Saturday, June 18, 2005

20/12/00 – Sirmione/Lago di Garda, Lombardia

(Hotel Fonte Boiola)

Acordamos às 7h45 na maior preguiça. Café da manhã estilo “Best Western”, com o melhor café com leite até agora (os outros sempre tinham gosto de leite em pó mais café solúvel...), check out e fomos até o lago tirar algumas fotos da muito simpática Como.

Para variar, a água do lago é totalmente transparente, porém com o céu nublado e com a neblina, irá parecer cinza nas fotos (que pena...). Seguimos de carro para dar um “giro” pelo lago. A região, só para variar um pouquinho, é MA-RA-VI-LHO-SA! O lago tranqüilo, rodeado por montanhas e muito verde, alguns patinhos selvagens e pequenas cidades com hotéis de veraneio. Passamos por várias cidades, entre elas Cernobbio, Tremezzo, Menaggio (que é cidade co-irmã de Carapicuíba – “Carapicuíba é longe pra caramba, Carapicuíba só se eu estiver de carro, Carapicuíba só se eu estiver em Osasco, senão não vou nem se amarrado” – grande Jota Quest). Todos lugares tranqüilos, superfotogênicos. Pena a neblina que não permite um visual fotográfico perfeito.

Paramos na outra ponta do lago (ao norte) na cidade de Domaso onde, num arroubo de desejo de ver neve e por vermos no mapa que Saint Moritz (Suíça) ficava só a 63 km e também por ser apenas 11h30, decidimos conhecer rapidinho esta famosa estação de esqui e voltar para Itália antes do anoitecer (que é às 16h30, não esqueça!). Compramos algumas gulodices para que não precisássemos comprar nada e com isso não fazer câmbio na Suíça. Dois panini caldi de bruschetta com tomate, mozzarella e orégano, duas cocas light e uma divina “tortinha” caramelada com pão-de-ló e creme de amêndoas (mais ou menos 200.000 kcal/fatia).

Partimos bravamente até Chiavenna, que é a cidade mais próxima da fronteira, e de lá cruzamos para a Suíça (cantão alemão) em direção à Saint Moritz. Foi uma coisa incrível, lindo demais, de cair o queixo. Quando estávamos contornando o lago de Como, a temperatura era de 5°C, e conforme nos dirigíamos em direção à Suíça e subíamos, cada vez mais as montanhas com picos nevados foram ficando mais próximas e a temperatura caindo. 4°C , 3°C, 2°C, 1°C, 0°C, -0°C (era assim que marcava o termômetro do carro).

A esta altura, as montanhas já estavam muito próximas e foram surgindo alguns vestígios de neve suja na estrada, a temperatura continuou caindo e a neve nos arredores da estrada passou a tomar conta de tudo, camadas espessas de neve sobre os telhados, pinheiros cobertos de flocos, como num conto de fadas natalino!! É incrível, a gente não para de dizer que é lindo, incrível, maravilhoso! Faltam adjetivos, Chegamos então a uma grande subida tipo caracol na estrada e, lá em cima, a temperatura chegou a –5°C!! No lugar havia um hotel e uma pista de esqui ao lado da estrada. Paramos no parcheggio deste hotel para tirar fotos e os esquiadores saíam dali já andando em seus esquis. O ar fica parado, e sem luvas as mãos congelam rapidinho. O nome deste lugar é Maloja, e fica a 1815m de altitude.

Seguimos subindo ainda mais em direção à Saint Moritz, no caminho vimos um lindo lago parcialmente congelado e vários hotéis e casinhas totalmente cobertas de neve. Chegamos em Saint Moritz com –4°C, e ar algo rarefeito, pois estamos a 2284m de altura. A cidadezinha toda coberta de neve e cercada de pinheiros parece um sonho. As pessoas nas ruas estavam na sua maioria com roupas e botas de esqui, fora os que estavam literalmente esquiando. Máquinas na rua limpando a neve e hotéis lindíssimos. Tiramos várias fotos, mas - como não fizemos câmbio – não tínhamos moeda nem para pagar o estacionamento. Por isso, não pudemos parar por mais tempo para caminhar (o que foi uma pena, mas eu acho que não agüentaríamos ófrio). Iniciamos então a descida de volta, felizes da vida pela nossa aventura gelada.

