Thursday, July 28, 2005

25/12/00 – Lindau (Alemanha, Bodensee)

(Hotel Peterhof)

Acordamos às 7h30 com dia muito nublado e temperatura bem mais alta (ontem -16°C e hoje –6°C). Tomamos o café da manhã natalino (muito gostoso) e nossos guardanapos continuavam dentro dos envelopes (descobrimos que são guardados para serem reutilizados e não ser necessário lavá-los na noite de Natal). Demos adeus aos amigos do hotel, pagamos parte em liras e parte em dólares (a diária custou 110.000 liras, cerca de US$50,00 por dia por pessoa com tudo incluído, até a bebida das jantas!).

Na saída, já estava começando a nevar, e fomos para a estrada com neve caindo bastante forte. O visual é lindo, mas vai ficando cada vez mais perigoso para o carro, é preciso andar com muito cuidado pois a estrada fica um sabão... Nossa sorte é que parou de nevar assim que saímos da Itália e entramos na Áustria.

Passamos cerca de uma hora em solo austríaco, passando ao lado de Innsbruck e não parando para não precisar fazer câmbio. Seguimos até entrar na Alemanha pela região de Garmisch-Partenkiersch, que é uma estação de esqui próxima ao Zugspietz, a montanha mais alta da Alemanha. Bem menos neve e frio que na Itália (5-6°C). Não conseguíamos fazer câmbio em lugar nenhum, pois hoje (e amanhã, 25 e 26/12) é feriado na Alemanha e quase tudo está fechado.

Seguimos até os castelos de Neuschweinstein e Hohenschwangau, sempre monumentais, pena a frustração de estarem sem neve. Com o Neuschweinstein fechado para a visitação e com os ônibus que sobem até ele não funcionando, tivemos que subir a pé até a Marienbrücke (a ponte de onde se tem a melhor vista do castelo). Fomos eu, o Magno e o Cello, pois o Caio e a Aline desanimaram com a subida. É uma “puxada”, mais ou menos trinta minutos de subida, porém o esforço é compensado pela belíssima vista que se tem da ponte. A descida é “freando” as pernas para não escorregar (com os tombos de ontem, estava dolorida). Fomos, após, até o Alpsee (o lago), que estava lindo com as montanhas nevadas ao fundo e os cisnes.

Pena que a maioria dos restaurantes, incluindo aquele onde tomamos sopa de ervilhas com pretzels em 99, estava fechada pelos feriados... Acabamos comendo bratwursts com fritas (tri-deutsch!) e seguindo de carro, com o Magno dirigindo por estradinhas sinuosas e cênicas que nos levaram até Lindau, aonde chegamos para a noite. Em pleno Bodensee (ou lago Konstanz), Lindau é uma cidadezinha – para variar – lindinha. Fica em uma península do lago, mais ou menos como Sirmione, só que em estilo germânico. Na cidade estão inúmeras vacas de fibra de vidro (ou plástico, sei lá) em tamanho natural e que são pintadas das mais diversas formas conforme a loja ou o local em frente ao qual a vaca está estacionada!

Como o Caio e a Aline chegaram antes de nós (saíram antes do Neuschweinstein), conseguiram um excelente hotel com ótimo preço (só que sem café, pois estão parcialmente fechados por ser fora de temporada). Os quartos são imensos. O nosso, triplo, tem o quarto de casal com sala com mesa, cadeiras, o quarto de solteiro e um imenso banheiro. Tudo por 70DM (cerca de R$70,00). Câmbio: US$1=2,10DM. Descanso, banho de banheira, brinde com vinho tinto frisante (Lambrusco) em copo de plástico, comilança contínua (o bar está sempre aberto!). Acho que já aumentei uns 3 ou 4kg (penso nisso em Porto Alegre, na volta!).

