Bon jour, Paris!
Puxa vida, eu sou fascinada por esta cidade... não tem jeito mesmo... É o único lugar da Europa onde eu já estive quatro vezes e sem dúvida adoraria vir muitas e muitas vezes mais... É charmosa, imensa, supersimples de se localizar e já se tornou completamente familiar para nós.
Acordamos preguiçosos, tomamos o café “simplesinho” mas gostoso do Família (1 croissant, 1 mini-baguette, manteiga, geléia, café au lait) em uma salinha repleta de tapetes, pinturas, uma pequena biblioteca e uma miniatura do pequeno príncipe sentado na mureta conversando com a serpente dourada... Totalmente francês, né?
O Magno subiu para tomar banho e eu e o Cello demos uma volta a pé até o Institute du Monde Árabe (que tem janelas com “engrenagens” de metal parecidas com um caleidoscópio que conforme a posição permitem a passagem maior ou menor de claridade). Retornamos ao hotel e nos juntamos ao Magno, o Caio e a Aline para irmos de metrô ao Louvre.
Como é domingo, os ingressos são mais baratos (de FF46,00 por FF30,00), e além disso é véspera de ano novo, então dá para imaginar a multidão de pessoas que estavam no museu. Turistas de todo o mundo, muitos brasileiros (quase não havíamos encontrado até agora), italianos e orientais. Após fila para ingressos, iniciamos a “desbravamento do Louvre”. Decidimos nos separar, pois seria impossível ver tudo e seguir em grupo e combinamos reencontro à tardinha para combinar a comemoração noturna.
Eu e o Cello entramos pela área Denon, visitando setores de escultura italiana e espanhola dos séculos XI ao XV, com destaque para a escultura em madeira de Santa Maria Madalena e seus longos cabelos cobrindo o corpo (espanhola). Passamos também pela área de escultura grega pré-clássica e tapeçaria egípcia.
Subimos pela escadaria onde se encontra a belíssima Vitória da Samotrácia, reinando absoluta sobre o encontro dos degraus e com milhares de turistas ao redor. Passamos então para a área de pinturas com os imensos corredores de pinturas italianas dos séculos XIII a XVII, as grande pinturas francesas com destaque para a coroação de Napoleão, e visitamos também a sala da Monalisa (La Gioconda) de Leonardo da Vinci, cada vez mais protegida com paredes e vidros e sempre com uma multidão na sua frente. Fomos até o pavilhão de pintura espanhola com alguns belos quadros de El Greco e, finalizando, fomos para o setor de esculturas onde está o encontro de três Vênus: a de Milo, Afrodite e uma terceira moderna, deste século. Além disso, a bela escultura de Hermafrodita (filha de Hermes e Afrodite) que tinha genitália ambígua!
Como está muito cheio, optamos por sair do Louvre e prosseguir nosso passeio pelas ruas. Saímos calmamente e seguimos pela rue de l’Opera, com a maioria das lojas, restaurantes e cafés fechados pelo feriado. Almoçamos em um café – eu: salada niçoise (deliciosa – alface, tomate, ovos, atum, anchovas) + pão baguette e o Cello: salsicha com fritas. Fomos após até o monumental prédio da Opera de Garnier e entramos apenas no hall, pois a visita é paga. Depois seguimos pelo Blv. Hausmann, ainda todo decorado pelo Natal, com a Printemps e a Lafayette com suas vitrines repletas de bonecos animados que tocavam músicas, um encanto.
Percorremos a longa av. Hausmann e após a Friedland até o Arco do Triunfo. As ruas cheias de turistas de todas as nações, vento frio e tempo fechado, mas uma festa. No caminho, paramos na pasticerrie Paul (a mesma onde comemos em Reims) e que é uma das mais tradicionais da França, e compramos dois beignetts aux pommes (que são sonhos com massa bem leve e recheados com maçãs – uma loucura) mais um pão de passas e açúcar (Cello) e uma tortelette de baunilha e amêndoas (eu). Não preciso dizer que foi uma orgia gastronômica, certo?