Voltamos à Itália e desta vez seguimos pelo outro lago de Como (por onde não tínhamos passado) pela auto-estrada “dos túneis” até Lecco, que é o outro pé do lago (que tem a forma de um Y invertido, e as duas pontas são de baixo são Como e Lecco). Em Lecco abastecemos o carro, pegamos um grande engarrafamento, paramos para fazer xixi em um centro comercial e saímos em direção a Bergano por uma estradinha pequena que passa por diversos subúrbios, totalmente engarrafada (um saco!). Após, pegamos a auto-estrada A4 para irmos em direção ao lago de Garda. Chegamos facilmente a Sirmione, uma das pequenas cidades a beira do lago di Garda e próxima à Verona e, conseqüentemente, próxima a Veneza, para onde iremos amanhã.

Sirmione fica numa península estreita que “entra” para dentro do lago. Já havia anoitecido mas dá para imaginar que deve ser muito lindo, pois tem diversos hotéis e termas de frente para o lago, marinas, e na ponta fica o centro histórico totalmente medieval, que é cercado por muralhas. Esta região serve de balneário desde os tempos do império romano, e a parte histórica permanece conservada. Escolhemos um hotel bárbaro logo na entrada do centro histórico, com estacionamento e um tipo de spa. O Marcelo relutou um pouco pois o hotel se chama “Fonte Boiola”, mas como estava com um bom preço L$ 160.000 (normalmente é L$ 286.000), e é superlindo, acabou aceitando.

Largamos as coisas no quarto e saímos para caminhar até o centro histórico, e quando estávamos quase cruzando a muralha ouvimos um “olha quem está aí”. Custamos um pouco para entender o que estava acontecendo, até nos darmos conta que a voz era da Aline e havíamos encontrado os outros três viajantes. Ficamos um pouco conversando na entrada da cidade velha, dissemos o nosso roteiro e eles o deles: chegaram em Assis mais ou menos duas horas depois do horário combinado, ficaram aquela noite lá e depois foram a Firenze e Veneza. Agora estão em trajeto oposto ao nosso, indo amanhã em direção ao Como enquanto nós vamos para Veneza. Estamos aguardando um chamado no rádio para jantarmos junto.

Saímos do hotel às 20h30 e com dificuldade conseguimos nos comunicar pelo “Talk About”: sinal ruim, interferências, e o Magno não sabendo dar referências do hotel que eles estavam. Achamos um restaurante (a maioria estava fachada) e fomos lá. Lugar e comida excelentes, muito vinho e muitas histórias de viagem, principalmente encabeçadas pelo Magno. Diversão total. O Cello e eu comemos um risoto de frutos do mar que foi espetacular, além de muito vinho da casa e sobremesa (eu panna cotta com molho de lamponi e o Cello tiramisu – disse que o meu ainda é melhor).

Despedidas e plano de reencontro em dois dias já em Oberassen para o Natal. Amanhã iremos para Veneza!

Boa noite e auguri!

Wednesday, June 15, 2005

19/12/00 – Como, Lombardia

(Hotel Continental – Best Western)

Aniversário da Betinha! Auguri!

Acordamos de frente para o mar da Ligúria em um local tranqüilo e lindo, pena o tempo estar totalmente cinzento não permitindo ver a cor verde do mar. Tomamos um “lauto” café da manhã com iogurte, cereais, frios, croissants e pão, uma delícia!

Saímos de Santa Margherita, passamos por Gênova, e pegamos a auto-estrada rumo a Milão. No caminho, temperaturas de até 1°C! Dia cinzento. Cruzamos sobre o rio Pó, saímos da Ligúria, passamos um pequeno trecho de Piemonte e entramos na Lombardia. Chegamos em Milão por volta das 11hs já com dia claro e ensolarado (5°C). Levamos mais ou menos 40 minutos até conseguirmos chegar a um parcheggio próximo da Duomo! Quando, após largar o carro e passarmos por ruas de comércio cheias de vitrines tentadoras, chegamos na praça da Duomo, o Cello me “abandonou” por cerca de 30 minutos para “visitar” o banheiro do McDonald’s.