O Caio e a Aline saíram para “investigar” a janta e nos comunicamos pelo Talk- About, e acabamos optando por um restaurante perto do hotel aonde o cardápio não vinha em inglês e os atendentes só falavam alemão! Tivemos muita sorte em acertar na escolha dos pratos (além da ajuda do dicionário da Aline). Tomamos cerveja e comemos pratos alemães (eu = salada + filé de porco + fritas + maionese; Cello = porco à milanesa + fritas). Tomamos chá e o Cello comeu um strudel. O Caio e a Aline, cansados, e ela com enxaqueca, foram embora, e nós três ainda pedimos mais rodadas de cerveja (copos de 400ml) e ficamos mais de uma hora ainda batendo papo!

OBS – o hotel tem um restaurante tailandês, e quando chegamos havia várias orientais ensaiando danças típicas no restaurante. A moça que nos atendeu também é oriental, e ficamos com a nítida impressão que ela aluga os quartos sem a autorização dos donos do hotel quando este está fechado... (piração nossa, lógico?)

Gutten nacht.

Saturday, July 23, 2005

24/12/00 – Oberassen – Véspera de Natal

Acordamos às 8h, com temperatura de –16°C no carro (que estava completamente coberto de gelo, com o vidro todo branco). Claro que tudo em volta também estava branco e lindo. Tomamos café sozinhos pois o resto do pessoal ainda estava dormindo. Excelente, superfamília. Pães, frios (com speck e outras delícias), geléias caseiras, iogurte, cereais, suco. Voltamos para o quarto e no caminho cruzamos com eles descendo para o café. Às 9h30 saímos junto com o Magno (o Caio e a Aline foram visitar outros lugares e ir a uma pista de snowboarding).

Chegamos a Anterselva, o local da aula de esqui meio perdidos. Confirmamos o local e a hora da aula de esqui, e descobrimos que o nosso instrutor se chamaria Isidor (que mais tarde descobrimos ser o diretor da escola de esqui). Alugamos as botas, bastões e esquis e, sem saber o que3 fazer com a aquela parafernália, ficamos esperando o instrutor num frio de –10°C. Na hora da aula, informamos que era a nossa primeiríssima aula e ele foi bem legal, falava italiano e um pouco de inglês.

Ensinou a prender as botas nos esquis. Como segurar o bastão, fez movimentos básicos parados de dobrar os joelhos, saltar no mesmo lugar com os esquis, movimentar os braços e inclinar o corpo. Em seguida nos ensinou o deslocamento para frente arrastando os pés e nos levou a locais com trilhos já traçados para os esquis, onde podíamos deslizar sem muito desequilíbrio (mesmo assim o Marcelo caiu uma 3 ou 4x durante a aula). Ensinou também a descer pequenas inclinações e frear o esqui (que é o mais difícil de tudo). Eu terminei a aula (cerca de 50 minutos) ilesa, e após saímos andando mais algum tempo, porém, em uma inclinação maior, quando vinham na minha direção algumas pessoas, acabei me assustando e caí um tombão! Estou com a bunda dolorida até agora... Bom, no total foram 8 tombos do Cello contra um meu (até que me sei bem...).

Quando o Cello parou para descansar e conversar com o Magno, que optou por não esquiar e sim ficar fotografando e protegido do frio, eu tirei os esquis e fui só com as botas por um caminho a pé, ao lado da pista, até um lago totalmente congelado, muito dez! Após eu voltar do meu passeio, devolvemos os esquis e fomos para o restaurante do Biathlon (aonde já havíamos almoçado ontem). Tomamos cerveja e sopa (eu=minestrone, Cello=sopa de aveia com legumes e Magno=sopa com massinha) e arrematamos com apfelstrüdel e capuccino, uma delícia de refeição!

Pegamos então o carro e fomos atrás de alguma loja aberta para comprar calção de banho para os guris que queriam ir para a sauna. Acabamos indo até Dobbiaco (cerca de 20km distante de Oberassen), onde encontramos uma loja de artigos esportivos aberta, onde os guris compraram suas sungas (slip). No caminho de volta para o hotel, paramos para algumas fotos na neve...

