: ir para a França em definitivo, último país da viagem. Entre ir a Lyon ou Dijon, preferimos, por critérios geográficos, ir para a última, na Burgundia.

Dijon fica a 311km a sudeste de Paris e é famosa pela sua mostarda e vinhos. Decididos a sair da Suiça e ingressar na França, a partir de Lausanne, pegaríamos a E23 e N57 até Pontalier e aí a Besançon. Sob a precisa orientação deste que vos escreve, nos perdemos num emaranhado de pequenas estradas e acabamos andando muito mais do que seria esperado. Por outro lado, fomos brindados por magníficas paisagens no Vale do lago Jaux. Corrigido o rumo, fomos até Besançon e pegamos a E36 e depois a E39, chegando em Dijon por volta das 19h30.

Conforme as indicações do nosso guia, o "France - Frommer's 99", um dos hotéis bons e baratos de Dijon era o Ibis Central, da rede Ibis, hotéis onde já havíamos ficado em Venendaal e Koblenz, na Holanda e Alemanha, respectivamente. Vencida a resistência do grupo em ficar em hotéis de rede, fomos para o hotel. Após o banho para tirar a poeria suiça do corpo, demos um pequeno passeio e jantamos no Central Grill Rôtisserie, o que merece uma consideração à parte.

Este restaurante, como o hotel, também foi indicação do guia de viagem. Aliás, ficava dentro do hotel. Menu especial a FF$100,00, com pessoas muito bem vestidas, maitre com ar arrogante e tudo (como nas piores histórias de restaurantes franceses). Chegamos, os Perdidos, nos conduziram para uma mesa bem no meio do salão. Todo o restaurante a meia luz e um holofote sobre nós. Todos nos olhando, e nós tensos. Fizemos os pedidos - escargots para os homens - e ficamos aguardando. O maitre parecia que ia nos expulsar aos gritos se cometêssemos qualquer deslize.

Para piorar a situação do grupo, o maitre (sempre ele!) colocou na mesa, à frente de cada um, uma taça com um líquido avermelhado. Pânico. Aquilo não fazia parte do menu, nem havíamos pedido. Insegurança. O que seria aquilo, lavanda? Estariam todos no restaurante esperando que um de nós tomasse aquilo para rirem de nós até passarem mal? Paranóias à parte, mandamos o Caio para o sacrifício. Tomou um gole, alívio, era um suco de frutas... Quanto aos escargots, tudo bem, com exceção de um, que nem a ameaça de um incidente internacional fez sair de sua casca.

Tuesday, January 18, 2005

23/05/99 - Les Diablerets

Conforme já relatado no dia anterior, havíamos finalmente encontrado neve em nosso caminho, literalmente. A impressão do grupo era de que essa seria nossa maior experiência neste sentido para esta viagem, impressão essa completamente falsa, com veremos adiante na continuação de nossas "aventuras"...

Tomamos café (queijos maravilhosos!) no hotel, nos aprontamos e partimos. Rápida reunião, decidimos ir para Chamonix, estação de esqui francesa internacionalmente famosa ao pé do Mont Blanc, montanha de 4400m de altura que separa a França da Itália. Deixamos a Suiça para trás para voltar mais tarde.

Estrada cênica até Chamonix, parking, câmbio e passeio. Procurávamos um teleférico que nos levasse até a neve. Encontramos o Aiguille du Midi, que, em duas fases, nos leva a 3842m. Achados, os Perdidos resolveram subir. A primeira parada, a 2553m, foi entre as nuvens, visibilidade zero, sem graça. Fizemos a baldeação direto para ir ao ponto mais alto do passeio.

Passadas as nuvens, o choque: primeiro, tem-se a impressão de que o bondinho não vai vencer a altura e vai se chocar com as pedras, vamos todos morrer mas, afinal de contas, o mundo vai acabar mesmo em 11 de Agosto de 99, como disse Nostradamus, azar. Segundo, a indescritível cena do surgimento do Mont Blanc ao passarmos pela camada de nuvens, assustador e ao mesmo tempo uma beleza sem descrição. Lá em cima, frio quando longe do sol. Quase nenhum acesso a neve, apenas para esquiadores e alpinistas. Sem óculos escuros, praticamente não se consegue enxergar nada devido à claridade do sol refletida na neve. Fotos ASA400, cerca de 30, das máquinas da Jacque e da Aline. Felicidade e êxtase do grupo.

Almoçamos a 3842m de altitude, uma das melhores torradas de queijo do mundo ("croq monsieu"). O ponto escatológico do passeio: no alto do Mont Blanc, eu sentei e caguei. Não se asustem, foi num banheiro... A descida ao chão, quase tão assustadora quanto a subida. Lá embaixo, sorvete e retorno à van.

Decidimos ir em direção à Genève (Genebra) e ao lago Leman, nossa próxima parada. Viagem rápida e sonolenta (para mim, após a almoço, pelo menos) entre belos cenários alpinos. Chegamos no final da tarde de domingo a uma Genebra em "ebulição", com milhares de pessoas caminhando em volta do lago, andando de roller, de bicicleta, centenas de veleiros no lago. Todos curtindo o sol do fim de tarde. Resolvemos ficar por ali e fomos procurar hotel na beira do lago.

Rapidamente encontramos o hotel perfeito, se não fosse pelo preço assustador e não "para o nosso bico". Visitamos mais alguns nas mesmas condições e desistimos. Acabamos encontrando um motel em Prangins, ao lado de Genève, o L'Aerodrome, com estilo americano de filmes a preço acessível. Esperamos ser possível dormir com nossos vizinhos motoqueiros com suas Harley-Davison...