A praça da Duomo está toda enfeitada para o Natal com um grande pinheiro enfeitado e outros menores. Há uma pista de patinação no gelo na própria praça! Após nos encontrarmos fomos até o informacione turistique para sabermos de algum Internet point. O funcionário nos deu algumas orientações vagas que nos fizeram procurar longamente por uma rua imensa, sem sucesso! De volta à praça, fomos visitar a Duomo.

Como não havia nenhuma área em restauração, foi possível ver todos os incríveis e multicoloridos vitrais que decoram quase todas as paredes, e – além disso – a nave central estava decorada com imensos painéis de pinturas bíblicas, muito lindas, inexplicável com palavras, só vendo...

Saímos em direção à Galeria Vittorio Emanuelle também toda decorada para o Natal. No centro da galeria, um quiosque da UNICEF com apresentações musicais. Entramos na “livraria da família” (Rizzoli) onde procuramos um guia da França e um da Alemanha, pois – infelizmente – perdemos os nossos em Firenze (esquecemos no hotel). Saindo de lá, fizemos câmbio (ótimo valor) e procuramos em vão o tal Internet point que falei antes. De volta à praça, novamente, almoçamos no Burger King e após fizemos um passeio de compras (encontrei uma jaqueta de preta de nylon com ótimo preço (L$ 89.000) na Upim).

Encontramos outra livraria Rizzoli onde era possível conectar Internet de graça, mas, após longa espera, não conseguimos nos conectar. Enquanto o Marcelo esperava para tentar se conectar, eu fui num orelhão e liguei para a casa da mãe (hora do almoço) para cantar parabéns para a Betinha. Falei com todos e matei as saudades.

Saímos de Milão na hora do rush, trânsito engarrafado, nos perdemos nas placas, confusões, levamos quase uma hora (já escuro) para chegar na estrada. Seguimos até Como onde também chegamos com muito engarrafamento, porém compensado com a visão dos pinheiros iluminados para o Natal, as árvores cor-de-rosa, o lago com o chafariz de águas dançantes e o charme do local. Após algumas tentativas e a informação certeira de um transeunte, achamos o Hotel Continental (***) a L$ 170.000 da nossa lista de Best Western. Quarto confortável, hotel bonitinho, pena ficar em uma avenida movimentada, tipo “farrapos”.

Após o banho, descemos para dar uma caminhada e tentar encontrar um Internet Café que o rapaz da recepção nos havia indicado. Óbvio que procuramos, procuramos e não encontramos. Fomos até a beira do lago que é algo de linda, marina com barquinhos, umas fontes com água dançante no meio do lago e nas margens hotéis, árvores de natal, árvores iluminadas com luz rosa...muito bonito. Caminhamos pelas ruas de comércio já com tudo fechado e muito pouco movimento na rua. Devia estar uns 5 ou 6°C. Voltamos ao hotel e a recepcionista nos deu a informação indispensável: o bar se chamava Black Panther (cool...) e os computadores ficam no subsolo, por isso era IMPOSSÍVEL ver da rua! Acessamos a Internet, conseguimos ver e-mails, “fomos ao banco” e mandamos um cartão de aniversário para a Betinha, nossa afilhada.

Na volta para o hotel, passamos em um telefone e ligamos para a Karina, para o Marcelo tentar falar com a Betinha, mas ela tinha ido ver as luzinhas de Natal com a Vovó. Chegando ao hotel, fizemos nosso picnic noturno e fomos dormir. Amanhã visitaremos o lago.

Buonna notte!

Friday, June 10, 2005

Firenze - Piazzale Michelangelo

Saindo de Firenze, paramos na Piazzale Michelangelo para apreciar a vista da cidade, com a cúpula da Duomo se destacando na paisagem.

Thursday, June 09, 2005

18/12/00 – Santa Margherita Ligure, Ligúria

(Hotel Regina Elena)

Bom, estamos novamente “esbanjando” em um hotel lindo da rede Best Western de na costa do Mediterrâneo. Um quarto com sacada de frente para o mar, com diária de L$ 232.000 (cerca de US$ 110,00). Um pequeno luxo, mas hoje fizemos nossa contabilidade e estamos gastando nosso dinheiro praticamente só em hotéis. Os gastos com comida estão muito menores de que no último ano...

Ontem à noite acabamos jantando (salada de atum com rúcula e spaghetti à carbonara) em um café ao lado do hotel pois estava chovendo. O dia amanheceu lindo, o que confirma nossa sorte com a meteorologia, pois só choveu duas vezes e sempre à noite.

Tomamos café, fizemos check out e fomos até a Piazza Michelangelo, onde fica o belvedere de onde se tem a vista mais ampla da cidade, com o Arno, a Ponte Vecchio, a Santa Crocce e a Duomo de Bruneleschi (Santa Maria dei Fiori). O dia claro permitiu ótimas fotos! Saímos de Firenze (5°C) já com saudades... Seguimos pela auto-estrada até Pisa, aonde chegamos às 10h30. Fomos direto até o Campo dei Miracoli, onde estão a Duomo, o Batistério, e a tão famosa torre inclinada.

O dia muito claro e com o céu superazul faz com que as construções fiquem ainda mais brancos e bonitos. O amplo gramado verde, no qual é expressamente proibido pisar, é quase um tapete. Fotos e mais fotos. A torre está fixada por cabos de aço e na base estão sendo feitas obras. Entramos na Duomo que data do século XI e foi a primeira catedral toscana erguida com mármore branco e verde (que depois foi usado na Santa Crocce, Santa Maria dei Fiori, Duomo de Siena...). Dentro está um belíssimo púlpito do século XIV todo esculpido por Giovanni Pisano. Também há um lustre em forma de pêndulo que dizem ter inspirado Galileu Galilei na teoria dos pêndulos. Apresenta mosaico no domo e vários afrescos. Optamos por não entrar no Batistério (pago!).

Saímos da praça e fomos procurar um Carrefour, pois tínhamos visto uma placa na entrada da cidade. Após algumas “perdidas”, chegamos no supermercado. Lá dentro, como sempre, fiquei encantada com os brinquedos, querendo levar tudo para a Beta e para o Biel. Comprei um livrinho de história para a Beta e compramos uma caixa com 8 CDs de sucessos da década de 80! Além disso, pão e guloseimas (provolone, creme de queijo com azeitona, copa e biscoitos).

Na saída da cidade, paramos no McDonald’s para “Mac Mix” (ir ao banheiro) e acabamos comprando duas saladas (que são ótimas). Decidimos “ir comendo no caminho”, só que no primeiro quebra-molas eu “mergulhei” dentro do prato de salada cheio de molho vinagrete: tinha salada no braço, na minha calça, no blusão, no banco e no mapa! Tivemos que parar para limpar a imundície! Depois seguimos comendo saladas e pão com queijo cremoso...

Nos despedimos da Toscana e seguimos em direção à La Spezia, cidade portuária situada na Riviera Italiana, como é conhecido o litoral da Ligúria. Chegando lá, pegamos uma estradinha superestreita e sinuosa na tentativa de visitarmos Cinque Terre, que são cinco pequenas cidadezinhas de difícil acesso por terra, que ficam entre rochedos e o mar. São elas: Riomaggiore, Manarola, Corniglia, Vernazza e Monterosso al Mare. O acesso de carro é apenas até determinado trecho (assustador, pois a estrada é superestreita, com mão dupla e muito alta, acho que mais de 1000 metros de altitude, beirando imensos penhascos, sem guard rail e com uma vista de tirar o fôlego!).

Resolvemos visitar a piccolina Vernazza. Seguimos por uma estradinha ainda menor que serpenteava a montanha (com uma linda vista do mar, pena o sol estar no mar e não permitir ver o reflexo azul...). A partir de um ponto fomos obrigados a deixar o carro e descemos por cerca de 1,5km a pé (6°C) até a pequena vila de pescadores com casas coloridas e vários barquinhos no meio das pedras.