Chegamos ao hotel e descemos para a sauna. O Annes teve que ligar para nós (sauna úmida) pois eles não estavam programando usar a sauna hoje pois a ceia iniciaria muito cedo. A sala de fitness é muito legal, tem sauna seca (hoje desligada) e úmida, duas banheiras de hidromassagem (funcionam com fichas de 10.000 liras por 20 minutos), aparelho de step e musculação, banho de luz, cadeiras de descanso. Ficamos cerca de vinte minutos na sauna a vapor a 40°C. Como na rua estava –10°C, a diferença de temperatura é assustadora. Saíamos de tempos e tempos para uma ducha, o que foi ótimo. Voltamos para o quarto para nos aprontarmos para a ceia natalina.

Descemos para o saguão às 18hs, e as pessoas já estavam reunidas esperando quando então abriram as portas do restaurante:

Foi fabuloso!!

As mesas estavam lindas, decoradas com arranjos natalinos, estrelinhas douradas na toalha, um saco de biscoitos natalinos para cada pessoa da mesa. Havia um quarteto tocando suaves músicas natalinas e foi servido um coquetel com champanhe, ponche quente de frutas, grissinis com prosciutto crudo, canapés. Em cada mesa havia cardápio do que iríamos comer durante a noite. No final da apresentação musical, uma senhora vestida de Bávara (uma das donas do hotel, eu acho) falou em alemão que eles iriam tocar Noite Feliz e que todos deveriam dar os braços uns para os outros, muito singelo!

Após, iniciou a janta:

Entrada = carpaccio de carne de “cavalo jovem” com salada
Sopa = consomé de abóbora
Primo piatto = spaghetti com alcachofra e trufas
Secondo piatto = vitelo com molho de porcini, espinafre, croquetes de batata e aspargos
Sobremesa = mousses (chocolate, morango, baunilha e um figo em calda)

Após isso tudo, ainda teve chá, panetone, pandoro , strudel.

Foi algo fantástico, comida deliciosa, ambiente lindo, um sonho. A janta durou das 18 até às 22hs. Após a janta, costume local, os guardanapos (de tecido) são colocados em envelopes e não sabemos o que é feito com eles no dia seguinte... (achamos que os envelopes eram para colocar dinheiro, quase passamos a maior vergonha). Na saída, a maioria dos italianos se dirigiu para a missa do galo, alguns belgas ficaram fazendo bagunça e foram conversar conosco e tirar fotos comigo e com a Aline. Nós aproveitamos e pedimos para que uma das meninas do grupo (que estava de aniversário) tirasse uma foto com o Cello e o Caio.

Após, liguei para a mãe e o pai para desejar feliz Natal e eles estavam se preparando para ir à missa (foi ótimo falar com eles...saudades!). Liguei também para o celular do Paulo, pois eles estão em Veranópolis, para também contar o nosso Natal e desejar felicidades.O Cello ligou para a casa dele e irá ligar novamente pois o Neni, o Giba e a Cíntia ainda não haviam chegado.

Foi maravilhoso, bem mais que eu esperava!

Buon Natale! Auguri!

Wednesday, July 13, 2005

23/12/00 – Oberassen/Rasun di Sopra

(Trentino Alto-Adige)

Hotel Andreas Hofer

Parece incrível, desde maio sonhávamos com a foto do hotel com o pinheiro coberto de neve que havíamos visto na Internet. Finalmente aqui estamos, na verdade passou super-rápido! Já foi metade da viagem, e já vimos coisas fantásticas...

O amanhecer em Ortisei foi lindo, céu muito azul e sol, com as ruas, as árvores, os carros e os telhados cobertos de branco. Noves horas da manhã e temperatura de –10°C, inacreditável. Tomamos um delicioso café da manhã com pão da padaria do hotel (um pão integral com nozes e amêndoas que é maravilhoso) além de queijos e speck!

