(14º dia - Hotel Lehenerhof)
Marcelo:
Nós, Brasil, somos uma nação muito jovem. Temos pouco mais de 500 anos. É isso o que me faz crer que ainda chegaremos a um alto grau de desenvolvimento e educação. Pode ser que leve tempo, que eu nem viva para ver isso, mas vamos conseguir. Não podemos nos comparar a quem tem mais de dois mil anos de história.
O trânsito, por exemplo. Tenho certeza que, uma semana após retornar de viagem, já vou estar estressado e discutindo com outros motoristas tão ou mais nervosos qu eu. Prometo - sinceramentre – tentar melhorar nesse ponto.
Aqui as coisas funcionam de outro jeito. O pedestre sempre tem preferência. Colocou o pé na faixa de segurança, param o carro para que atravessemos a rua. Demora para um pedestre brasileiro se habituar. O trânsito, mesmo em grandes cidades – com exceção da Itália, claro – é mais tranqüilo que o do Brasil. Aqui em Salzburg, tem até sinal sonoro para cegos atravessarem a rua. São outros quinhentos, ou outros mil anos…
De volta à viagem, que hoje ganhou um nome: depois de ‘Perdidos na Espace – Uma Van na Europa’ e ‘Natal na Neve – Europa 2000/2001’, estamos agora na viagem ‘Europa Inverno 2002 – Alpes e Lagos’. Estávamos em Innsbrück, no ótimo hotel Alpotel Tyrol. Ótima noite de sono que se segui com um café da manhã muito bom, com destaque para a salada de frutas. Logo após o café, fomos para a rua dar a última passada e fazer câmbio.
No tourist information conseguimos um câmbio mais ou menos e vimos um imenso mapa dos alpes que, excluindo Paris, tem todo o roteiro de viagem. Muito grande e caro, não compramos. Voltando à Altstadt, passeamos um pouco pelas estreitas ruas com lojinhas de souvenirs (a Jacque procurava presentes) e, numa delas, encontramos aquele mesmo mapa dos Alpes numa versão um pouco (bem pouco) menos e bem mais barato. Compramos.
Voltamos ao hotel, checkout (€116,75) e seguimos adiante. Na saída de Innsbrück, parei num posto de gasolina e abasteci o carro (diesel a €0,744/l) num total de €35,00. Abandonamos Innsbruck numa bela manhã de sol pela 171 até a pequena Wiesing, onde desviamos para para a 169 e por ela fomos até Zell am Ziller. Nesta cidade, entramos numa ‘scenic route’ em direção a Gerlos. É importante ressaltar que ‘scenic route’ nessa viagem significa subir por estradas estreitas com muitas “tornantes” (curvas de 180º) em subidas. Gerlos é uma estação de esqui bem interessante, e lá paramos para fotos na neve e próximo a corredeiras com aspecto de MUITO frio. De volta à estrada, passamos pela Gerlopass (passagem de Gerlos), antes de descer com muitas tornantes até Mittersill, onde trocamos de estrada para a 168, que nos levou até Zell am See, nosso primeiro destino do dia.
Como o nome diz, essa Zell fica às margens do Zellersee, lago que estava congelado, com patos e gansos caminhando em sua superfície, os últimos com certa dificuldade porque escorregam devido ao seu peso. Deixamos o carro num parking e fomos passear pelo centro. Paramos no McDonald’s, compramos dois Menu McCountry Deluxe e fomos comer sentados em um banco à beira do lago. Após o almoço, enquanto circulávamos pela Banhofstrasse, um internet café “se atirou” em minha frente. Entrei e verifiquei e-mails. Daí, passeamos mais um pouco pela orla do Zellersee e fomos de volta à estrada. Nosso destino então era Hallstatt, dita a mais bela cidade de beira de lago da Áustria. Para isso, pegamos a 311 em direção a Höhle e deveríamos entrar na 99. Por alguma razão que não sei explicar, não encontramos a saída para a 99 e acabamos na A10 em direção à Salzburg, que se tornou nosso próximo destino.
Não tinha lido nada sobre Salzburg no nosso guia de viagem. Logo, ao entrar na cidade não tinha a menor idéia do que encontraria. Com certa facilidade, chegamos na cidade velha, e segui em frente à procura de hotel. Os da rede Best Western, do nosso guia de hotéis da rede no mundo, eram todos 4* e muito caros para nós. Indo por instinto, entrei na Ignaz-Harrer-Strasse, algo como uma Azenha (referência à avenida de Porto Alegre) de Salzburg. Nesta rua, vi o letreiro do Hotel Lehenerhof. Parei o carro e fui até a recepção. O preço, bom (€ 72,00 com café da manhã). O estacionamento, gratuito. Ficamos.
Com um mapa da cidade que pegamos na recepção, pudemos ter uma idéia da cidade. Basicamente, divide-se em duas, a nova e a velha, pelo rio Salzach. Seguimos caminhando até a margem do rio, e por ela fomos até o centro (e a Altstadt). Circulamos pelas suas estreitas ruas até a Herbert Von Karajanplatz, e aí à Universidade, a Dom e a Mozartplatz. Lá, outro Internet Café “se atirou” na minha frente. Entrei novamente e consegui responder aos e-mails que precisava (não havia conseguido em Zell am See). Adiante, entramos na Getraidegasse, onde está a Geburthaus (casa onde nasceu Mozart). De lá, fomos pelo outro lado do rio, na começo da noite, até o Mirabellgarten, onde há uma estátua de Paracelsus, junto ao Paracelsus Kuhrhaus (complexo de saunas, piscina, etc).
Atravessamos novamento o rio e voltamos, pelo mesmo caminha da ida, procurando um local para jantar. Acabamos no Wienerwald, da mesmo rede onde jantamos ontem, em Innsbruck. Muito bom e, melhor, no térreo do nosso hotal.
Amanhã, Viena.
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