Tuesday, January 25, 2005

26/05/99 - Sully Sur Loire

Café da manhã na casa da vó servido pelo vô com asa. Não, ele não voava.

Bagagens na van, estrada. Estranho notar que a cada dia que passa a minha mala fica mais pesada (papéis, roteiros). Planejamos - para este primeiro dia no Vale do Loire - visitar quatro castelos. Com este objetivo, saímos de Sully pela D14 em direção oeste, desta para D921 e, seguindo as indicações, pela D33, ao Château de Chambord.

Chambord é nada menos que o maior palácio do Vale do Loire. Cerca de 2000 trabalhadores levaram 20 anos para contruí-lo, com seus 440 "aposentos". O palácio fica num parque de 13000 acres. Pagamos FF$40,00 cada para uma visita sem guia - ainda bem - pelo castelo. Chama a atenção a escada em que duas pessoas, uma descendo e outra subindo, nunca se encontram (pena que, segundo o grupo, "o Marcelo nunca vai entender como isto é possível"). Visita com muitas fotos de fora para dentro do castelo e vice-versa.

Prosseguindo a visita aos castelos, saindo de Chambord, fomos até Blois, onde fica o castelo de mesmo nome. Mais uma bela cidade na beira do rio. Chegando lá, fomos direto ao castelo que, por ser no meio da cidade, perde em muito em imponência para o Château de Chambord, ao menos por fora. Não o visitamos por dentro. Preferimos, isto sim, almoçar num Restaurant localizado na praça em frente ao château. Compramos sanduíches - maravilhosos por sinal - e fomos comer na sombra das árvores do jardim. Primeiro, compramos três sanduíches para quatro pessoas, Kaká, Paulo, Jacque e eu. Após comer isso, compramos mais de tão bons que estavam. O Caio e a Aline fizeram o mesmo.

Após este agradável almoço, às duas da tarde, quando estávamos indo embora, algo estranho aconteceu: de uma casa aparentemente normal num dos extremos da praça, começou a sair uma música tipo futurista e das janelas saíram para fora as seis cabeças, as patas e a cauda de um dragão que começou a rugir (este é o termo certo?) causando espanto dos presentes, nós inclusive. Explicação: tudo, óbvio, animatronics, para chamar a atenção para um espetáculo de ilusionismo que ocorreria na casa - a Maison de la Magie - às três da tarde. Sorte nossa estar ali àquela hora.

Avançamos - porque "pra frente, Brasil" - até o Château de Chaumont, em Chamont-Sur-Loire. Foi para cá que Diane de Poitiers - amante do rei Henri II da França - veio quando foi "despejada" do Castelo de Chenonceau pelo Rainha Catherine de Médici, após a morte do rei. O castelo foi construído durante o reinado de Louis XII, e fica no alto de uma colina onde se chega após uma subida a pé (para nós mortais que não podemos levar o carro), e tem-se uma boa visão da cidade e do rio. Não entramos, apenas fotos e momentos de descanso sob a sombra das árvores, extremosas, segundo o Caio (como todas as árvores que vimos em toda a viagem também eram extremosas). Na saída do Château, aproveitamos uma cabine telefônica e ligamos para a Renault para conformar a devolução da Espace no sábado, uma da tarde, no Aeroporto Charles de Gaulle, em Paris.

O próximo e último castelo do dia fica em Chenonceaux, e é o Château de Chenonceau, considerado uma obra-prima da Renascença. É mais conhecido pela "Damas de Chenonceau", que ali viveram. Ele foi presente do Rei Henri II a sua amante, Diane de Poitiers, 20 anos mais velha que ele. Ele era acusada de usar magia negra para manter-se bela e chamar a atenção do Rei, o que - por acaso - funcionou, porque ela estava na casa dos sessenta anos quando o rei morreu. Tão logo isso aconteceu, a esposa traída, Catarina de Médici, a fez devolver as jóias que havia ganho do Rei e tomou Chenonceau para si. Fizemos a este castelo a visita mais detalhada do dia, visitando os jardins e todo o interior, inclusive o quarto da viúva, todo preto.

Por volta de seis da tarde, saímos de lá procurar um hotel, em mais um capítulo da série "Em que hotel vamos ficar?". Durante toda a viagem, foram poucas as vezes que tivemos problemas em achar hotel, sendo as vezes mais traumáticas aquela quando saímos de Amsterdan e fomos conseguir hotel em Veenendal, já meia-noite, e na entrada de Munique. Desta vez teria sido fácil, se eu não tivesse complicado um pouco...

Escolhemos Amboise, onde ficava o primeiro castelo a ser visitado no dia seguinte, para ficarmos. Através da indicação do Frommer's, nosso guia, fomos ver o Hotel Belle-Veu. Um quarto ruim e dois bons, sem TV, preço razoável. Fomos em frente. Hotel La Pergola, quartos "bonzinhos", dois com TV e um sem, preços bons. Resolvemos apelar ao velho Ibis de todas as horas: lotado. Impasse. Encontrei um com quarto para seis pessoas. Rejeitado. Votação. Ao La Pergola, que, afinal, se revelou um bom hotel.

Jantamos menus a FF$98,00 (o meu com sobremesa) e água mineral Perrier. Vimos o castelo de fora, iluminado por holofotes e pela luz da lua, numa noite ótima noite de primavera quase verão. O que me lembra a famosa frase "Não há nada como uma noite de primavera no Vale do Loire"... Antes de voltarmos para o hotel, liguei para o Hotel Íbis de Melun e reservei quartos para duas noites. O plano é ir para esta cidade - a cerca de 50km de Paris - passar a sexta-feira na Disneyland Paris e, no sábado, invadir Paris, a cidade-luz.

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