Saímos para dar uma volta para dar uma olhada nas lojas de artesanato em madeira pois a mãe pediu para ver umas peças para completar o presépio dela, mas acabei desistindo de comprar pois cada imagem em madeira, das menores, custava entre R$40 e R$50 (eu iria gastar mais ou menos R$400,00 para comprar tudo). Deixamos Ortisei e andamos um pouco além até chegar em uma subida de teleférico de onde era impossível seguir em frente (passamos pelo Hotel Mignon do amigo do Rino, primo do meu pai).

Depois rumamos de volta à estrada que vai para a passagem de Brenner, e seguindo as indicações, para Brunico. Seguimos com facilidade até Brunico, e lá chegamos bem em tempo de pegar o centro de informações turísticas (i) aberto, pois fechava para almoço em 5 minutos. Lá, o Marcelo conseguiu um mapa local e as explicações para chegar em Oberassen, a minúscula cidade onde fica nosso hotel. Seguimos as indicações e TCHAN!TCHAN!TCHAN! Facilmente chegamos ao hotel (mas se não fosse o novo mapa com as novas informações, não teríamos chegado “nem a pau”).

A cidadezinha não tem nada, mas está toda branquinha de neve e é próxima de vários centros de esqui. Não precisamos de mais nada! O hotel é excelente, quarto bem amplo, cobertores de pena, banho bem quente (só tivemos que comprar um sabonete). Além disso, tem sala com lareira, sala de jogos (até com boliche!), bar, restaurante (janta e café incluídos e a ceia de Natal com all included!), sauna, jacuzzi...Largamos nossas coisas no quarto e verificamos que o resto do pessoal ainda não havia chegado. Saímos para um reconhecimento de carro e para arranjar um lugar para almoçar. Andamos alguns quilômetros até Anterselva/Antholzertal, que é uma escola e centro de Ski Fondo e Biathlon (não é o esqui de descer montanha e sim percorrer distâncias). Lá tem um simpático restaurante com ótimos preços onde almoçamos em meio a vários esquiadores. Comi um tagliatelle ao porchini e o Marcelo um penne ao funghi (na verdade, ele pediu um spaghetti aos quatro queijos, mas o “tio” entendeu errado). Lugar lindo, tudo coberto de neve, o sol brilhando.

Na saída, o Marcelo foi se informar sobre o aluguel e aula de esqui e já deixou marcada uma aula de 50 minutos para amanhã às 10h. Custo para uma pessoa de L$50.000, cada pessoa a mais sai por L$ 15.000, e o aluguel do equipamento (esquis, bastões, botas, etc) por L$ 13.000 para o dia todo. Ai, ai, ai... isso não vai dar certo, vamos ver o que vai acontecer amanhã! Depois, voltamos até Brunico para abastecer, comprar bobagens no supermercado (teremos dois dias de feriado pela frente) e ainda paramos em uma feirinha de Natal onde comprei uma fixa de lã que serve como tiara e protetor de orelhas e o Cello luvas para o Neni. Nesta feirinha havia diversas barraquinhas vendendo doces (um mais lindo que o outro), chocolate quente, e um tipo de quentão. Como é ao ar livre, tem pequenos quiosques com aquecimento (acho que com carvão) para amenizar o frio. A temperatura hoje variou de –10 a –3°C, mesmo com muito sol! Agora tomamos banho e depois desceremos para a janta, que está incluída na diária e é as 18h30 (espero que a ceia amanhã seja um pouquinho mais tarde...).

Descemos para a salada da lareira para aguardar a janta e eles chegaram (haviam passado o dia em Bolzano). Jantamos em mesas separadas pois as outras maiores já estavam ocupadas, mas é superdivertido. Todos os hóspedes jantam ao mesmo tempo. A janta foi: lasanha (primo piati), buffet de saladas muito gostoso, vitela com purê de batatas (secondo piati), panna cotta (desert), com vinho e água. Delicioso! Depois de jantar, eu o Cello e o Magno descemos para o bar do hotel, que fica no subsolo e é muito divertido. Além do serviço de bar, tem 3 pistas de boliche (funciona com ficha = L$3500 = 10 minutos), sinuca, fla-flu. Superanimado. Jogamos algumas partidas de
boliche, bem legal!