Após visita e fotos, voltamos o longo trajeto (subida!) a pé e pegamos o carro para irmos à Santa Margherita. Até chegar a estrada principal, percorremos um longo e sinuoso trecho nas montanhas, e pudemos apreciar o pôr-do-sol sob o mar da Ligúria (“não tem preço”). Seguimos lentamente num engarrafamento entre as cidades de Sestri, Levante e Chiavari até chegarmos à Santa Margherita Ligure, um balneário superbonitinho que está todo iluminado para o Natal. Ficamos no Hotel Regina Elena (****), um luxo. Preço normal: L$ 318.000. Preço de hoje: L$ 238.000. Chiquérrimo, com praia particular e tudo.

Após um banho e descanso, saímos para um passeio. Fomos de carro até porto Fino, um balneário ainda menor que fica aqui ao lado e acabamos retornando para Santa Margherita. Procuramos um restaurante e acabamos chegando a um beco sem saída. Tudo escuro e deserto, nenhum carro andando na rua. Na hora de sairmos, o Marcelinho deu ré e bateu em um outro carro que simplesmente “apareceu” atrás. Baita susto, baita estresse. O Marcelo e o italiano desceram para ver os estragos nos carros e, como não houve nenhum prejuízo (Graças a Deus!), seguimos impunes (Que sufoco!!).

Jantamos na Trattoria Alfredo, uma delícia: salada mista, spaghetti al pesto (eu) e à bolonhesa (Cello), jarra de vinho e muitas risadas...

Boa noite.

Sunday, June 05, 2005

17/12/00 – Firenze, Toscana

(Hotel Mediterrâneo)

Não adianta, a paixão que eu sinto por Firenze aumenta cada vez mais. Esta é uma cidade charmosa, cultural, com boa comida, moda, música, arte. Tudo!

Acordamos às 7h40, tomamos café e saímos para invadir Firenze pelos “flancos”. Frio intenso mas céu claro. Fomos a pé até a Santa Crocce, pela borda do Arno, onde descobrimos que a basílica só abre para visitação à tarde. Rumamos, então, por ruas ainda pouco movimentadas, para a Galeria del Ufizzi e sua coleção de arte renascentista de tirar o fôlego de qualquer ser humano.

As salas da Galeria são divididas mais ou menos por época e por autores. Inicia-se por obras de pintura Clássica - Gótica com destaque para as madonnas ainda com estilo bizantino de Duccio e Giotto, e segue com obras de Fra Felippo Lippi (com a belíssima ‘Madonna, Jesus e o Anjo’) e de seu filho Felippino Lippi. Atinge-se a loucura total quando se entra na ala de Boticelli, começando pela Fortezza, a Madonna de Roma, a madona do véu transparente (não lembro o nome) e as maravilhosas ‘Nascimento de Vênus’ e ‘Primavera’. Sentamos nas cadeiras no centro da sala para admirar com detalhes...impressionante...

Na sala seguinte, Leonardo da Vinci com ‘A Adoração dos Magos’, obra incompleta e depois segue com mais um banho de cultura: Vasari, Tintoretto, Caravaggio (‘Baco’), autores alemães, etc, terminando com o belíssimo ‘Tondo Doni’ ‘A Sagrada Família’ de Michelangelo. Sai-se de lá se sentindo um pouco menos ignorante e invejando o talento e a sensibilidade destes gênios!

Saímos pela Piazza della Signoria para mais fotos, seguimos em direção à Capela Médici e à biblioteca Laurenziana. No caminho, a tentação das lojas é quase insuportável, e acabamos entrando na loja Coin, onde o Marcelo comprou um par de luvas forradas por ótimo preço e eu “me encantei” com um chapeuzinho de lã meio caro, mas não resisti. A Capela Médici é obra de Michelangelo, mas – lamentavelmente – boa parte está em obras de conservação, o que tira parte do impacto da obra. A sacristia velha, toda em granito verde, vermelho e marrom, superimponente, é obra de Brunelleschi (o mesmo arquiteto da cúpula da Santa Maria dei Fiori), enquanto a sacristia nova, obra de Michelangelo, é onde está o túmulo de Lorenzo de Médici (o magnífico). Ali, além de seu busto, estão duas esculturas representando o amanhecer (a mulher) e o entardecer (o homem) e a tumba de Giuliano de Médici (sobrinho do Lorenzo), com o mausoléu com o busto e duas esculturas: a noite (muito bela) e o dia (rude). De lá fomos à biblioteca Laurenziana, que fica junto à igreja de San Lorenzo e que também é obra arquitetônica de Michelangelo (atenção para a escadaria com degraus tipo “lava vulcânica” e as colunas “enterradas” na parede).