Descemos, então, toda a Champs-Elyseés caminhando, que está com árvores com luzes natalinas e faixas saudando o ano de 2001 (Bienvenue a 3° milênio). Caminhamos até a Place de la Concorde, onde está uma gigantesca roda gigante atrás do obelisco egípcio. Aliás, há uma polêmica: uma facção é a favor de manter a roda e outra que quer que ela seja retirada agora em 2001. Chegando lá, acabamos encontrando o Magno na entrada dos Jardins da Tulherias e decidimos voltar juntos para o hotel. Descobrimos, então, que das 17hs do dia 31/12 até às 12h de 01/01, o metrô seria gratuito, e não preciso nem dizer que estava absolutamente “abarrotado” de gente! Antes de chegar ao hotel ainda compramos uma garrafa de vinho e uma água Perrier. Pequeno descanso, banho, e iniciamos nossa comemoração com vinho, amendoins e Perrier (bom início de noite).
Às 20h nos unimos ao Caio e à Aline e partimos em direção ao Saint Germain des Pres para procurar algum lugar para a nossa janta de reveillon. Tempo feio, no caminho alguns pingos de chuva. Após algumas quadras a pé e diversas pesquisas de preço, escolhemos o restaurante Chassagne La Godesse, na rue Monsieur le prince, 38 – Saint Germain des Pres. Ambiente agradável, menu de San Silvestre a FF 130 por pessoa, sem bebidas.
Iniciamos com coquetéis (eu= Kir, Cello e Magno= vinho do porto, Caio= Perrier, Aline= coca-cola). Depois pedimos um Bejaullais tinto junto com a comida. Eu comi foie grass com torradas de entrada, confit de canard (pato assado) com batata sauté (principal) e sorvete (delicioso – café com chocolate e baunilha!). O Cello com salmão na entrada e carne de ovelha com fritas (principal) e sorvete. Realmente muito gostoso. No total, saiu FF 180 = US$ 28,00 por pessoa, justo para uma noite de celebração.
Saímos do restaurante mais ou menos às 23h, ansiosos para tentar chegar ao Trocadéro para a meia-noite, mas nos perdemos um pouco nas ruas até chegar ao Boulevard Saint Germain e pegarmos o metrô, já cheio, com uma turma de meninas negras cantando animadamente (muito legal). Quando chegamos à estação onde deveríamos fazer a correspondance, para a linha que nos levaria ao Trocadéro, foi simplesmente impossível chegar próximo ao trem, havia uma multidão tentando fazer a mesma coisa, filas imensas nas escadas, sem condições de seguir em frente. Como faltavam apenas 25 minutos para a meia-noite, saímos a pé, já abaixo de uma chuva leve que foi aumentando progressivamente.
Chegamos ao Champ de Mars aproximadamente ás 11h50, molhados, pisando numa grama que era quase só barro, mas tudo era festa. Preparamos as champagnes e as máquinas fotográficas, falei algumas palavras - já emocionada – de encerramento do ano e quando deu meia-noite a torre ficou salpicada por luzes azuis. Fogos (menos que no ano passado), champagne, abraços, lágrimas, fotos.
Emocionante! Culturas e idiomas diferentes, pequenos grupos se abraçando, cantando “adeus ano velho, feliz ano novo...”, gritos de “Buon Anne”. Tomando champagne, seguimos até embaixo da torre a depois ao Trocadéro. Grupos de brasileiros passavam de tempos em tempos, seguidos por abraços e desejos de feliz ano novo (bem legal). Eventualmente – claro – alguns grupos fazendo “anarquia”, mas sem maiores problemas. Mais fotos no Trocadéro, incluindo com outros que “entravam nas fotos” e nós entrávamos em outras, uma festa!
A chuva ia ‘engrossando’ e nós cada vez mais molhados... Seguimos pela avenue Kleber, onde consegui ligar para a turma em São Lourenço do Sul (no celular do Paulo). Foi bem jóia, lá ainda não havia chegado a meia-noite, pude contar nossa aventura e falar com a Kaká, o Paulo, Beta, Mãe, Pai e Vicente! Genial! Seguimos até o Arc du Triumphe, e descemos toda a Champs Elyseés na chuva e cantando músicas dos mais diversos tipos – muito engraçado (cidade maravilhosa, canto alegretense, hino do exército, hino do RS, legião urbana, hino do Inter, etc). Quando éramos reconhecidos por outros brasileiros, nos saudávamos com gritos de Feliz Ano Novo e Buon Anné.
Seguimos pela beira do Sena todo o caminho de volta para o hotel com muita chuva, completamente encharcados, mas muito felizes. Chegamos no hotel, colocamos toda a roupa – incluindo minha bolsa com os meus bichinhos – no radiador de caímos desmaiados de sono e frio. Foi muito emocionante!
Buon Anné! Feliz Ano Novo!
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