Jantamos muito bem, como sempre. A Jacque e eu comemos pizza, a Karina e o Paulo um calzone, a Aline um entrecot e o Caio, carne de cavalo. Horror das meninas, mas uma carne nada demais. Fomos dormir cedo nos preparando para invadir Genève amanhã cedo. Chegamos sexta-feira em Paris. A viagem parte para sua rota final...

Monday, January 17, 2005

22/05/99 - Interlaken



Café da manhã às 8h45 com jornal para ver a previsão do tempo. Vendo o mapa meteorológico (a única coisa que entendíamos no jornal), constatamos que a única nuvem escura estava justamente sobre Interlaken. Na rua, para confirmar a precisão da meteorologia suiça, o tempo nublou e começou a chover. Pagamos (CHF$100,00), carregamos a van com nossas herméticas bagagens, e partimos, comigo dirigindo e o Caio de navegador.

O destino inicial - decidido pelos homens na saída - era Berna. Fomos pela rodovia 6, passando por Thun e, antes de chegar nessa cidade, pegando a A6. A chuva nos acompanhou quase todo trajeto. Chegando em Berna, fomos direto à cidade velha, deixamos a Espace no parking do Cassino e saímos a caminhar. O guarda-chuva, parceiro novo, junto com a gente.

Passeamos pela Kramgasse, com o seu relógio com a animação de bonecos maior e mais antiga da Europa, e também fontes no meio da rua a intervalos regulares. Descendo a rua, atravessamos a ponte (uma das mais belas vistas da cidade velha) sobre o rio Aaren para chegar ao fosso dos ursos, símbolos da cidade. Desde 1580 são mantidos ursos ali. Voltamos, subindo a rua e observando as vitrines, com relógios caríssimos, entre outras coisas. Uma chamou a atenção minha e do Caio, mas causou horror na mulheres: era de artigos para o tiro ao alvo. O Caio gostou de uma zarabatana e eu de um arco-e-flecha, cujas compras foram vetadas veementemente pelas respectivas esposas. Mulheres... Chegamos ao relógio ainda em tempo de ver o espetáculo que acontece de hora em hora.

Ao carro, decidimos seguir viagem. Sem chuva! Ela havia parado durante o passeio pelas ruas de Berna. Pegamos a A12 em direção à Fribourg, e saímos dela para irmos a Gruyeres, uma dica de uma amiga da Karina. Gruyeres é um castelo medieval que foi residência de uma mesma família por dezenove gerações até que foram à falência, sendo adquirido pelo governo e restaurado. Hoje, sedia um Centro Internacional de Arte Fantástica. Visita a CHF$5,00, que fizemos após um lanche na rua. Tem-se uma vista muito bonita de lá, e umas cascas de amêndoa que são de outro mundo. Os palitos de queijo vendidos lá também são dignos de nota.

Neve. Esta era a nossa fixação naquele momento da viagem, e nosso plano era ir em direção ao picos eternamente com neve dos Alpes, que estavam tão longe e tão perto... O plano lógico era visitar uma estação de esqui. A primeira do caminho era Gstaad, para onde fomos por uma estrada sinuosa e estreita, com vistas espetaculares de campos verdes, com casas brancas (e outras cores) em cima de colinas e vacas com sininhos no pescoço. E - claro -, neve no pico dos montes. Passamos por Chateau d'Oex, Soanem, até chegarmos a Gstaad. Lá, fomos direto ao teleférico que leva para a pista para iniciantes, a única aberta no momento. Conversei com a recepcionista que me explicou que aquela hora - 16h55 - não havia mais subida de teleférico e me frustrou dizendo que dificilmente encontraríamos neve lá em cima.

Resolvemos, então, seguir adiante. Iríamos para Montreaux - a oeste de onde estávamos -, ou à Chamonix, na França, mais ao sul. Conforme havíamos decidido previamente, seguimos por uma scenic route, caminhos indicados em nosso mapa como os passeios mais bonitos. Foi aí que nos deparamos com o inesperado: conforme seguíamos pela estrada, aquelas neves que pareciam distantes foram se aproximando até ficarem ao lado da estrada, mas apenas resquícios da neve que havia no inverno ainda não derretidos, sujos. Paramos o carro e fizemos festa com aqueles "resquícios" de neve. Fotos, vídeo, brincadeiras, "guerra de neve".

Satisfeitos, fomos em frente, honrando o lema "retroceder, nunca, render-se jamais". Poucos quilômetros adiante, nova surpresa: mais neve, ao lado da estrada, com cerca de meio metro de espessura desde o chão. Festa, fotos. Cada vez mais extasiados, avançamos por Les Diablerets - o nome do local - passando por paisagens de sonho. A neve tomando conta de tudo, apenas as árvores se sobressaindo no meio do branco, até onde nossa vista alcançava. Era, provavelmente, a mais bela scenic route da nossa viagem, até que acabou. Não a viagem, nem a neve, mas a estrada. Tecnicamente falando, ela ainda continuava ali, mas não poderíamos seguir viagem porque a estrada estava bloqueada por cerca de um metro e meio de neve.