Novamente com um frio “de rachar”, e o céu totalmente encoberto, cruzamos a Ponte Vecchio, onde está havendo um campeonato de golfe. Isso mesmo, as criaturas arremessam a bolinha de cima da ponte e tem três pequenas plataformas com buracos no meio do Arno, uma loucura (Ponte Vecchio Challenge 2000). Do outro lado do Arno paramos para comer um pannini caldi (mozzarela, tomate, manjericão em pão ciabatta). Supergostoso. Seguimos até o Palácio Pitti e retornamos já com um leve chuvisco e muito frio. Parei no Mercado Nuovo (do javali) para comprar uma manta. Depois, fomos até a Santa Maria dei Fiori, onde visitamos no seu interior gótico e de lá partimos para a Galeria della Academia.

Na Academia estão várias obras de pintura e escultura de autores menores, mas só pelo Davi já vale o ingresso. Esta escultura é de impressionantes beleza, perfeição e realismo. Foi executada por Michelangelo quando ele tinha 27 anos e foi feita a partir de um bloco único de mármore que estava junto ao mármore trazido para construir a basílica de Santa Maria dei Fiori. Admiramos cada detalhe, sentamos próximos ao Davi e ficamos algum tempo extasiados frente a tanta beleza. Saímos de lá supersatisfeitos!

Fomos, então, atrás de um “doce”. Encontramos uma pasticeria onde comemos duas bombas de nata com um copo de caffe latte (delicioso), e compramos ainda um saco de panforte (biscoitos de amêndoa típicos da região). Praticamente comemos todos nas poucas quadras seguintes. Paramos num Internet point para conferir nossos e-mails e fomos para a visita final do dia, a Basílica de Santa Crocce com seus túmulos famosos: Michelangelo, Machiavel, Galileu Galilei, Rossini, e homenagens a Dante Allighieri e a Leonardo da Vinci. Também obras de Giotto, porém bastantes desgastadas nas capelas laterais.

Voltamos exaustos para o hotel. Descanso, banho, arrumar unhas, escrever no livrinho... Agora vamos descer para jantar perto do hotel. Arivederci!

Wednesday, June 01, 2005

16/12/00 – Firenze, Toscana

(Hotel Mediterrâneo)

Parece incrível, esta é a terceira vez que venho a Firenze e a terceira vez no Hotel Mediterrâneo... O dia começou claro e gelado, após a chuva de ontem. Acordamos às 6h45, mas como era ainda noite, ficamos na cama até às 7h15. Arrumamos as coisas e descemos para o café (tipo buffet, muito gostoso). Após o café, check out e fomos conhecer um pouco de Perugia.

Fomos até o centro histórico (temperatura de 3°C) com um lindo dia de sol. Estacionamos e caminhamos até a praça principal, onde visitamos a Duomo da idade média. Em frente a Duomo, há uma fonte muito antiga e também o Palazzo dei Priori, que está com a fachada coberta com tapumes, em restauração. É neste palácio está a Galeria Nacional da Úmbria, com pinturas de famosos artistas locais (Pinturicchio, Duccio, Gentile da Fabiano...). Não chegamos a visitá-la. Seguimos dali até a muralha que delimita a área histórica de Perugia, e onde se tem uma ampla vista da região; No caminho, tiramos fotos em um jardim enfeitado por repolhos e couves (brancos, roxos, verdes, etc).

Selamos (com a língua) os dez postais que havíamos escrito ontem e partimos dando adeus à Úmbria, após passar pelas margens do Lago Trasimeno e entrando na região da Toscana, onde nos dirigimos para Siena. Chegamos lá por volta das 11hs e deixamos o carro num parcchegio, pois é impossível entrar de carro no centro histórico.
Iniciamos a caminhada em direção a Duomo, mas o Marcelo teve uma de suas “crises de insegurança”, e achou que havia deixado o carro aberto. Voltou tudo até o carro, que – obviamente – estava fechado. As ruas de pedra, apesar do sol, estavam supergeladas. Caminhamos, finalmente, até a Duomo, que é considerada uma das igrejas góticas mais bonitas da Itália.

