Saturday, June 18, 2005

20/12/00 – Sirmione/Lago di Garda, Lombardia

(Hotel Fonte Boiola)

Acordamos às 7h45 na maior preguiça. Café da manhã estilo “Best Western”, com o melhor café com leite até agora (os outros sempre tinham gosto de leite em pó mais café solúvel...), check out e fomos até o lago tirar algumas fotos da muito simpática Como.

Para variar, a água do lago é totalmente transparente, porém com o céu nublado e com a neblina, irá parecer cinza nas fotos (que pena...). Seguimos de carro para dar um “giro” pelo lago. A região, só para variar um pouquinho, é MA-RA-VI-LHO-SA! O lago tranqüilo, rodeado por montanhas e muito verde, alguns patinhos selvagens e pequenas cidades com hotéis de veraneio. Passamos por várias cidades, entre elas Cernobbio, Tremezzo, Menaggio (que é cidade co-irmã de Carapicuíba – “Carapicuíba é longe pra caramba, Carapicuíba só se eu estiver de carro, Carapicuíba só se eu estiver em Osasco, senão não vou nem se amarrado” – grande Jota Quest). Todos lugares tranqüilos, superfotogênicos. Pena a neblina que não permite um visual fotográfico perfeito.

Paramos na outra ponta do lago (ao norte) na cidade de Domaso onde, num arroubo de desejo de ver neve e por vermos no mapa que Saint Moritz (Suíça) ficava só a 63 km e também por ser apenas 11h30, decidimos conhecer rapidinho esta famosa estação de esqui e voltar para Itália antes do anoitecer (que é às 16h30, não esqueça!). Compramos algumas gulodices para que não precisássemos comprar nada e com isso não fazer câmbio na Suíça. Dois panini caldi de bruschetta com tomate, mozzarella e orégano, duas cocas light e uma divina “tortinha” caramelada com pão-de-ló e creme de amêndoas (mais ou menos 200.000 kcal/fatia).

Partimos bravamente até Chiavenna, que é a cidade mais próxima da fronteira, e de lá cruzamos para a Suíça (cantão alemão) em direção à Saint Moritz. Foi uma coisa incrível, lindo demais, de cair o queixo. Quando estávamos contornando o lago de Como, a temperatura era de 5°C, e conforme nos dirigíamos em direção à Suíça e subíamos, cada vez mais as montanhas com picos nevados foram ficando mais próximas e a temperatura caindo. 4°C , 3°C, 2°C, 1°C, 0°C, -0°C (era assim que marcava o termômetro do carro).

A esta altura, as montanhas já estavam muito próximas e foram surgindo alguns vestígios de neve suja na estrada, a temperatura continuou caindo e a neve nos arredores da estrada passou a tomar conta de tudo, camadas espessas de neve sobre os telhados, pinheiros cobertos de flocos, como num conto de fadas natalino!! É incrível, a gente não para de dizer que é lindo, incrível, maravilhoso! Faltam adjetivos, Chegamos então a uma grande subida tipo caracol na estrada e, lá em cima, a temperatura chegou a –5°C!! No lugar havia um hotel e uma pista de esqui ao lado da estrada. Paramos no parcheggio deste hotel para tirar fotos e os esquiadores saíam dali já andando em seus esquis. O ar fica parado, e sem luvas as mãos congelam rapidinho. O nome deste lugar é Maloja, e fica a 1815m de altitude.

Seguimos subindo ainda mais em direção à Saint Moritz, no caminho vimos um lindo lago parcialmente congelado e vários hotéis e casinhas totalmente cobertas de neve. Chegamos em Saint Moritz com –4°C, e ar algo rarefeito, pois estamos a 2284m de altura. A cidadezinha toda coberta de neve e cercada de pinheiros parece um sonho. As pessoas nas ruas estavam na sua maioria com roupas e botas de esqui, fora os que estavam literalmente esquiando. Máquinas na rua limpando a neve e hotéis lindíssimos. Tiramos várias fotos, mas - como não fizemos câmbio – não tínhamos moeda nem para pagar o estacionamento. Por isso, não pudemos parar por mais tempo para caminhar (o que foi uma pena, mas eu acho que não agüentaríamos ófrio). Iniciamos então a descida de volta, felizes da vida pela nossa aventura gelada.

Voltamos à Itália e desta vez seguimos pelo outro lago de Como (por onde não tínhamos passado) pela auto-estrada “dos túneis” até Lecco, que é o outro pé do lago (que tem a forma de um Y invertido, e as duas pontas são de baixo são Como e Lecco). Em Lecco abastecemos o carro, pegamos um grande engarrafamento, paramos para fazer xixi em um centro comercial e saímos em direção a Bergano por uma estradinha pequena que passa por diversos subúrbios, totalmente engarrafada (um saco!). Após, pegamos a auto-estrada A4 para irmos em direção ao lago de Garda. Chegamos facilmente a Sirmione, uma das pequenas cidades a beira do lago di Garda e próxima à Verona e, conseqüentemente, próxima a Veneza, para onde iremos amanhã.

Sirmione fica numa península estreita que “entra” para dentro do lago. Já havia anoitecido mas dá para imaginar que deve ser muito lindo, pois tem diversos hotéis e termas de frente para o lago, marinas, e na ponta fica o centro histórico totalmente medieval, que é cercado por muralhas. Esta região serve de balneário desde os tempos do império romano, e a parte histórica permanece conservada. Escolhemos um hotel bárbaro logo na entrada do centro histórico, com estacionamento e um tipo de spa. O Marcelo relutou um pouco pois o hotel se chama “Fonte Boiola”, mas como estava com um bom preço L$ 160.000 (normalmente é L$ 286.000), e é superlindo, acabou aceitando.

Largamos as coisas no quarto e saímos para caminhar até o centro histórico, e quando estávamos quase cruzando a muralha ouvimos um “olha quem está aí”. Custamos um pouco para entender o que estava acontecendo, até nos darmos conta que a voz era da Aline e havíamos encontrado os outros três viajantes. Ficamos um pouco conversando na entrada da cidade velha, dissemos o nosso roteiro e eles o deles: chegaram em Assis mais ou menos duas horas depois do horário combinado, ficaram aquela noite lá e depois foram a Firenze e Veneza. Agora estão em trajeto oposto ao nosso, indo amanhã em direção ao Como enquanto nós vamos para Veneza. Estamos aguardando um chamado no rádio para jantarmos junto.

Saímos do hotel às 20h30 e com dificuldade conseguimos nos comunicar pelo “Talk About”: sinal ruim, interferências, e o Magno não sabendo dar referências do hotel que eles estavam. Achamos um restaurante (a maioria estava fachada) e fomos lá. Lugar e comida excelentes, muito vinho e muitas histórias de viagem, principalmente encabeçadas pelo Magno. Diversão total. O Cello e eu comemos um risoto de frutos do mar que foi espetacular, além de muito vinho da casa e sobremesa (eu panna cotta com molho de lamponi e o Cello tiramisu – disse que o meu ainda é melhor).

Despedidas e plano de reencontro em dois dias já em Oberassen para o Natal. Amanhã iremos para Veneza!

Boa noite e auguri!

No comments: