Café da manhã às 7h30, malas no carro, hotel pago e pé na estrada. O plano era visitar Köblenz e após sair para o Vale do Rio Mosel, que vai desta cidade até Trier, ao sul.
Saímos do hotel e fomos até o parque que fica na margem do Reno, a Rheinanlagen (jardins do Reno), com 10km de extensão. Para chegar lá, passamos em frente ao Residenzschloss, o palácio do príncipe, construído em 1786 e que foi habitado pelo príncipe Clemeus Wenceslau por apenas três anos, porque, em 1791, ele teve que fugir de lá devido à invasão francesa.
Chegando na margem do Reno, fomos à Deutches Eck, o encontro dos rios Mosel e Reno. Neste ponto, a terra parece avançar em direção ao rio como um navio, e foram feitas obras de infra-estrutura no local para ter-se a sensação de se estar dentro de um. É ali que está a estátua do Kaiser Wilhelm I, o primeiro imperador da Alemanha unida, de 1897. Este monumento foi destruído na Segunda guerra e substituída em 1953 por um monumento, na forma de um altar, à Alemanha unida. Após a reunificação, uma nova estátua do Kaiser foi colocada ali em 1993, e pedaços do muro de Berlim estão bem atrás dela, num memorial àqueles que morreram como resultado da divisão do país.
Bem ali perto, e por isso fomos lá, está a Igreja de São Bavo, datada de 836. Foi nesta igreja que, em 843, foi assinado o Tratado de Verdun, que formalizou a separação do Grande Império de Carlos Magno, levando à criação da França e da Alemanha como estados independentes. Não pudemos entrar - era hora da missa - e ficamos na frente, onde vimos a Fonte de São Bavo, que foi construída pelos franceses para marcar o início da investida das tropas de Napoleão na Rússia, em 1812. Após terem derrotados os franceses, os russos chegaram a Köblenz e inseriram, ironicamente, a inscrição "Visto e Aprovado" na inscrição original.
Ainda de manhã, fomos à cidade velha e ao Fortung (forte) Ehrenbreitstein, que proporciona uma vista de 400 pés de altura do rio. Fotos e fotos. Só após esta visita que rumamos ao Vale do Mosel.
Pela 49, saímos de Köblenz e, após uma ponte, entramos na 416 em direção a Winningen, primeira parada. Lá, subimos um morro para apreciar os vinhedos - foto da Espace entre as parreiras - e ter uma "vista com olhos de pássaro" - conforme o guia Fodors - da região. Como diz o nome, estamos num vale, entre montanhas, com as cidade embaixo na beira do rio e os vinhedos nas subidas dos morros.
Prosseguindo em direção sudoeste, fomos visitar o Burg Eltz (castelo Eltz). Para chegar lá, nos afastamos da 416 e seguimos por uma estrada que passa entre campos de flores amarelas (curry, segundo a massa que não conhece flores, mostarda, conforme outros, oleoginosa, segundo alguns mais específicos e até mato, na opinião mais simples), uma constante no interior da Alemanha até agora visitado por nós. Contornamos uma sinuosa via até chegarmos num estacionamento onde deixamos e carro e seguimos caminhando o trecho final, que durou cerca de 15 minutos. O castelo fica num vale, escondido, tanto é que só o avistamos já quase no final do trecho que fizemos a pé. No meio do vale, sobre uma rocha, é considerado o mais perfeito castelo já construído na Alemanha. Tem 800 anos, foi modificado no século XVI e o atual dono ainda o usa eventualmente como morada.
Por DM$8,00, resolvemos fazer a visita guiada, única forma de conhecer o castelo por dentro. Entramos na fila e logo entramos para o que seria uma das grandes roubadas da viagem (não tanto como o Atomium): o guia só falava alemão, nada nem em inglês. Em cada sala ele parava e demorava-se contando a história de cada detalhe, quase cada entalhe dos móveis, com muito entusiasmo. Deveria ser realmente muito interessante, mas nós não entendíamos absolutamente nada que ele dizia. Passamos por três salas, ainda faltavam cerca de seis, nós com fome e presos num castelo medieval sem entender nada que nós falavam. Desesperados, fugimos. Numa troca de sala, passamos primeiro e alguém disse que havia um porta aberta. Sem pensar, entrei numa escada em espiral que descia sabe-se lá para onde. Foram segundos de tensão até descobrir que havíamos acertado a saída. A fuga foi tão rápida e intempestiva que a Karina ficou para trás. Quando ela se deu conta de que havíamos fugido, foi também. Abriu a primeira porta que viu e deu de cara com um penico! Suando frio e sem pensar muito, na segunda tentativa achou a escada certa e nos alcançou, junto com alguns japoneses que a haviam seguido pensando que a tour continuava por ali...
Aliviados, fomos almoçar antes de seguir adiante. Bockwurst e bratwurst para todos, com fritas. Para sair de lá, trocamos 15 minutos de caminhada para cima por 3 minutos de van a DM$2,00 cada. De novo na estrada, seguimos até Cochem, uma agradabilíssima cidadezinha na beira do Reno. Passeio e fotos, seguimos adiante.
Nesse ponto da viagem, decidimos sair do Vale do Rio Mosel e ir em direção à Rota Romântica. Pela E42, começamos a cruzar a Alemanha do ocidente para o oriente. O plano era dormir numa cidade pequena e no outro dia seguir para a ponta norte da Romantische Strasse. Nossa escolha recaiu sobre Bingen.
Bingen, assim como Köblenz, fica no Reno Médio, também às margens do Reno. Através das orientações do Fodor's, pensamos em ficar no Hotel Reicheustein, que - diz o guia - é assombrado por um fantasma sem cabeça. Frustração: não o encontramos, nem o hotel e muito menos o fantasma. Ainda com indicações do nosso guia de viagem, fomos procurar o Rheinhotel Starkenburger Hof "a escolha número 1 em Bigen". Frustração dupla: parecia um hotel de rodoviária, e descobrimos que os hotéis de Bingen ficavam naquela mesma região, a beira da estrada de ferro. Enquanto esperávamos o Caio e o Paulo, que haviam ido ver um hotel, passaram três trens. Imaginamos este movimento durante a noite, e resolvemos ir embora.
Seguimos até Wiesbaden, a 40km oeste de Frankfurt, uma cidade maior que as anteriores. Procuramos, procuramos e nada. Quando estávamos desistindo, passamos por uma rua bem simpática onde a Jacque viu um hotel com um jeito bem legal, o Hotel de France. A diária não era nenhuma exorbitância e resolvemos ficar. Bola dentro: foi um dos melhores hotéis que ficamos.
Após o banho e os procedimentos de instalação, e também após iniciar a ver na TV a final do Torneio de Roma de Tênis, em que o Guga jogava a final, fomos jantar. Quase ao lado do hotel ficava o restaurante Winston Churchill, onde tivemos um belo jantar servidos por uma bela garçonete. Ah, no final das contas, o Guga ganhou o torneio de tênis em Roma.
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