Foi loucura total. Corremos, pulamos, fotos e vídeo. Havia, para falar a verdade, uma passagem por ali. Só que era em curva, numa subida e havia uma fina camada de gelo cobrindo o asfalto. A prudência nos mandava dar meia volta, mas embarcamos todos no carro, colocamos os cintos de segurança, o Paulo (motorista mais experiente) assumiu o comando, acelerou bem, arrancou em alta velocidade para pegar embalo, houve gritos de terror quando nos aproximamos do monte de neve, demos meia volta e fomos à pequena cidade de Les Diablerets. Fizemos ligações telefônicas extras para o Brasil para contar à famílias que havíamos encontrado e - fantástico! - tivéramos nosso caminho bloqueado por neve. Já passava das 18h e decidimos pernoitar naquela pacata estação de esqui nos Alpes suiços. Ficamos no hotel Les Sources, bom hotel com um riacho passando por trás, com correnteza forte pela água de degelo da neve. Banhos e fomos jantar. Por ser baixa estação, muitos restaurantes estão fechados, mas encontramos um bem simpático. O Caio comeu fondeau de queijo, o Paulo e o Marcelo salmão defumado de entrada e porco com molho branco de prato principal. Após a janta, dormimos recompensados pelo inesquecível dia de férias...

Sunday, January 16, 2005

21/05/1999 - Innsbruck


Chuva, muita chuva. Saímos de Innsbruck pontualmente às  9h, depois do café e de constatarmos que não valeria a pena subir as montanhas devido ao mau tempo. Nosso novo objetivo era a Suiça.

Saindo de Innsbruck, via A12, rumamos em direção ao país dos relógios, chocolates, canivetes e contas bancárias secretas (num resumo extremo). Em virtude do tempo chuvoso, foi o dia que mais rodamos de carro ininterruptamente, numa longa e sonolenta viagem pelos Alpes. A crença de todos é que esta seria a parte mais bonita da viagem, em termos de natureza, se não fossem as circunstâncias meteorológicas. Com o Paulo dirigindo, o Caio de navegador e o eu dormindo, passamos por estrada cheias de curvas e túneis longos. A temperatura, que em München - 48 horas antes - era de 26ºC, caiu para 5ºC durante este trecho, e se via pouco das montanhas nevadas devido a chuva e serração.

Por volta das 13h30min, já tendo atravessado Liechtenstein, chegamos na primeira cidade Suiça do roteiro, Luzern, abaixo de chuva. Guarda-chuvas a postos, passeamos, atravessamos a ponte Kapellbrücke com o lago Wasserturm quase transbordando. Algumas fotos molhadas e fomos almoçar. Restaurante simpático com o prato do dia e um garçom falando português.

De volta ao carro, mais estrada. Saímos da cidade pela A8 em direção à Interlaken, nossa próxima escala. Também ao pé dos Alpes, também chuvosa. Chegando, fomos - como de praxe - ao Tourist Information e conseguimos uma lista dos hotéis da cidade. Escolhemos um na beira do canal e fomos conhecê-lo. Bingo. Nos instalamos, banho, e fomos passear pelas ruas úmidas de Interlaken.

Jantamos numa restaurante italiano (risotos) onde a garçonete portuguesa nos disse que estava chovendo há duas semanas e a previsão era de mais chuva. Se fôssemos para o sul, pegaríamos bom tempo. Fomos dormir (cedo) pensando em roteiros para o dia seguinte.

Saturday, January 15, 2005

Foto - Castelo de Neuschwanstein

Foto tirada da Marienbrücke, com o Neuschwanstein ao fundo, abaixo de chuva.

20/05/99 - Schongau

A Jacque e eu fomos acordados magnificamente pelo aroma de pão doce que vinha da padaria do hotel. O café, como conseqüência, foi espetacular. Juntamos nossos trapos, carregamos a van, e partimos para aquele que seria o "dia dos castelos". Abandonamos Schongau com o Caio dirigindo e eu na função de navegador.

Já que toquei no assunto, deixe-me, caro leitor, falar um pouco de mim e minha relação com a navegação. Se tudo ocorreu como imaginado pela mente megalomaníaca deste escritor/personagem da história, a maioria de vocês não me conhece pessoalmente. No máximo, estiveram prestigiando a sessão de autógrafos deste humilde candidato a best-seller... Então, vou falar das minhas qualidades de orientação e concepções a cerca do assunto. Pois é, para vocês que não me conhecem pessoalmente, saibam que sou um velho lobo-do-mar, que desde criança aprendeu a se orientar pelas estrelas (e pelo meu ascendente...). Os mapas, para mim, sempre foram apenas representações gráficas daquilo que está ali, na palma da minha mão. O mundo sempre foi a minha casa, e sempre andei por aí (pelo mundo, no caso) apenas por instinto, como quem vai ao banheiro de sua casa durante a noite, na escuridão, sabendo onde está cada móvel, cada porta fechada.

Voltando a história após este pequeno preâmbulo, havíamos combinado na noite anterior que nossa primeira parada seria o Hoher Peissemberg, o primeiro pico da cadeia alpina, com 3000 pés de altura. Subimos de carro para fotos e fotos. Voltando em direção a Schongau, pegamos a B23 até Rottembuch. Chegando lá, todos - injustamente, claro - recriminaram o navegador só porque havíamos decidido no jantar que NÃO iríamos até lá... Retomamos a rota, e fomos até a Wieskirche, que fica no vilarejo de Steingaden, a 9km de Rottembuch. Esta igreja fica no meio duma pradaria ("meandro", segundo o Caio, numa tradução livre de meadow), tem arquitetura barroca rococó, e, ao entrar, fica-se fascinado com a beleza e a riqueza de seu interior.

Para sair de lá, o navegador (no caso o escritor, este que escreve) viu uma pequena placa que apontava para uma pequena estrada e indicou-a para seguirem viagem. Descobriu-se, após, que era uma ciclovia. Recriminações, de novo...

