(Hotel Mediterrâneo)
Não adianta, a paixão que eu sinto por Firenze aumenta cada vez mais. Esta é uma cidade charmosa, cultural, com boa comida, moda, música, arte. Tudo!
Acordamos às 7h40, tomamos café e saímos para invadir Firenze pelos “flancos”. Frio intenso mas céu claro. Fomos a pé até a Santa Crocce, pela borda do Arno, onde descobrimos que a basílica só abre para visitação à tarde. Rumamos, então, por ruas ainda pouco movimentadas, para a Galeria del Ufizzi e sua coleção de arte renascentista de tirar o fôlego de qualquer ser humano.
As salas da Galeria são divididas mais ou menos por época e por autores. Inicia-se por obras de pintura Clássica - Gótica com destaque para as madonnas ainda com estilo bizantino de Duccio e Giotto, e segue com obras de Fra Felippo Lippi (com a belíssima ‘Madonna, Jesus e o Anjo’) e de seu filho Felippino Lippi. Atinge-se a loucura total quando se entra na ala de Boticelli, começando pela Fortezza, a Madonna de Roma, a madona do véu transparente (não lembro o nome) e as maravilhosas ‘Nascimento de Vênus’ e ‘Primavera’. Sentamos nas cadeiras no centro da sala para admirar com detalhes...impressionante...
Na sala seguinte, Leonardo da Vinci com ‘A Adoração dos Magos’, obra incompleta e depois segue com mais um banho de cultura: Vasari, Tintoretto, Caravaggio (‘Baco’), autores alemães, etc, terminando com o belíssimo ‘Tondo Doni’ ‘A Sagrada Família’ de Michelangelo. Sai-se de lá se sentindo um pouco menos ignorante e invejando o talento e a sensibilidade destes gênios!
Saímos pela Piazza della Signoria para mais fotos, seguimos em direção à Capela Médici e à biblioteca Laurenziana. No caminho, a tentação das lojas é quase insuportável, e acabamos entrando na loja Coin, onde o Marcelo comprou um par de luvas forradas por ótimo preço e eu “me encantei” com um chapeuzinho de lã meio caro, mas não resisti. A Capela Médici é obra de Michelangelo, mas – lamentavelmente – boa parte está em obras de conservação, o que tira parte do impacto da obra. A sacristia velha, toda em granito verde, vermelho e marrom, superimponente, é obra de Brunelleschi (o mesmo arquiteto da cúpula da Santa Maria dei Fiori), enquanto a sacristia nova, obra de Michelangelo, é onde está o túmulo de Lorenzo de Médici (o magnífico). Ali, além de seu busto, estão duas esculturas representando o amanhecer (a mulher) e o entardecer (o homem) e a tumba de Giuliano de Médici (sobrinho do Lorenzo), com o mausoléu com o busto e duas esculturas: a noite (muito bela) e o dia (rude). De lá fomos à biblioteca Laurenziana, que fica junto à igreja de San Lorenzo e que também é obra arquitetônica de Michelangelo (atenção para a escadaria com degraus tipo “lava vulcânica” e as colunas “enterradas” na parede).
Novamente com um frio “de rachar”, e o céu totalmente encoberto, cruzamos a Ponte Vecchio, onde está havendo um campeonato de golfe. Isso mesmo, as criaturas arremessam a bolinha de cima da ponte e tem três pequenas plataformas com buracos no meio do Arno, uma loucura (Ponte Vecchio Challenge 2000). Do outro lado do Arno paramos para comer um pannini caldi (mozzarela, tomate, manjericão em pão ciabatta). Supergostoso. Seguimos até o Palácio Pitti e retornamos já com um leve chuvisco e muito frio. Parei no Mercado Nuovo (do javali) para comprar uma manta. Depois, fomos até a Santa Maria dei Fiori, onde visitamos no seu interior gótico e de lá partimos para a Galeria della Academia.
Na Academia estão várias obras de pintura e escultura de autores menores, mas só pelo Davi já vale o ingresso. Esta escultura é de impressionantes beleza, perfeição e realismo. Foi executada por Michelangelo quando ele tinha 27 anos e foi feita a partir de um bloco único de mármore que estava junto ao mármore trazido para construir a basílica de Santa Maria dei Fiori. Admiramos cada detalhe, sentamos próximos ao Davi e ficamos algum tempo extasiados frente a tanta beleza. Saímos de lá supersatisfeitos!
Fomos, então, atrás de um “doce”. Encontramos uma pasticeria onde comemos duas bombas de nata com um copo de caffe latte (delicioso), e compramos ainda um saco de panforte (biscoitos de amêndoa típicos da região). Praticamente comemos todos nas poucas quadras seguintes. Paramos num Internet point para conferir nossos e-mails e fomos para a visita final do dia, a Basílica de Santa Crocce com seus túmulos famosos: Michelangelo, Machiavel, Galileu Galilei, Rossini, e homenagens a Dante Allighieri e a Leonardo da Vinci. Também obras de Giotto, porém bastantes desgastadas nas capelas laterais.
Voltamos exaustos para o hotel. Descanso, banho, arrumar unhas, escrever no livrinho... Agora vamos descer para jantar perto do hotel. Arivederci!
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