Mais tarde um pouco, o Magno subiu para tomar banho e eu e o Cello ficamos tomando cerveja. Subi para buscar um chocolate e quando desci o Marcelo estava em “altos papos” com dois italianos (que não falam uma palavra de inglês) e o menino que trabalha no bar e no hotel (que fala inglês), chamado Annes. Ficamos um tempão tomando cerveja e tentando falar italiano. Foi bem divertido. Um se chama Daniele e nos disse que quase todos os hóspedes são regulares, vem rotineiramente aqui e se conhecem. Ele passa o Natal e o Ano novo aqui há 18 anos!! O outro se chama Stefano e se hospeda na casa de amigos aqui em frente e faz as refeições no hotel. Foi muito jóia!

Até mais.

Monday, July 11, 2005

Saturday, July 09, 2005

Veneza - Amanhecendo


22/12/00 – Ortisei/Saint Ülrich

(Trentino-Alto Adige)

(Hotel Garni Snaltnerhof)


É incrível, tenho a impressão que hoje iremos dormir dentro de um conto de fadas... Explico, por etapas.

Acordamos em Veneza após uma longa noite de sono, dia de céu muito azul e frio cortante. Como o hotel não tinha café da manhã (certamente por absoluta falta de espaço para colocar uma sala de café...) saímos para procurar um café, que encontramos fácil e obviamente numa cafeteria, onde eu tomei um capuccino com croissant e o Cello uma cioccolata calda (segundo ele não tão “calda” quanto deveria, mas mesmo assim deliciosa) com um croissant. Voltamos ao hotel onde completamos o café com uma fatia da nossa “tortinha de Domaso” (comprada nesta cidade antes de ir visitar a Suíça). Fizemos o check out e rumamos para a gélida piazza de San Marco para ir pegar o vaporetto.

No vaporetto, já no final do trajeto, fomos para a parte externa do barco para aguardar a nossa estação. MEU DEUS DO CÉU, nunca senti tanto frio na minha vida. Chegava a doer os ouvidos, e a mão, mesmo com luva, estava congelada. Descemos para pegar o carro e descobrimos que apesar (e talvez por isso) do lindo dia de sol e de ser quase meio-dia, a temperatura era de 0°C. Levei mais de trinta minutos para voltar a sentir minhas mãos...

Pegamos a auto-estrada Veneza/Verona e, no caminho, paramos em dois “Auto-Gril” para comprar o CD dos Beatles para dar de presente de Natal para o Magno (no primeiro não tinha).Compramos também diversas “porcarias”: Pringles, bolacha recheada, chocolates, chicletes, balas... Comprei uma bonequinha (a irmã caçula da Barbie) de presente para a Beta. Seguimos em direção a Trento, aonde chegamos por volta das 13h. Tivemos dificuldade de estacionar, e depois de algumas voltas deixamos o carro no parcheggio Centro-Europa.

Fomo até a praça Dante Aligheri, que está toda coberta de gelo. Está havendo uma exposição de Natal, e como ainda não nevou, eles colocam uma máquina de neve (borrifa água que, pela temperatura, congela) fazendo tudo ficar branco, muito bonito. Fotos e almoçamos no Spizzico (da rede Auto Gril) em frente à praça. Comemos o melhor panini da viagem até agora. Depois, saímos comendo picolé Mega Piú, sendo que na rua, mesmo com sol, estavam 4°C! Coisa de louco. Passamos na estação ferroviária para ir ao banheiro e decidimos pegar o carro e ir procurar Verla di Giovo, cidade natal e onde meu pai morava antes de vir para o Brasil.