Corrigido o rumo, partimos em direção à Schwangau (não Schongau) e os castelos de Hohenschwangau e Neuschwanstein. Neste momento, o dia que havia amanhecido parcialmente nublado, escureceu (eram 11h30). Estacionamos o carro e fomos primeiro ao Schloss Hohenschwangau. Quando alcançamos a entrada, começou a chover. Fizemos, então, a tour guiada em inglês. Este castelo foi construído pelos Cavaleiros de Schwangau no século XII. Foi nele que príncipe Ludwig - que viria a ser rei no futuro - passou parte de sua juventude e onde conheceu o compositor Richard Wagner, que foi seu grande amigo. Esta tour dura cerca de 30 minutos, custa DM$12,00 e realmente vale a pena. Pode-se fazê-la - em grupos - com guias falando inglês, alemão, francês, italiano.

Durante a visita, a cada vez que olhávamos pela janela, víamos que a chuva era cada vez mais forte. No final do tour, tomamos um banho de chuva para voltar ao local de onde partem os ônibus para o outro castelo a ser visitado. Neste momento, lá embaixo, a chuva havia parado. Decidimos, então, subir de ônibus até o castelo de Neuschwanstein. Estes ônibus que fazem este percurso partem a cada 20 minutos e custa DM$5,00 por pessoa ida e volta. Quando enfim partimos, voltou a chover. O trajeto é uma subida íngreme por uma estrada estreita que serpenteia penhascos que começam logo após o acostamento. Além disso, vai numa velocidade assustadora (para as mulheres, óbvio...).

Chegando ao final do trajeto, ainda restam cerca de 200 ou 300m de caminhada para cima e para baixo até chegarmos na bilheteria, onde encontram-se os sanitários e lojinhas de souvenirs, onde compramos guardas-chuvas, nossos novos companheiros de viagem. O Caio e a Aline decidiram fazer a tour guiada dentro do castelo, enquanto que o resto dos Perdidos resolver voltar para baixo, molhados, com frio e com fome (só faltava ser noite, estarmos sozinhos e com sono para ser a pior situação do mundo, exageros à parte...). No caminho até o ponto do ônibus, fomos até a Marienbrücke, a ponte que tem a melhor visão do vale e do castelo, ainda mais impressionante devido ao tempo chuvoso em que nos encontrávamos. Fotos, vídeo.

Novamente de ônibus, e com a Beta dormindo no colo da Dinda Jacque, voltamos à base, entre os dois castelos. Foi aí que tivemos a refeição "mais a calhar" da viagem, até aquele momento e provavelmente de toda ela: Erbstein Zoup, ou sopa de ervilhas para aqueles que não falam alemão (assim como eu também não falo). Junto com a sopa, pretzels. Claro, estava ótimo, mas não tão boa como a famosa Sopa de Ervilhas Anual do Marcelo...

Perdidos reunidos, à estrada. Pela 314, rumamos em direção à Áustria, mais precisamente Innsbruck. É uma estrada muito bonita, em que vamos subindo os Alpes e vemos constantemente os picos nevados e lagos de cores inacreditáveis, compostos por água de degelo. Pouco antes de Innsbruck, ainda sob chuva, paramos no Tourist Information. Conseguimos hotel e algum câmbio. Instalados num simpático hotel familiar, fomos passear e jantamos num restaurante na subida de uma montanha, onde comemos o melhor apffelstrüdel da viagem e, quiçá, do mundo, coberto, além da nata, com sorvete de creme. E, melhor de tudo, a comida na Áustria é muito mais barata do que na Alemanha.

Friday, January 14, 2005

Foto - München

Praça em Munique, não lembro o nome...

19/05/99 - München

Café da manhã meia boca antes de iniciar o tour pela cidade. Saímos do hotel maldito (no sentido de não valer a diária que pagamos), tiramos o carro da caverna e fomos para um parking no centro.

Munique ou München, é a 3ª maior cidade da Alemanha, a capital do Estado livre da Bavária e o destino mais popular para os alemães em férias. Diz-se que München é a única cidade italiana ao norte dos Alpes. Segundo o nosso guia de viagem, o Fodors, se você tiver que escolher um único lugar da Alemanha para conhecer, este deve ser München, porque ela é facilmente a mais bonita e interessante cidade do país. A figura histórica que melhor personifica a cultura da Bavária, da qual München é a capital, é o Rei Ludwig II, "Mad Ludwig" ou o "Rei Sonho", que quase faliu o estado construindo castelos de contos de fada nas montanhas à beira dos Alpes.

Iniciamos o passeio pela Karlplatz, que tem uma das fontes mais populares da cidade, um circuito de jatos d'água, próxima ao Karlstor, um dos portões mais antigos de München. Fotos, fotos, e seguimos pela Neuherstrasse, uma grande Rua da Praia (p/ os porto-alegrenses), com muitas lojas. Ela leva diretamente à Marienplatz. Esta praça, que tem em seu centro uma estátua da Virgem Maria, é cercada por café, lojas e a Altes Rathaus (prefeitura velha), que é onde fica o Tourist Information (onde conseguimos uma mapa e eu peguei informação sobre a localização do cybercafe mais próximo), e tem na torre do relógio a sua mais famosa atração: às 11h, bate a hora certa e têm uma animação com bonecos que desfilam com bandeiras e encenam uma cruzada. Minutos antes das onze, a praça - que era uma local de passagem até então - repentinamente lota e uma multidão acompanha o espetáculo dos bonecos na torre.

