Estava enganada, ainda bem! Não havia greve dos lixeiros, e Roma amanheceu limpa e linda hoje. O pessoal é que suja pra caramba durante o dia. Hoje foi um dia longo e superprodutivo. Começamos às 8h tomando café com croissants (e “piu latte”) no Margutta. Saímos com um belíssimo dia de sol e fomos até a Piazza dei Popolo, que fica mais ou menos a uma quadra do hotel e é uma das mais amplas de Roma. Tem um obelisco egípcio no centro, e em uma das entradas tem a Porta dei Popolo, ao lado da Chiesa Santa Maria Del Popolo, que é uma das primeiras igrejas renascentistas de Roma.
Chegamos na hora da missa, ficamos alguns momentos, com rápida visita. Uma de suas capelas (a “Chigi”) foi toda projetada por Rafael, e é uma mistura de arte da renascença com pirâmides e símbolos do zodíaco. Seguimos pela viale Trinitá Dei Monti até a Piazza di Spagna. Fotos na Fontana della Barcaccia (que é obra de Pietro Bernini, pai do Bernini da Basílica de São Pedro).Subimos a escadaria (“Spanish Steps”) e fomos aproveitar a vista de Roma em frente à Chiesa Trinitá Del Monti,que data do século XVI e é obra francesa. A escadaria foi construída também por franceses para ligar a praça à igreja.
Seguimos pela região alta da cidade até o Quirinale (sede do governo italiano). Visitamos os jardins e a bela chiesa Sant’Andrea al Quirinale, pequena e de forma oval, muito linda, projetada por Bernini, o filho. Ah, quase esqueço: antes havíamos passado pela via del Tritone (com as respectivas praça e fonte) e pela via Quattro Fontane (com as 4 fontes, é claro!). Do Quirinale, descemos até a Fontana di Trevi, sempre impressionante e sempre lotada de turistas. Esta mítica fonte foi criada por Nicola Salvi e concluída em 1762. Como manda a tradição, tiramos fotos e jogamos moedas.
De lá, seguimos até o Pantheon romano, que é a construção antiga mais bem preservada de Roma. Sua estrutura atual é de 118 d.c. A frente é impressionante, cheia de colunas , antiguíssima. Por dentro, é ainda mais impressionante, a cúpula central é totalmente redonda e bem no centro é aberta, permitindo ver o céu, nuvens (e chuva, se houver...). Ali estão os restos mortais de Rafael e de alguns reis italianos. Do Pantheon, fomos até a Piazza Navona, que estava totalmente abarrotada de turistas, pois está havendo uma feira de Natal (brinquedos, meias para pendurar na lareira, bruxinhas – a befana – doces e peças de presépio) tudo muito colorido. As fontes da praça acabam ficando um pouco escondidas no meio da feira... uma pena... pois são muito lindas. Fotos em frente à embaixada brasileira, etc.
Fomos seguindo até a area sacra di largo argentino, que são ruínas de quatro templos que datam do terceiro século antes de Cristo e que só foram encontradas em 1920. Era o local do senado romano, onde o imperador Júlio César foi assassinado. Nossa próxima parada foi na chiesa Gesú, uma igreja barroca muito linda, que foi a primeira igreja jesuíta de Roma e é de 1568. O teto tem afrescos impressionantes com aspecto de terceira dimensão pintados por Il Baciccia no século XVII. Paramos para um lanche em um café e descobrimos que comer sentado custa muito mais caro (lembrem-se: EM ROMA, PREFIRAM COMER DE PÉ!). Além disso, o banheiro era um daqueles sem vaso sanitário (só um “buraco no chão”) e eu e a Aline preferimos seguir viagem sem ir ao banheiro. Do café, poucos passos nos fizeram chegar ao monumento a Vittorio Emanuelle II (conhecido como “máquina de escrever”). Subimos a imensa escadaria para admirar a ampla vista de Roma, do fórum e do Coliseu. Algumas fotos para todas as direções.