Até que foi barbada. Seguimos até Lavis (que eu lembrava ser a cidade de onde se subia para ir a Verla) e ali nos perdemos em meio a algumas ruas em obras. Após algumas manobras conseguimos achar a estrada e rapidamente subimos os cerca de 5km que nos separavam de Verla di Giovo. A região toda ainda está sem neve, e com aspecto outonal (árvores sem folhas, vegetação seca). Fotos na estrada, com a placa de Verla. Não tive coragem de bater na casa do Rino, mas tirei uma foto da rua bem embaixo da casa do Rino e do Enzo...Eu não ia conseguir me entender, uma pena, né?

Descemos de volta para estrada e seguimos em direção a Bolzano. As montanhas ainda sem quase nada de neve nos deixaram um pouco decepcionados. Será que nosso natal não vai ter neve? Tá super-frio, mas o tempo seco e ensolarado não permite precipitações. Passado o engarrafamento de Bolzano e já com a noite caindo, desviamos nosso caminho para Val Gardena/Ortisei, que eu lembrava ser um lugar lindo quando o visitamos (no verão) há 15 anos atrás. Primeiro tentamos uma estrada que estava fechada! Após alguns quilômetros havia uma outra estrada, desta vez livre. Subimos bastante em uma estrada sinuosa e o caminho passou a ficar coberto de gelo, não neve, mas um tipo de geada grossa e congelada, com aspecto lindo.

Chegamos a Ortisei já escuro, tudo congelado, inclusive as fontes de água, criando esculturas de gelo.Vários pinheiros de Natal com luzes brancas, como num sonho. Paramos no centro e o primeiro hotel que tentamos não só tinha quartos disponíveis, como o quarto é imenso, o hotel tem restaurante/pizzaria, uma padaria/delicatessen linda ao lado, e o preço é bárbaro (L$ 130.000 = US$ 60,00) com café da manhã. Claro que caiu do céu! O rapaz da recepção é supersimpático, chama-se Peter e nos trouxe 2 copos de cerveja de boas vindas! Ah, esqueci de dizer: lá fora, a temperatura é de –7°C!! Nunca passei tanto frio, a sorte é que dentro dos lugares chega a ser quente demais.

Caminhamos pelas lojinhas do centro. Várias lojas de esculturas de madeira (são o artesanato local) e de artigos para esqui. Tudo muito lindo. Agora vamos descer para jantar no restaurante do hotel. Quero tentar ligar mais tarde lá para casa.
Deu para entender porque do conto de fadas. Arrivederci!

Obs: a janta no Hotel foi E-S-P-E-T-A-C-U-L-A-R! A melhor de todas: minestrone, polenta com funghi e salsicha, vinho e strudel com nata! Indescritível! Total L$ 88.000 (com serviço) mas valeu cada centavo. Depois fomos até o orelhão para ligar para casa (-8°C).

Saturday, July 02, 2005

21/12/00 – Veneza, Veneto

(Hotel Ai Do Mori)

Ah, Veneza, Veneza, que saudades eu estava de Veneza (parafraseando o Xu, é claro...).

Acordamos no Hotel Fonte Boiola com o dia nublado e bem frio (± 4°C). Tomamos um ótimo café e, enquanto o Marcelo “visitava” o banheiro, eu saí para caminhar na parte antiga de Sirmione, e marcamos de nos encontrar na muralha após 30 minutos. O dia frio e nublado não conseguiu obscurecer a beleza do lugar. Sirmione, como eu disse, fica numa península dentro do lago. O lado di Garda é um sonho, águas transparentes, cheio de peixes, atos selvagens e cisnes. Nesta região existem fontes naturais de águas termais sulfurosas que são “drenadas” para as piscinas dos hotéis termais (o nosso tinha uma linda piscina externa com água quente e jatos de hidromassagem – pena que não entramos porque o Cello não trouxe calção).

Na beira do lago existem extensas áreas para pedestres, todas arborizadas, com bancos de praça, ciclovias, etc. Na ponta extrema da península, ficam ruínas romanas (parque fechado, visita a L$ 8.0000, não fomos). Em cada lugar em que se passa, tem hotéis enormes, a maioria fechado por ser fora de temporada. Aproveitamos demais a caminhada, quase ninguém nas ruas ou nos parques. Fotos, tranqüilidade...