De lá, nos dirigimos até a Viktualienmarkt, o grande mercado de comida a céu aberto da cidade. Impressiona pela variedade de comidas, desde frutas e sucos até especiarias das mais variadas, e pela limpeza e o aroma do local. Vitrines com pães e sanduíches tentadores, e o aroma de azeitonas, óleo de oliva e os tomates secos. De dar água na boca, mas não foi lá que almoçamos.

Dirigimos até o Englischer Garten, o Parque da Redenção (de novo para os porto-alegrenses) deles, só que em proporção muito, mas muito maior. Uma imensa área verde com lago, pista para jogging, para andar de bicicleta, um gramado maior que um campo de futebol apenas ficar se ficar deitado ao sol e curtir, estudar, namorar, correr com os patinhos, etc. Não vimos, mas dizem que é possível encontrar nudistas ao sol por lá, também.

Estacionamos o carro no estacionamento do Hotel Hilton (anote a dica) e fomos caminhando até o Biergarten que fica no parque. No almoço, se você está na Alemanha, faça como os alemães: comemos bockwurst com chucrute a algumas variações disto, mas - pena - sem cerveja, porque iríamos para a estrada logo depois. Após comer - como os locais - sentamos ao sol e ficamos apenas ali, curtindo.

Nossa última parada em München foi no complexo do Parque Olímpico, feito para as Olimpíadas de 1972. Olhamos apenas por fora e resolvemos seguir adiante. Retornamos para a A96 até Landsberg e voltamos para a Romantische Strasse (a Rota Romântica). Preocupados em não repetir a saga do hotel da noite anterior, fomos direto procurar um em Schongau, a cidade que ficava mais próxima dos castelos que visitaríamos no dia seguinte. Tivemos sorte, ou foi efeito de eu estar bem barbeado pela primeira vez desde que saíramos do Brasil: conseguimos hotel na primeira tentativa, a DM$120,00 com café da manhã. Bagagens nos quartos, breve passeio pela cidade antes de jantar.

Schongau é mais uma das cidades medievais da rota romântica. Foi fundada no século XI, é cercada por muros com torres e portões, e na idade média foi importante posto comercial da rota Itália- Augsburg. O ponto alto da nossa curta visita foi - sem dúvida - a janta, no restaurante do hotel. O Paulo e o Caio comeram aspargos, a Aline e eu um rumpsteak com molho de champignons, a Jacque salmão cozido com salada, e a Karina, apenas salada. O único contratempo da janta foi o fato deste que vos escreve ter pedido, para beber, algo que imaginou ser malzbier, cerveja preta, e que era um malte doce sem álcool. Nauseante. Fora essa pequena "gafe", fomos dormir extasiados com a comida.

Thursday, January 13, 2005

Foto - Romantische strasse

A 'Romantische Strasse' começa, ao norte, em Würzburg, e segue em direção ao sul até Füssen, onde estão localizados os castelos do Rei Ludwig II, o Hohenschwangau e o Neuschwanstein.

18/05 - Rothemburg Ob der Tauber

Café da manhã festivo para o Tio Caio, que está completando 28 anos, no belo Hotel Meistertrunk. Após, a rotina: malas na van, van num lugar seguro, visitar a cidade.

Começamos pelo Burggarten, os jardins do castelo. São canteiros geométricos de tulipas rosas, vermelhas, bromélias, e uma infinidade de flores que eu não tenho a menor idéia do nome. Por estar localizado numa das pontas do muro que cerca toda a cidade, proporciona uma vista do vale e da própria cidade de inigualável beleza. Este é o lugar onde ficava o antigo castelo, construído em 1142 e destruído pelo terremoto de 1356.

Andamos muito pelas ruas da cidade, inclusive com período livre para compras. Vale chamar a atenção para a loja de artigos de Natal (entre as mais belas do mundo, segundo nossas belas acessoras de assuntos natalinos) e outra de bonecos de pelúcia que fica próxima à Marktplatz e tem cogumelos de pelúcia na entrada. Logo após, almoços sentados em mesas na rua e, lentamente nos dirigimos para a van para darmos seguimento ao dia.

Como em boa parte das cidades que passamos, a prefeitura (Rathaus) fica na Marktplatz, e é nesta praça que ocorre, todos os dias em diversos horários, uma apresentação que encena a Meistertrunk, o evento no qual - para salvar a cidade - o prefeito bebeu 3,25 litros de vinho num único gole. Com os corações - uma vez mais - dilacerados e em prantos, deixamos Rothemburg O d T para trás. Pela B25, a Romatische Strasse, seguimos até a cidade de Dinkelsbühl .

Também cercada por muros, esta cidade lembra muito Rothemburg, mas como menos esplendor e menos turistas. Esteve envolvida com a Guerra dos Trinta Anos, como a cidade vizinha, e conta a lenda que quem a salvou da destruição foi uma jovem que levou uma das crianças da cidade até o comandante inimigo e pediu misericórdia em nome desta criança e de todas as outras da cidade. Isso fez o comandante desistir de destruir a cidade. Visitamos a igreja de St George e fomos adiante.

A parada seguinte foi em Nördlingen, a 32km de Dinkelsbühl, novamente uma cidade circundada por muros, só que perfeitamente circular. Idas ao banheiro, câmbio no banco local e lanche na praça próxima a igreja. Esta igreja tem uma torre de 300 pés de altura, e era nela em que ficava um vigia que a cada hora dizia "So G'sell so" (algo como dizer a hora seguido de "...e tudo bem"). O Caio e as gurias quiseram subir nesta torre para ter uma "experiência vertical completa", mas disseram que não foram porque a mesma estava em reformas. Caminhamos um pouco pelo muro e fomos embora.