O passeio “conheça Roma em um dia” seguiu do monumento a Vittorio Emanuelle até o Campidoglio, que era a cidadela da Roma antiga e foi reformulado por Michelangelo no século XVI, que fez sua escadaria, o calçamento geométrico e as fachadas dos edifícios.
De lá, rumamos até a via dei Fori Imperiale e aí ao Fórum Romano. Neste momento, íamos sob a orientação do Magno, que nos fornecia todas as informações históricas sobre o lugar, o que foi bem interessante. Aliás, é interessante saber que são vários fóruns – de Trajano (onde está a coluna de Trajano, que tem nela esculpidos fatos históricos em espiral, que eram vistos em detalhes dos prédios das duas bibliotecas que ficavam ao seu lado e acabaram destruídas), de César (contíguo ao Fórum Romano), de Augusto (do qual só restauram as quatro colunas e a escadaria do templo de Marte) e o fórum de Nerva. Entramos no fórum Romano já com pouca iluminação solar (não eram nem 16 horas). É realmente fascinante imaginar como tudo aquilo devia funcionar, provavelmente eram estruturas imensas e belíssimas, como dizem, “o umbigo” da Roma antiga. Após visitar o Fórum, fomos até o Coliseu, que já estava fechado. A Aline e eu finalmente conseguimos usar um banheiro público (iluminação azul, meio psicodélico). Seguimos caminhando pelo Circo Mássimo (onde não fomos atropelados por nenhuma biga...).
Após percorrer o Circo Mássimo, nos “arrastamos” até a chiesa Santa Maria in Cosmedin, para ver, em sua fachada, a Bocca della Veritá, onde – segundo a lenda – terá sua mão arrancada o mentiroso que nela a colocar. Com nossa anatomia intacta (com mãos) seguimos até o rio Tibre (Tevere), de onde se avista de cima da ponte Palatina as ruínas da Ponte Rotto (construída no século 2 antes de Cristo) e a ilha Tiberina. Nesta ilha, situava-se um templo a Esculápio, e eram para lá que eram levados os doentes. Depois, o templo foi substituído por um hospital que permanece até hoje.A beira do rio Tibre (de águas bem verdes e correntes) é toda ladeada por plátanos que, a esta época do ano, estão com as folhas secas, dando uma aparência de sonho, muito linda. Pena que a luminosidade já era escassa e não permitia boas fotos. Pegamos o caminho de volta ao hotel através do antigo gueto judeu, passando novamente pela Piazza Navona (ainda “atrolhada” de gente) onde paramos para tomar um capuccino (L$1.600 no balcão e L$6.000 na mesa!) claro que de pé.
Retornamos calmamente por ruelas estreitas até chegar ao hotel, por voltas das 18h. Descanso, banho, leituras, escrever no diário de viagem. Saímos novamente às 20h para jantar perto do hotel, num restaurante chamado ”il Brillo Parlante”, indicação do Frommer’s descoberta pelo Caio e pela Aline. O lugar é num subterrâneo, realmente uma graça. Comida deliciosa, vinho chianti maravilhoso, preço bom. Pequeno porém: a porção era muito pequena (só pedimos o primo piatto). Saímos felizes porém com fome, e como é domingo, quando para a rua já estava tudo deserto e fechado. O Caio e a Aline complementaram o lanche no McDonald’s.
Acabamos indo até a Piazza di Spagna pois queríamos comprar um cartão telefônico para conseguir linha para ligar a cobrar para o Brasil. Compramos numa banca de revistas de um indiano, mas o cartão não funcionava. O Marcelo voltou até ele – indignado – e disse que “This telephone card is used”!! O cara olhou o cartão, retirou o selo de segurança e devolveu ao Marcelo, que ficou com a cara no chão. Voltamos ao telefone e finalmente conseguimos ligar. Falei só com o pai, que ficou supersatisfeito em ter falado com a gente. Lamento muito eles não estarem aqui. Eles iriam estar adorando tudo, é certo!
Agora é hora de descansar, pois amanhã promete!
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