Construída em mármore verde e branco, e com desenhos esculpidos no mármore do piso do interior, é realmente muito bonita. Sua construção terminou no século XIV. Para nossa surpresa, havíamos esquecido a máquina fotográfica no carro e, por isso, decidimos retornar até o carro. Saímos com o carro e trocamos de estacionamento, parando num mais próximo à Piazza do Campo, a grande praça de pedra onde são realizadas as lutas medievais com cavalos, espadas e bandeiras nos dias do Palio (2 de julho e 16 de agosto). A cidade é dividida em 17 bairros ou times, cada um representado por um animal e uma bandeira, que fazem os duelos nos dias do Palio. Na mesma praça ficam também o Palazzo Público e a torre del Mangia (a torre do relógio) que também estão com a fachada parcialmente coberta para restauração. Seguimos novamente a pé até a Duomo para podermos enfim fotografá-la e após retornamos ao estacionamento a partimos de Siena.

Fizemos o belíssimo trajeto da região dos vinhedos do Chianti, onde a estrada é pequena e supertranqüila, e passa por parreirais (no momento secos, é claro), oliveiras, muitas árvores com aspecto outonal e pequenas cidades de pedra onde se produz vinho e óleo de oliva extravergine (Castellina in Chianti, Greve in Chianti). Foi aí que paramos para o nosso pic-nic delicioso com o que restou das nossa provisões de pão, queijos e panetonne. Só posso dizer que foi um banquete, tanto que após uns vinte minutos o Marcelo teve que parar o carro para ‘cochilar’ um pouco pois estava literalmente caindo de sono.

Chegamos em Firenze por volta das dezesseis horas, pegamos a via Lungarno e logo estávamos em frente ao Hotel Mediterrâneo, que já virou uma tradição de hospedagem em Florença (é a minha 3ª vez aqui!). O Marcelo desceu e informou o preço (L$ 240.000), “bem carinho”, mas com parcchegio fácil e superbem localizado. Andamos mais um pouco para tentar outros lugares, mas acabamos optando por voltar ao Mediterrâneo e garantir hospedagem logo para podermos aproveitar o final do dia. Largamos as coisas no quarto e seguimos a pé até a Piazza dela Signoria.

Cada vez mais magnífica e sem esculturas em restauração, foi possível admirar com detalhes a beleza e a volúpia do “Raptos das Sabinas” de Giambologna e “Hércules e o Centauro” do mesmo escultor (século XVI). Além disso, é possível admirar a belíssima escultura em bronze de Cellini – “Perseu e Medusa”. A ‘Fonte de Netuno’ pe outra grande obra que pode ser vista na praça, imponente, erguida por Bartolomeu Ammannati (século XVI). Finalmente, estão na praça reproduções de Davi e Hércules.

Seguimos, já anoitecendo, pelas ruas de comércio lotadas de gente (o natal é daqui a uma semana). Passamos por fora da Duomo – Santa Maria dei Fiori -, Batistério e seguimos até a Piazza della Republica, onde estava sendo transmitido o Teleton (auxílio a deficientes físicos). De lá, fomos até a Ponte Vecchio, cheia de gente aguardando um desfile de moda. Acompanhamos o desfile e após fomos até um Internet point, onde ficamos mais de uma hora vendo e respondendo e-mails. Saímos, com um frio de rachar, e jantamos em uma pizzaria supercharmosa (Café des Artists) com birra a spina e pizza de proschiutto, funghi e artichoke. De-li-ci-o-so! No caminho de volta ao hotel, fomos abordados pelo caminhãozinho que faz propaganda do Red Bull, ganhamos 2 latinhas e saímos tomando lépidos e faceiros (Red Bull que te dá AASAAAS..).

Chegamos ao hotel (com calefação nota dez), lavamos roupa, banho e o Marcelo CAIU OUTRO TOMBO NA BANHEIRA!!!! E eu consegui “lascar” a restauração do meu incisivo superior, e agora estou com medo que quebre. Espero que não.

Bom, vou descansar que amanhã será um longo dia...