Nosso plano era ir até Donauwörth, visitá-la e ir dormir em Augsburg. Chegamos nessa cidade, que fica onde o rio Wörnitz encontra o Danúbio, e fomos procurar a cidade velha. Frustração: não encontramos a ponte de madeira que nos levaria e ela, e, após passar três vezes pela mesma rua, decidimos ir para a próxima cidade, Augsburg, 41km ao sul.

Chegamos na cidade e fomos direto procurar um hotel onde dormiríamos. Na primeira tentativa, voll (belegt, complete). Neste hotel que estava lotado, o Caio e o Paulo pegaram uma relação de hotéis e mapa da cidade. Fomos atrás, então, de um Romantic hotel, uma rede de hotéis cadastrados ao longo da rota romântica. Dupla decepção: sem quartos vagos e a notícia de que havia uma feira na cidade e que todos os hotéis provavelmente estariam lotados.

Cabisbaixos, decidimos seguir adiante, até a próxima cidade da rota, já nos encaminhando para os alpes: Landsberg am Lech, a 35km sul de Augsburg e 58km de München. Esta cidade é conhecida por ser a cidade onde Hitler esteve preso e onde escreveu o livro Mein Kampf. Lá, encontramos dois hotéis, que ofereciam diárias de cerca de DM$150,00. Achamos caro. Jantamos numa restaurante italiano e seguimos atrás de um hotel de estrada na direção de München. Passamos por um Ramada Inn com diária de DM$219,00 e seguimos.

O tentativa de economizar saiu cara: entramos em München (Munique) por volta das 23h e rodamos procurando hotel por cerca de uma hora ("Nein zimmer frei") até encontrarmos um localizado numa zona próxima a algumas "casas de perdição". Por DM$139,00 ficamos num "buraco" de primeira linha, e a vontade era de dormir logo para acordar logo e ir embora logo. O Caio e eu deixamos o carro num estacionamento pago que era mais uma caverna do que qualquer outra coisa, e fomos dormir. No final das contas, invadimos München na calada da noite para, no dia seguinte, "darmos o bote" cedo da manhã.

Wednesday, January 12, 2005

Foto - Köln, em à frente catedral

Karina, Jacque e Marcelo (eu) na praça em frente à  Catedral de Köln (Colônia).

17/05/99 - Wiesbaden

Café da manhã e estrada. Passamos ao largo de Frankfurt, via A3, até Würzburg, 115km ao leste.

Esta é uma cidade de arquitetura basicamente barroca, que data do século X. É considerada o resultado do trabalho e diversos gênios reunidos com vontade de fazer um ótimo trabalho. Atualmente, não tem praticamente nada do original porque, em 16 de março de 1945, sete semanas antes da rendição da Alemanha, um ataque aéreo de 20 minutos destruiu 87% da cidade e matou pelo menos 4000 pessoas. A reconstrução trouxe de volta o antigo esplendor da era pré-guerra, como podem atestar aqueles que viveram naquela época.

Iniciamos nossa visita pela Alte Mainsbrücke (ponte velha), sobre o rio Main. Esta ponte foi construída antes do descobrimento da América. Em suas laterais, existem estátuas de santos definidas pelo nosso guia de viagem (Fodor's) como "infinitamente graciosas". Saindo da ponte, andamos mais um pouco pela Oberer Mainkai, via que costeia o rio, e entramos na Domstrasse, onde fica a Rathaus e a catedral de St Killian. A construção da Basílica é de 1045 e Killian foi quem introduziu o cristianismo em Würzburg.

Seguimos, saindo da Domstrasse, em direção à Residenz, um palácio de estilo barroco cuja construção é de 1719. Especial destaque para os jardins com canteiros geométricos e muito bem conservados, estátuas, etc. De volta ao carro, fomos conhecer o Festung Marienburg, uma fortaleza que fica no alto da cidade e que, óbvio, proporciona uma bela vista da cidade.

Deixando Würzburg para trás, a próxima parada seria o ponto mais esperado por todos na Rota Romântica: Rothemburg Ob der Tauber. Diz-se de Rothemburg Ob der Tauber que é o tipo de cidade que até mesmo Walt Disney iria achar boa demais para ser verdade, com suas fontes e casas em estilo enxaimel. O início de sua história é de cerca de 970 AD. No século XII, foi destruída por uma terremoto. A sua história e uma das grandes atrações atuais está relacionada à Guerra dos Trinta Anos, uma guerra religiosa que quase devastou toda a Alemanha entre 1618 e 1648.

Reza a lenda que, para salvar a cidade da destruição, o prefeito tomou mais de três litros de vinho num único gole, o chamado "Meistertrunk". Por sinal, este foi o nome do nosso hotel, na Herngasse. Neste dia, nos instalamos no hotel e saí sorrateiramente para comprar uma pequena lembrança para o Caio, de aniversário no dia seguinte. À noite, passeamos um pouco, jantamos, e dormimos bem cedo.

Tuesday, January 11, 2005

Foto - Diesel Garage

A caminho de Bruges, no dia da chegada.

16/05/99 - Köblenz

Café da manhã às 7h30, malas no carro, hotel pago e pé na estrada. O plano era visitar Köblenz e após sair para o Vale do Rio Mosel, que vai desta cidade até Trier, ao sul.