Fizemos o check out do hotel mais ou menos às 11h e pegamos a auto-estrada A4 (Milão – Veneza). Fluxo intenso de caminhões, mas numa auto-estrada tudo fica próximo. Chegamos em Veneza por volta das 12h30 com o céu muito azul, sol e frio (5°C), parcheggio Troccheto, saímos a pé apenas com as mochilas e pequena sacola para não precisar carregar muito volume. Pegamos o vaporetto “na corrida” pois já estava saindo (bilhete L$ 6.000) e sentamos na parte interna pelo frio. Passou por diversos pontos e parou finalmente na parada de San Marco, onde descemos. Pelas dicas do pessoal, fomos atrás do hotel que eles haviam ficado. Eu havia entendido mal a explicação e achei que fosse embaixo da torre de San Marco, mas o Marcelo entendeu melhor e nos facilitou. Cruzamos uma ruela embaixo do relógio de San Marco (o dos bonequinhos – está em restauração), na primeira ruazinha à direita, ao lado do McDonald’s, estava a pequenina entrada do Hotel Ai do Mori. Toca-se uma campainha, abrem a porta, sobe-se uma escadinha, outra porta com porteiro eletrônico, outra escadinha estreita. Chegamos à micro-recepção e conseguimos o quarto n° 10 no 3 andar, com banheiro. O quarto é pequeno (típico de Veneza) e confortável, mas não tem café da manhã incluído. Preço de L$ 150.000, bom para Veneza.

Descemos para aproveitar o sol, mesmo assim, bastante frio.Caminhamos e fotografamos a praça de San Marco (sempre belíssima). Parte do palácio dos Doges está em restauro, assim como a torre do relógio. O movimento de pessoas é razoável, mas bem menor que no verão. Seguimos pela beira do grande canal, mais fotos, e entramos pelas ruelas, nos “embrenhando” por Veneza. Paramos para almoçar em uma ótima e aquecida pizzaria. Almoçamos com calma e na saída liguei para a mãe, pai, Kaká e Beta para contar as últimas.

No caminho, comprei sementes de vegetais para o pai e um livro de culinária e literatura em italiano para ele (espero que ele goste!). Visitamos a catedral de San Marco com seus mosaicos e que estava sendo preparada para um concerto (com toda parafernália de câmeras de filmagem). Continuamos pelas ruas, já anoitecendo, lojas e mais lojas de máscaras, cristais, souvenirs, além de todas as “grifes top”. Várias lojas enfeitadas e ruas cobertas de luzes natalinas, muito legal. Fomos até a ponte do Rialto e depois voltamos para a praça de San Marco e seguindo pela borda do canal grande para encontrar a lojinha onde o Marcelo havia escolhido um touquinha de lã cinza. No caminho de volta ao hotel, passamos em outra lojinha onde comprei lembrancinhas para trazer para o pessoal.Voltamos para o hotel para o banho e daqui a pouco sairemos para jantar, pois o pessoal disse que, aqui, após as 20h30, a maioria dos lugares não aceita mais pedidos para a janta.

Caminhamos na noite fria e estrelada de Veneza. Jantamos calmamente na Trattoria da Bruno, insalata mista, spaghetti ao sugo (Cello) e gnocchi al pesto (eu), vinho, mineral, tiramisu e capuccino. Volta ao hotel. Caminhar nas ruas vazias da bela Veneza é uma sensação maravilhosa. Já no quarto, descobri que nossa pequena janela permite ver a ponta da torre de San Marco e que a rua coberta de luzinhas brancas fica ainda mais bonita daqui de cima.

OBS – ataque de riso no restaurante com o Marcelo cantando “Io che amo solo te” e declarando-se campeão do mundo de ‘abertura de boca para cantar músicas italianas’. Eu mereço...

Até logo, arrivederci, ciao.