(Hotel Íbis Epernay)
Acordamos um pouco mais tarde, com um dia bastante fechado e frio (1 a 4°C quase todo o dia). Tomamos um reforçado café da manhã (com os pain au chocolat e croissants bem franceses...).
Saímos a pé para uma caminhada em Nancy, seguindo direto até a belíssima praça Stanislas (séc 18), que lembra um pouco a Grand Place de Bruxelas: prédios belíssimos (prefeitura, museus de belas artes, etc...), portões dourados, fontes em dois extremos da praça e um arco em outro. No centro da praça está a estátua em homenagem a Stanislas, que foi quem idealizou a praça e foi também o rei da Alsácia Lorena e era o genro de Luís XV (inicialmente a praça se chamava Luís XV e tinha uma estátua dele no centro!). Há também uma imensa árvore de natal que estava toda iluminada quando passamos ontem à noite.
Da praça, seguimos até o parque da Pépeniere, uma grande área verde na cidade, que teve 130 de suas árvores arrancadas após um grande vendaval em 26/12/99. Voltamos para o hotel, check out, e seguimos para Metz, que – segundo nosso guia Frommer’s – é a cidade mais bela da Alsácia-Lorena. Chegamos lá com muito frio, e a cidade realmente é muito ampla, banhada pelo rio Mosel (o mesmo da Alemanha) que forma belos canais cheios de gaivotas, cisnes e patos selvagens. A cidade tem construções de pedra amarela (cor de puxa-puxa), e a mais impressionante é a Catedral de Saint-Etiene, a terceira maior da França. Totalmente gótica, com linhas verticais que conferem uma altura impressionante, ela tem um interior simples porém coberto por belíssimos vitrais de períodos variáveis, incluindo diversos de Marc Chagall, de aspecto mais moderno. Por fora, está sendo lavada, e é muito interessante ver as paredes bem amarelas contrastando com as que ainda estão pretas de fuligem.
Ficamos observando as esculturas que circundam as portas, com imagens do céu e do inferno, várias pequenas esculturas, como nas portas da Notre Dame de Paris. Impressionante. Continuamos nosso passeio a pé (tive que botar meu protetor de orelhas e enrolar minha manta até o nariz por causa do frio!). Passeamos pela beira do Mosel, vimos uma bonita torre com um relógio que provavelmente pertencia a uma construção (igreja, hospital, escola?) que deve ter sido destruída, pois os limites da parede ainda são visíveis (bombardeada?). Voltamos ao centro e entramos no shopping (Centre Saint Jacques) onde havíamos estacionado o carro. Parada para um “McMix”, após almoçamos sanduíches de baguette enormes e superdeliciosos... Demos uma espiadinha nas lojas e fomos ao supermercado para comprar provisões para o meu bar (que nunca fecha) e aproveitamos para adquirir garrafas de champagne (duas) que estavam em promoção.
Saímos de volta para estrada (bem pequena, em meio a uma imensa planície de campos verdes e pequenos vilarejos). Seguimos para a região da cidade de Verdun, ainda na Lorena, cidade que ficou marcada por uma imensa e devastadora batalha que durou cerca de oito meses, durante a I Grande Guerra. Nas proximidades da cidade, havia tantas minas e estilhaços que o solo nunca mais pôde ser cultivado. Estava um frio de rachar (0 – 1°C) com uma chuvinha fina que deixava o lugar mais sombrio e triste ainda.
Visitamos uma casamata que é conservada igual desde a guerra, e só não entramos porque as paredes e portas estão lacradas. Seguimos de carro até o memorial da I Guerra (fechado durante os feriados) que na frente tem canhões, obus e armas utilizadas. Depois, fomos para um grande campo onde está um imenso cemitério de guerra (francês e há outro onde estão enterrados mais de 14.000 soldados americanos e cinco enfermeiras) e onde está o ossuário de Douaumont, um grande e sombrio templo em forma de casamata onde foram colocadas as ossadas de 130.000 soldados desconhecidos mortos nesta batalha. É o local mais triste em que já estive, impressionante, escuro, apenas com vitrais laranja por onde entrava muito pouca claridade, e com as paredes repletas de inscrições e homenagens das famílias dos soldados mortos e não reconhecidos... É incrível a estupidez e a insanidade de uma guerra...
Dali, seguimos até a Tranché des Baionnettes, onde foi construída uma estrutura de pedra para proteger uma trincheira que havia naquele local e que, em uma batalha, foi soterrada num bombardeio fazendo que todo o batalhão fosse enterrado vivo ali mesmo. No local ainda estão as pontas das baionetas para fora da terra, visíveis junto a cruzes e homenagens. Sem comentários...
Saímos comovidos e cabisbaixos da região de Verdun e seguimos para a região do Champagne, passando pela cidade de Chalom-Champagne, onde demos uma volta de carro pois estava chuviscando e seguimos até Epernay, onde ficamos. A cidade de Epernay é onde está a maior parte das vinícolas que produzem champagne (incluindo a Möet-Chandon da Don Perrignon), e ficamos cerca de 40 minutos dando voltas e voltas na cidade para tentar localizar o pequeno hotel Íbis que estava no nosso guia. Acabamos tendo que estacionar o carro e procurar a pé até conseguirmos encontrar. Como não havia quarto triplo, pegamos um single e um double e dividimos por três o custo (total US$ 38,00 por pessoa com café da manhã).
Banho, pequeno descanso e saímos a pé para procurar um restaurante. Acabamos novamente em uma cantina italiana (melhores preços) onde eu e o Cello comemos pizza (muito boa) e o Magno spaguetti. Tomamos cerveja italiana e de sobremesa cada um comeu uma enorme taça de sorvete com calda e nata (Magnifique!!). Voltamos exaustos para o hotel! Amanhã é o último dia de Renault Laguna. Sábado, Paris!
Até, buon nuitt!
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