Saímos do hotel e fomos até o parque que fica na margem do Reno, a Rheinanlagen (jardins do Reno), com 10km de extensão. Para chegar lá, passamos em frente ao Residenzschloss, o palácio do príncipe, construído em 1786 e que foi habitado pelo príncipe Clemeus Wenceslau por apenas três anos, porque, em 1791, ele teve que fugir de lá devido à invasão francesa.

Chegando na margem do Reno, fomos à Deutches Eck, o encontro dos rios Mosel e Reno. Neste ponto, a terra parece avançar em direção ao rio como um navio, e foram feitas obras de infra-estrutura no local para ter-se a sensação de se estar dentro de um. É ali que está a estátua do Kaiser Wilhelm I, o primeiro imperador da Alemanha unida, de 1897. Este monumento foi destruído na Segunda guerra e substituída em 1953 por um monumento, na forma de um altar, à Alemanha unida. Após a reunificação, uma nova estátua do Kaiser foi colocada ali em 1993, e pedaços do muro de Berlim estão bem atrás dela, num memorial àqueles que morreram como resultado da divisão do país.

Bem ali perto, e por isso fomos lá, está a Igreja de São Bavo, datada de 836. Foi nesta igreja que, em 843, foi assinado o Tratado de Verdun, que formalizou a separação do Grande Império de Carlos Magno, levando à criação da França e da Alemanha como estados independentes. Não pudemos entrar - era hora da missa - e ficamos na frente, onde vimos a Fonte de São Bavo, que foi construída pelos franceses para marcar o início da investida das tropas de Napoleão na Rússia, em 1812. Após terem derrotados os franceses, os russos chegaram a Köblenz e inseriram, ironicamente, a inscrição "Visto e Aprovado" na inscrição original.
Ainda de manhã, fomos à cidade velha e ao Fortung (forte) Ehrenbreitstein, que proporciona uma vista de 400 pés de altura do rio. Fotos e fotos. Só após esta visita que rumamos ao Vale do Mosel.

Pela 49, saímos de Köblenz e, após uma ponte, entramos na 416 em direção a Winningen, primeira parada. Lá, subimos um morro para apreciar os vinhedos - foto da Espace entre as parreiras - e ter uma "vista com olhos de pássaro" - conforme o guia Fodors - da região. Como diz o nome, estamos num vale, entre montanhas, com as cidade embaixo na beira do rio e os vinhedos nas subidas dos morros.

Prosseguindo em direção sudoeste, fomos visitar o Burg Eltz (castelo Eltz). Para chegar lá, nos afastamos da 416 e seguimos por uma estrada que passa entre campos de flores amarelas (curry, segundo a massa que não conhece flores, mostarda, conforme outros, oleoginosa, segundo alguns mais específicos e até mato, na opinião mais simples), uma constante no interior da Alemanha até agora visitado por nós. Contornamos uma sinuosa via até chegarmos num estacionamento onde deixamos e carro e seguimos caminhando o trecho final, que durou cerca de 15 minutos. O castelo fica num vale, escondido, tanto é que só o avistamos já quase no final do trecho que fizemos a pé. No meio do vale, sobre uma rocha, é considerado o mais perfeito castelo já construído na Alemanha. Tem 800 anos, foi modificado no século XVI e o atual dono ainda o usa eventualmente como morada.

Por DM$8,00, resolvemos fazer a visita guiada, única forma de conhecer o castelo por dentro. Entramos na fila e logo entramos para o que seria uma das grandes roubadas da viagem (não tanto como o Atomium): o guia só falava alemão, nada nem em inglês. Em cada sala ele parava e demorava-se contando a história de cada detalhe, quase cada entalhe dos móveis, com muito entusiasmo. Deveria ser realmente muito interessante, mas nós não entendíamos absolutamente nada que ele dizia. Passamos por três salas, ainda faltavam cerca de seis, nós com fome e presos num castelo medieval sem entender nada que nós falavam. Desesperados, fugimos. Numa troca de sala, passamos primeiro e alguém disse que havia um porta aberta. Sem pensar, entrei numa escada em espiral que descia sabe-se lá para onde. Foram segundos de tensão até descobrir que havíamos acertado a saída. A fuga foi tão rápida e intempestiva que a Karina ficou para trás. Quando ela se deu conta de que havíamos fugido, foi também. Abriu a primeira porta que viu e deu de cara com um penico! Suando frio e sem pensar muito, na segunda tentativa achou a escada certa e nos alcançou, junto com alguns japoneses que a haviam seguido pensando que a tour continuava por ali...

Aliviados, fomos almoçar antes de seguir adiante. Bockwurst e bratwurst para todos, com fritas. Para sair de lá, trocamos 15 minutos de caminhada para cima por 3 minutos de van a DM$2,00 cada. De novo na estrada, seguimos até Cochem, uma agradabilíssima cidadezinha na beira do Reno. Passeio e fotos, seguimos adiante.

Nesse ponto da viagem, decidimos sair do Vale do Rio Mosel e ir em direção à Rota Romântica. Pela E42, começamos a cruzar a Alemanha do ocidente para o oriente. O plano era dormir numa cidade pequena e no outro dia seguir para a ponta norte da Romantische Strasse. Nossa escolha recaiu sobre Bingen.

Bingen, assim como Köblenz, fica no Reno Médio, também às margens do Reno. Através das orientações do Fodor's, pensamos em ficar no Hotel Reicheustein, que - diz o guia - é assombrado por um fantasma sem cabeça. Frustração: não o encontramos, nem o hotel e muito menos o fantasma. Ainda com indicações do nosso guia de viagem, fomos procurar o Rheinhotel Starkenburger Hof "a escolha número 1 em Bigen". Frustração dupla: parecia um hotel de rodoviária, e descobrimos que os hotéis de Bingen ficavam naquela mesma região, a beira da estrada de ferro. Enquanto esperávamos o Caio e o Paulo, que haviam ido ver um hotel, passaram três trens. Imaginamos este movimento durante a noite, e resolvemos ir embora.

Seguimos até Wiesbaden, a 40km oeste de Frankfurt, uma cidade maior que as anteriores. Procuramos, procuramos e nada. Quando estávamos desistindo, passamos por uma rua bem simpática onde a Jacque viu um hotel com um jeito bem legal, o Hotel de France. A diária não era nenhuma exorbitância e resolvemos ficar. Bola dentro: foi um dos melhores hotéis que ficamos.

Após o banho e os procedimentos de instalação, e também após iniciar a ver na TV a final do Torneio de Roma de Tênis, em que o Guga jogava a final, fomos jantar. Quase ao lado do hotel ficava o restaurante Winston Churchill, onde tivemos um belo jantar servidos por uma bela garçonete. Ah, no final das contas, o Guga ganhou o torneio de tênis em Roma.

Monday, January 10, 2005

O livro


001 CAPAPERDIDOS1
Originally uploaded by Marcelo Rodrigues.
Capa do livro narrando a história dos Perdidos na Espace.

15/05 - Veenendaal

Logo após o café da manhã, voltamos à estrada, em direção à Alemanha. Seguimos pela E31 em direção à Nijmegen e após rumamos pela N271 em direção à Köln (Colônia), nosso objetivo. Esta rodovia segue paralela à A73 e só entra na Alemanha por Venlo. Chegamos em köln (Colônia) por volta das 14h30, fizemos o câmbio e fomos almoçar. A Jacque e eu comemos pão de queijo com um doce de sobremesa e o resto do grupo no McDonalds. Iniciamos, então nosso visita pela Catedral (Dom) de Köln.

Esta catedral teve sua construção iniciada em 1248 e só foi concluída em 1880. Quando ficou pronta, era a estrutura construída pelo homem mais alta do mundo (515 pés= ±170m). Foi construída para ser o local onde seriam guardados aquilo que se acreditava serem as relíquias dos Três Reis Magos. Como Köln era então um centro comercial e político de primeira grandeza, decidiu-se construir algo realmente especial, também para competir com as catedrais construídas na França até então.

Além das relíquias - que ficam atrás do altar - outro grande tesouro da Catedral é o Gero Gross, um monumental crucifixo de madeira (carvalho) datado do ano 971, que fica à esquerda de quem olha o altar, numa capela. Por último, é interessante notar que não há praticamente nenhuma linha horizontal na construção, todas são verticais. De todos, apenas os homens do grupo tiveram uma "experiência vertical completa" subindo até o alto da catedral, novamente por claustrofóbicos caminhos, como em Bruges. Após esta experiência, nos reunimos no centro da praça em frente a Dom - onde ventava muito - para prosseguir. Sob minha precisa orientação (modéstia à parte), fomos até a Altes Haus (prefeitura velha).

É a mais antiga da Alemanha, do século 14, tirando o fato de que foi reconstruída após a Segunda guerra (como 95% da cidade). Havia, nos tempos romanos, um pré-posto (ou algo assim) do governo aqui, e, abaixo da atual prefeitura, ainda estão as ruínas do quartel general da cidade romana, o Praetorium. Passamos também pelo Alter Markt (mercado velho) e fomos até a beira do Rio Reno, onde há um calçadão e pessoas passeando de patins, bicicleta ou mesmo a pé e apresentações de músicos de rua (até com um piano de calda!), num ambiente muito agradável. Foi com dor no coração - da mesma forma que em Amsterdã - que deixamos Köln via E35 em direção à Köblenz, a "esquina da Alemanha".

Situada na junção dos rios Mozel e Reno - por isso a denominação Deutches Eck - Köblenz fica no coração da região conhecida como Reno Médio, a cerca de 55km de Bonn. Fundada pelos romanos no ano 9 DC, foi uma cidade poderosa na idade média, tendo 85% de sua área destruída por ataques aéreos na 2º Guerra Mundial. A reconstrução, contudo, recriou em boa parte a atmosfera da cidade antiga.

Guiados pelo guia Fodor's sobre a Alemanha, entramos na cidade e logo encontramos o Hotel IBIS, que havia nos hospedado em Veenendaal. Após instalados, fomos conhecer a cidade. Como já estava anoitecendo, apenas planejamos os passeios do dia seguinte e fomos jantar - para não perder o hábito - num restaurante italiano. O Caio e a Karina comeram sopa de capeletti, a Aline pizza, o Paulo e a Jacque massa à carbonara e o Marcelo (eu), massa à bolognesa. Boa janta, fomos voltar ao hotel e descobrimos que a cidade havia se movido sob nossos pés. Claro, havíamos nos perdido. Levamos 22 minutos até achar o hotel e até sair 4km da cidade fizemos. No final das contas, dormimos tranqüilos.

Durante a janta, antes de nos perdermos na cidade, havíamos debatido o roteiro através da Alemanha e decidido - a partir do dia seguinte - visitar o Vale do Rio Mosel e após nos dirigirmos à Rota Romântica. Decidimos também que sairíamos cedo para aproveitar bem o dia.